As declarações foram feitas um dia depois de FHC publicar um artigo desafiou os petistas a fazerem comparações sbre governos de Lula está deixando José Serra sem cabelo em pé.
As comparações propostas no artigo dividiram opiniões no PSDB. O texto contraria a estratégia do governador de São Paulo e pré-candidato tucano, José Serra, de evitar comparações de governos. Em conversa com o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), Serra limitou-se a chamar o texto de "inteligente". Em público, evitou fomentar a polêmica.
Segundo interlocutores do governador, é um erro estratégico dar uma largada na campanha desmentindo críticas do PT. Ainda assim, a avaliação é de que, se restrita aos jornais, a discussão não provocará dano à candidatura tucana, desde que encerrada agora.
Petistas aproveitaram o artigo para reforçar, em entrevistas e em redes sociais, a estratégia de comparar governos.
Em público, no entanto, lideranças tucanas evitaram criticar FHC. "O momento de discutir esses dados é agora. Não na campanha. Ninguém vai ficar olhando para trás na campanha", disse Sérgio Guerra.
Na mesma linha, o deputado José Aníbal acha que é necessário rebater dados apresentados pelo governo sobre a gestão tucana. "A eleição não vai ser plebiscitária como eles querem, mas nós não vamos ceder mais a esse ativismo propagandístico e acusatório do PT", disse o deputado José Aníbal (SP).
O artigo foi publicado num momento em que o comando tucano trabalha para convencer o governador de Minas, Aécio Neves, a ocupar a vice de Serra. Há quem argumente que o momento é de focar esforços na construção dessa chapa.
Se dependesse de Serra, FHC ficaria afastado da linha de frente da campanha, mas o ex-presidente avalia que, se o partido não defende seu governo, cabe a ele fazer esse debate.
Nas duas últimas eleições presidenciais, os candidatos do PSDB, Serra (2002) e Geraldo Alckmin (2006), não fizeram a defesa dos dois mandatos do partido, o que é considerado um erro por alguns tucanos.
O ex-presidente participou ontem da inauguração da Biblioteca de São Paulo, obra do governo estadual. Ele deixou o local antes da chegada de Serra.
Indiferente à estratégia de evitar polêmica, FHC não só fez novas críticas a Dilma e a Lula como citou abertamente Serra como o candidato da oposição.