Em evento de seu partido, pré-candidata do PV afirma ter sido a primeira a defender a unidade nacional na campanha, tema do discurso do tucano
Marina Silva, senadora e pré-candidata do PV à Presidência, disse ontem, em São Paulo, ter ficado "feliz" com o conteúdo do discurso apresentado sábado pelo presidenciável tucano José Serra, no lançamento de sua pré-candidatura, porque suas ideias foram "acolhidas" pelo adversário.
Marina afirmou que a linha mestra da fala de Serra, que prega a união pelo País e a recusa do "nós contra eles", é sua linha mestra "desde sempre". "A ideia de união já tínhamos colocado, inclusive dizendo que não se deve ter uma relação entre biografias tão respeitáveis como se fôssemos inimigos. Fico feliz que esse discurso também tenha sido acolhido", assinalou.
Mais cedo, Marina havia discursado durante 20 minutos em evento do PV paulista para apresentar candidaturas ao governo e ao Senado. Defendera que o debate não fosse em torno de pessoas, mas de projetos, em termos semelhantes aos apresentados por Serra.
"(O debate) Não é em torno de Marina, Serra, Dilma, Ciro. O debate que temos de fazer, a união que temos de fazer é em torno dos desafios do Brasil e isso faz com que a gente dê um passo adiante, senão avançamos pouco, mas não muito", disse a senadora para uma plateia de 600 correligionários.
Para Marina, a diferença entre seu discurso e o de Serra é apontar que o debate político não pode ser pautado pelo "medo" - com críticas indiretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Não precisamos fazer o debate em torno do medo. Por um lado assombrar os brasileiros e dizer que estamos fazendo uma divisão, uma cisão, entre norte e sul, rico e pobre, e por outro dizer que temos de ter medo de voltar aos entreguistas", disse a senadora, em referência ao posicionamento do PT em relação às privatizações.
Para Marina, a adoção de seu discurso por parte de Serra significa que a eleição deixou de ser um plebiscito PT-PSDB.
"Hoje eu fiz questão de deixar bem claro de que o PV já fez. A eleição não vai ser plebiscito, vai ser processo político. E vejo que já estão aceitando a tese de que deve ser um debate e não um embate", afirmou a pré-candidata.