A despeito do resultado medíocre do PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil em 2005, as empresas abertas do país bateram novos recordes e se expandiram em velocidade elevada. Os números estão nos balanços financeiros anuais dos grupos privados e foram coletados a pedido da Folha pela consultoria Economática.
Beneficiadas por um quadro de exportações ainda fortalecido em certos setores, dívidas em dólar domadas pelo real valorizado, custos e despesas controlados e demanda interna ligeiramente mais aquecida, as companhias com ações em Bolsa de Valores registraram uma alta de 7,7% na receita operacional líquida em 2005 --o volume totalizou mais de R$ 240 bilhões em 64 empresas que apresentaram os balanços até as 21h de sexta-feira. Em cinco anos, a conta dessas companhias engordou quase R$ 100 bilhões.
Por outro lado, no ano passado, segundo dados divulgados pelo IBGE dois dias atrás, a soma total de riquezas produzidas pelo país cresceu 2,3%. Nesse caso, a conta inclui o setor da indústria (alta de 2,5% no ano), de serviços (2%) --inclui comércio-- e o de agropecuária (0,8%).
Ao analisar o período do governo Lula, de 2003 a 2005, quando a chiadeira da indústria fez barulho, a expansão média anual do PIB foi de 2,6%. Quanto ao desempenho das companhias, a receita operacional líquida deu um bom salto, de 12,3%, em média, por ano. Na tentativa de evitar que o desempenho excepcional de algumas poucas empresas acabasse turbinando a conta, a Economática desconsiderou os dados da Petrobras e de instituições financeiras.
É importante ressaltar que nessa análise de resultados está contabilizado o desempenho de uma minoria de companhias brasileiras. Há pouco mais de 260 empresas com papéis no mercado, e fora desse grupo há milhares de pequenas, médias e grandes empresas no país. Dados de 2002 do IBGE apontam para a existência de 4,9 milhões de empresas (de todos os portes) operando em diversos setores da economia.
http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u105579.shtml
Quem leu o texto percebeu que os dados citados no mesmo mostram que não são apenas os bancos que aumentaram o seu faturamento e o seu lucro no Brasil durante o governo Lula, mas empresas dos mais variados setores produtivos também conseguiram isso (pois os dados citados no texto excluíram o faturamento e o lucro dos bancos e da Petrobras).
E isso é ótimo porque elas terão mais capital para investir nos próximos anos, elevando a taxa de crescimento da economia brasileira, gerando empregos e desenvolvendo o país.