A ANJ (Associação Nacional de Jornais) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) criticaram a decisão judicial que proibiu a divulgação de pesquisas eleitorais no Paraná. A proibição foi pedida pelo candidato do PSDB ao governo, Beto Richa."A ANJ considera medidas judiciais dessa natureza como censura prévia e violação ao princípio da liberdade de expressão assegurada pela Constituição", diz nota da entidade de jornais.
"O intuito de subtrair à opinião pública informações sobre o andamento da disputa eleitoral fica evidenciada pelo fato de que as edições anteriores das mesmas pesquisas, enquanto apontaram vantagem do reclamante, não foram por ele questionadas", continua o texto.
O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, afirmou ontem que é "preocupante" o impedimento de publicação de pesquisas. "Quando candidatos e partidos, sob qualquer argumento, inibem a divulgação de pesquisas eleitorais estão bloqueando informação para o eleitor", disse.
Foi a segunda vez que Richa barrou a divulgação do Datafolha, alegando irregularidades no levantamento.
A decisão foi do juiz Nicolau Konkel Júnior, do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná). Ele disse ontem ter ficado surpreso que o Datafolha tenha, na segunda pesquisa impugnada por ele, incorrido no que ele considera as mesmas irregularidades que motivaram a proibição de outro levantamento.
O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, contestou as críticas. Disse que "não há vício na pesquisa" e que "todas as exigências do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] foram cumpridas".