O ministro Wagner Rossi coleciona homenagens de aliados e empresários do agronegócio. Uma das últimas foi feita pela Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), da qual Ricardo Saud, diretor do Ministério da Agricultura, faz parte. A entidade, que recebeu R$ 900 mil do governo federal, concedeu medalhas para o ministro e para o presidente do Grupo Ourofino, Norival Bonamichi.
A empresa cedeu seu jatinho para viagens particulares de Rossi. Também em Uberaba, o ministro recebeu um título do Conselho de Exportadores de Café do Brasil. O prêmio Empreendedores do Café foi concedido a Rossi, ao escudeiro Saud e o presidente da Vale Fertilizantes, Mário Barbosa.
Em 2011, o Fundo de Defesa da Economia Cafeeira do ministério destinou R$ 365 milhões ao setor. O ministro será ainda homenageado e receberá o título de Cidadão Sertanezino, em uma cerimônia aprovada pela Câmara de Sertãozinho, interior de São Paulo.
Rossi prometeu ainda transferir seu gabinete para o município durante a Fenasucro & Agrocana, no fim do mês. A participação de Rossi foi um pedido de empresários do setor. Entre eles, o presidente da Copercana, Antônio Eduardo Tonielo; o presidente da Canoeste, Manoel Ortolan; e o prefeito de Sertãozinho, Nério Costa. As duas cooperativas fizeram doações para a campanha eleitoral do deputado estadual Baleia Rossi, filho do ministro.
Menina dos olhos de Ribeirão Preto no calendário do agronegócio, a Agrishow movimentou R$ 1,7 bilhão na feira que reúne produtores do Brasil e do exterior. Para a realização do evento, o Ministério da Agricultura destinou R$ 285 mil este ano. Há dois anos, Ribeirão Preto quase perdeu a Agrishow para o município de São Carlos, mas o ministro Rossi se empenhou pessoalmente pela permanência da feira na cidade. O ministério é generoso nas transferências de verba pública às cooperativas. Só este ano, a pasta repassou R$ 41 milhões a entidades, na rubrica de equalização de preços e taxas. (JJ)
Intercâmbio
Considerado um evento de referência em tecnologia e intercâmbio comercial para as usinas e profissionais, a feira será realizada de 30 de agosto a 2 de setembro. Um dos painéis deste ano prevê a discussão sobre o futuro do etanol no mercado internacional.
o povo quer saber aonde é aplicado seu dinheiro, e pergunta: porque destinar 285 mil reais para uma feira de agronegócio, e outros 41 milhões a entidades similares(só neste ano), porque o estado com dinheiro de impostos tem que fazer o papel de provedor/investidor num setor que o lucro retornará apenas para os proprietários/latiundiários, e as migalhas para os seus peões?...Não seria mais adequado como políticas econômicas que buscam justiça social,
transformar esse tipo de "investimento", em alimentos/e provisões para os famélicos bóias frias do campo?