segunda-feira, 6 de novembro de 2006

Salve Lula 2007!


Como se vê, o PSDB perdeu no voto e no muque. (Lembram-se que o senador Artur Virgílio ameaçou dar pancada no Lula?) Realmente, a campanha consagrou, de um lado, a ingenuidade, a incapacidade política, o despreparo para adquirir votos de um partido dito grande, qual o PSDB. Partido, convém anotar, que já aparece tripartitariamente dividido para 2010 entre Aécio, a grande estrela política do momento, Serra (mais um paulista, será possível?) e o recém-derrotado Alckmin, que pode renascer das cinzas com os seus milhões de votos. Porém, só se fizer novo curso, desde o primário à universidade política, que envolve novo batismo para deixar de ser tão ingênuo.

E o Alckmin já está calçando salto alto porque, 48 horas antes da eleição, dizia que os votos que teria independeriam do Aécio e do Serra. Renega a ajuda tão cedo? O que fará entre agora e 2010? Será novamente candidato ou já vai querer ocupar a presidência do partido? Agora, é nacionalmente conhecido, mas politicamente vazio porque foi intensamente traído.

Salientando o fracasso do PSDB e do PFL, resta festejar o Lula como o grande orador dos comícios que o Brasil passou a conhecer. Realmente, Lula conseguiu blindar-se sozinho. Embora os “aloprados” tenham feito violenta incursão sobre o Código Penal, (afora os possíveis crimes eleitorais, que a Justiça confirmará ou não), ele sozinho conseguiu defender-se de um ou de todos, conquistando as massas. Messianicamente se apresentou como o nosso salvador e novo pai dos pobres, com muitos êxitos, que ele festeja e a nação ainda não, apropriando-se de ações que nasceram em outros tempos, como o Bolsa Família, auto-suficiência em petróleo, estabilidade econômica, etc.

Antes dele e seus êxitos retumbantes, só os de Deus, que criou este país e a grandeza que tem, e é tão pessimamente aproveitada. De qualquer forma, credenciou-se Lula pela grande manifestação popular, que o faz desfrutar de um mandato tranqüilo — que Deus ajude o seu novo mandato. Mandato que não pode ser torpedeado pela indigência moral ou política de pensar-se em impeachment, terceiro turno, etc. Ganhou, e sua vitória, que é do povo, deve ser respeitada. São 58 milhões de votos consagradores. Fazer oposição por fazer é indigência política e mental nada construtiva. O Brasil não merece isso.

O PSDB não pode continuar como a UDN. Deve procurar seguir as lições que o Aécio deu em Minas, carregando mais de 70% dos votos. E aprender a fazer política com o sopro da vivência que as montanhas mineiras sempre liberaram para os filhos, com a sagacidade política de um Valadares, a perspicácia e valor de JK e de Tancredo Neves (mais recentemente) e, no passado, com os homens que ajudaram a Independência e a República.

O PSDB tem que pensar grande e, em primeiro lugar, adequar-se à realidade. Sobretudo em relação à reforma que deverá modificar esses partidos anacrônicos ou implodidos, como o próprio, e o PFL, para que se consolide a esperança de que terá condições de vir a competir em 2010. Se não o fizer, até lá o Lula criará um sucedâneo no PT, ou seja, um candidato forte à sua imagem e semelhança. Creiam.

Lula, inegavelmente, confirmou-se como a maior expressão política do país, e será suicida o partido que pretender anulá-lo ou dificultar sua gestão. Ele já mostrou que, contra todas as vicissitudes, o povo não o abandonou apesar dos sanguessugas, mensaleiros, vampiros, etc. Resta aguardar que consolide as expectativas geradas por sua reeleição. Porém, nem messiânico nem sonhador em excesso. Programe, sem dividir o país em pobres e ricos (a eleição ampliou a separação) com a evocação permanente do governo dos pobres.

Ele tem condições plenas de elaborar um programa factível. Nem pensar em 5% de progresso, inatingíveis no momento, em razão de índices tão elevados de gastos públicos, inclusive para cobrir as despesas com os 10 mil cargos comissionados, 35 ministérios (dispensáveis em sua maioria). Com as exportações difíceis, com o câmbio baixo, juros ainda elevadíssimos, falta de crédito construtivo e outros óbices, dificilmente vamos passar dos 4%, e olhe lá.

Mas que venham as refinarias, as usinas elétricas, a indústria naval e o combate à corrupção, como prometido. Precisamos criar empregos e fazer o país marchar. Que FHC pare de falar. Que deixem o homem trabalhar. Amém!

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