quarta-feira, 21 de setembro de 2005

Projeto Folha - Ou como desrespeitar inteligências
Edição 26.08.2005


Na parte superior, a Folha coloca na mesma hierarquia a foto do presidente da república e um acusado de esquemas de tráfico de influência. Boxes de declaraões e fotos estão do mesmo tamanho, sugerindo que os personagens são iguais. Independente do respeito com a instituição da presidência, com a democracia e os 54 milhões de votos de Lula

Manipulação 2

Destacando notícias negativas

Na parte central, duas manchetes desfavoráveis à Lula, ao PT e à Palocci, visando descrendenciar o discurso do presidente, na manchete acima.


Manipulação 3

Tirando o PSDB da retaUma pequena chamada, no canto da página, omite que o esquema nos Correios vem desde o governo FHC. Também não existe destaque na primeira página a convocação de Daniel Dantas para depor na CPI, empresário que está por trás das privatizações do governo passado.

Destacando notícias negativas

Na parte central, duas manchetes desfavoráveis à Lula, ao PT e à Palocci, visando descrendenciar o discurso do presidente, na manchete acima.
Manipulação 1Buratti é LulaNa parte superior, a Folha coloca na mesma hierarquia a foto do presidente da república e um acusado de esquemas de tráfico de influência. Boxes de declarações e fotos estão do mesmo tamanho, sugerindo que os personagens são iguais. Independente do respeito com a instituição da presidência, com a democracia e os 54 milhões de votos de LulaProjeto Folha - Ou como desrespeitar inteligênciasEdição 26.08.2005


Folha: não dá para ler.Até quando você vai ser marionete da grande mídia?

Políticos descartáveis

Severino é filho do PSDB

Um ex-secretário de Estado dos EUA é o autor da famosa frase sobre o ditador Anastácio Somoza: “It’s a sun of a bitch, but it’s our son of a bitch”. No Brasil, Severino é o "Somoza" da burguesia que o elegeu. Agora que não serve mais, querem o cargo de volta.
A burguesia não tem partido, já nos ensinava Gramsci. Usa os partidos e os políticos, conforme lhe interessem em cada momento político, afim de garantir a reprodução da sua lógica de maximização dos lucros e de hegemonia dos seus valores na sociedade. Da mesma forma que o império se vale de quem cumpra com os seus desígnios. O ex-secretário de Estado norte-americano Foster Dulles, no governo Eisenhower, é o autor da famosa frase sobre o ditador Anastácio Somoza: “It’s a sun of a bitch, but it’s our son of a bitch”.
A burguesia brasileira se valeu de uma malta de aventureiros e corruptos, conforme lhe foram funcionais para derrotar a esquerda e garantir a continuidade do poder. Foi assim com Jânio Quadros, para derrotar o nacionalista general Henrique Lott. Foi assim com a ditadura militar, para derrotar a esquerda. Foi assim com Collor, para derrota a esquerda. Foi assim com Severino Cavalcanti, para impor derrota ao governo Lula.
Depois, passada a circunstância, quando já não tem mais utilidade ou caso se torne um aliado incomodo, a burguesia se desfaz dos bonecos que criou e inflou, jogando-os no lixo, até mesmo tratando de demonstrar que não tinha nada com isso, como se tivessem sido invenções da natureza ou do acaso. Foi assim com Jânio, com a ditadura militar, com Collor, e agora com Severino.
Este foi um candidato articulado pelos tucanos, com FHC na cabeça. Um Pigmaleão do mal, lançado, apoiado e votado pelos tucanos – a começar por esse ex-comunista, Alberto Goldman, que agora finge que não tem nada a ver com esse engendro. Os tucanos colocaram um vice de confiança deles, do PFL, e diziam abertamente que seria o poder atrás do trono e, caso chegasse a hora, assumiria no lugar de Severino. Ieda Crusius, Artur Virgilio, Zulaiê Cobra – todos brindavam a vitória contra o governo, elevando Severino a presidência da Câmara de Deputados.
Agora se comportam como o tipo que foi pego roubando um “porco”, com o bicho nos ombros e que faz gesto de surpreso: “Tirem esse bicho daí.” As marcas digitais do crime apontam para os dedos dos tucanos. Se a imprensa tivesse um mínimo de decência, reconstituiria os votos que elegeram a Severino e publicaria a lista, para que a cidadania pudesse saber quem joga com a republico conforme sopra o vento.
Os mesmos mentores das denúncias contra a corrupção, aqueles que privatizaram o patrimônio publico a preço de banana, os mesmos que querem retornar ao poder para dar continuidade a esse processo, privatizando a Petrobras, o Banco do Brasil, a Eletrobrás, a Caixa Econômica Federal, cumprindo o compromisso que assumiram com o FMI, quando quebraram o país pela terceira vez em seu governo, são os que geraram o monstro de Severino Cavalcanti e agora querem jogá-lo na lata do lixo, de onde o tiraram, porque já lhes serviu e agora se torna aliado incômodo.
Severino sempre foi conhecido como corrupto. Mas era “their son of a bitch”, o corrupto – um dos tantos – de plantão no PSDB. Não serve mais e deve ser descartado. Outros aventureiros se candidatam a terem seus 15 minutos de glória. Como dizia o cartaz no casamento do filho de César Maia: “Não procriem”. É necessário castrar os tucanos, antes que povoem de novo o poder de Severinos.
Manchete que sempre sonhamos

Paulo Maluf e o filho Flávio estão presos na Polícia Federal em São Paulo

O ex-prefeito de São Paulo Paulo Maluf e o filho dele, Flávio, foram presos hoje pela Polícia Federal (PF) acusados dos crimes de corrupção passiva, contra o sistema financeiro, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Flávio se entregou agora de manhã. Maluf chegou à sede da PF no início da madrugada. Na última quinta-feira (8), o Ministério Público Federal havia encaminhado à Justiça Federal de São Paulo denúncia contra o ex-prefeito. Na acusação, o procurador Pedro Barbosa endossou o pedido de prisão preventiva de Maluf por tentar dificultar as investigações.Outras duas pessoas são citadas na denúncia do Ministério Público: o doleiro Vivaldo Alves, o Birigui, e o ex-diretor da Construtora Mendes Júnior, Simeão Damasceno de Oliveira. Eles são acusados dos mesmos crimes que o ex-prefeito. Segundo a assessoria de imprensa da Procuradoria da República do Estado de São Paulo, Birigui teria enviado dinheiro da família Maluf ao exterior.Já Simeão é acusado de divisão de propina.O Ministério Público Federal pediu à Justiça que conceda o benefício de delação premiada (redução de pena) a Birigui e Damasceno por estarem (os dois) colaborando para as investigações com depoimentos e provas
A ira dos do excluídos


Ao procurar o PT para negociar a sucessão de Severino, alguns opositores revelam o um temor: o de que Severino revele o que sabe. No governo FHC, era ele o responsável por falar com seus companheiros do baixo clero, com a liberdade de quem conhece a linguagem e as reivindicações desse interlocutor.
Tudo indica que Severino Cavalcanti seja realmente corrupto, mas subempreiteiro da corrupção. Corresponde, no Parlamento, a tipos como Waldomiro Diniz e Maurício Marinho, operadores na ala executiva do poder. Não tendo acesso aos grandes negócios nacionais, como a eles tiveram acesso personalidades destacadas do governo passado, Severino trabalhava no rés do chão, a ponto de exigir participação fixa nos restaurantes da Câmara. Isso, bem se entenda, se provado for.
Vindo de João Alfredo, em Pernambuco, tendo feito, como tantos de seus conterrâneos pobres, a aventura paulista, Severino retornou à sua cidade, a fim de se dedicar à política. Eleito deputado federal, surpreendeu pela rápida liderança que assumiu entre os marginalizados da Câmara dos Deputados. Como em todos os parlamentos do mundo (o Brasil nunca foi exceção) há os que contribuem com suas idéias e os que só podem contribuir com o voto.
Severino se encontra entre os que votam. Já que devem votar, e não dispõem normalmente de idéias, os membros do baixo clero tratam de obter o máximo pela sua possibilidade de decidir na construção de maiorias. Quase sempre, procuram encaminhar recursos para obras visíveis em sua região eleitoral, e de vez em quando tratam de arrecadar dinheiro vivo.
A grande utilidade de Severino, no governo Fernando Henrique, era a de falar com os seus companheiros do baixo clero com a liberdade de quem conhece a linguagem e as reivindicações do interlocutor. Pôde, assim, agir como habilíssimo operador do Sr. Sérgio Motta, na aquisição de votos para as emendas de interesse do presidente, entre elas, a principal, da reeleição.
É nesses fazeres e saberes do parlamentar que se encontra o grande temor dos tucanos. Severino nada tem a perder, porque já terá perdido tudo, ao ter, como se espera, o mandato cassado, passo necessário à sua defenestração do cargo de presidente da Câmara. Está, portanto, disposto a contar tudo o que sabe, e o que sabe não é pouco: é muito.
Por isso, nas últimas horas, alguns oposicionistas tentam, ao negociar com o PT a sucessão de Severino, armar um esquema para desmoralizar todas as informações novas sobre os escândalos que o pernambucano trouxer. É previsível que Severino fale de todos e contra todos, no momento em que até o seu protegido político, o Sr. Ciro Nogueira, lhe admite a degola. Já há mesmo quem, no propósito de invalidar suas prováveis denúncias, identifiquem, no discurso tatibitate do presidente da Câmara, sinais de perturbação mental, eventuais em sua idade.
Por mais rápido e sumário venha a ser o processo de seu afastamento, há prazos regimentais rígidos, e isso fará da próxima semana uma estação de novas angústias. Agosto, como se vê, não acabou no último dia 31: montou-se na garupa de setembro e vem dirigindo os fados.
O grito da Marilena

Por Emir Sader


O “No passarán” da Marilena Chaui não precisou esperar muito para que aqueles a que ela denunciava vestissem a carapuça. Editoriais, colunistas passaram recibo, revelaram como se sentem incômodos diante da denúncia do ódio de classe que devotam à esquerda e voltaram a desfilar seu linguajar recheado de clichês contra ela, contra o PT, contra a esquerda.
Não podem rebater a visão exposta por ela, do papel do PT na construção democrática brasileira, do seu papel de destaque na luta para imprimir justiça e igualdade no sistema social e político do país mais injusto e desigual do mundo. Foi por esse papel que o PT foi construído como único partido com militância política real, com vinculação estreita com os principais movimentos sociais, com o melhor da intelectualidade brasileira.
Não podem e então apelam para a ofensa, para a desqualificação, não conseguindo esconder a inveja e o sentimento de inferioridade que têm diante de uma intelectual independente, crítica, radical. Se ofenderam com seu silêncio e se ofendem agora com seu grito. Sabem que ela se refere a eles, colunistas, editorialistas, donos dos grandes espaços na mídia produto do monopólio familiar dos grandes meios de comunicação de que desfrutam, onde funcionam como ventríloquos dos poderosos.
Acostumam-se aos que se vergam diante desses poderosos, adoram concordar com seus patrões, que lhes dão sustento e espaços para que promovam suas idéias. Por isso perdem as estribeiras quando se vêem obrigados a ouvir vozes discordantes, que vivem da sua verdade, que não trocam suas razões pelo prestígio momentâneo dos espaços privilegiados na mídia. São os “falsos intelectuais”, nas palavras de Sartre, que remetia à expressão de Albert Camus – são “os cães de guarda”.
Tomam consciência plena nesses momentos de que suas palavras passam como o vento, enquanto o que ficam são as verdades construídas com as razões profundas dos movimentos históricos que os transcendem. Que se gozam dos benefícios dos donos das suas palavras, não contam com o respeito dos movimentos sociais, da intelectualidade crítica, que não passarão à história senão como escribas anônimos, cinzentos.
Enquanto isso a voz de Marilena, sua palavra, sua dignidade, sobrevoam, soberanos. Por isso os incomoda, porque sabem que “No pasarán”!


E- Agora?

Como que fica "grande imprensa Brasileira"?

Vocês que gritaram em alto e bom som, dizendo que o Toninho havia dito, havia falando...havia confirmado...havia jurado...havia...havia...havia...que havia lavado dinheiro para o Ministro Márcio Thomas Bastos e Meirelles.

Pois é grande imprensa, assistiu o depoimento do Toninho? E- AGORA? O que é que tem vocês jornalistas tem para dizer para o povão Brasileiro? E vocês deputados? foi hilário ver vocês ontem arrumando desculpas esfarrapadas para desmentir a si próprios!

Mas hilário ainda e ver ACEMINHO NETO falando em ética.

Não vai ser o ACM Neto, do PFL ladrão e corrupto, que vai agora posar de vestal da moral e do bom trato com a coisa pública.
Dá vontade de chegar pra ele, apontar o dedo na cara dele e dizer: "Quem você pensa que é, seu playboyzinho reacionário! Sabe quem é seu avô? É o maior ladrão, o maior oligarca do Brasil".
Dono de jornal e redes de transmissão de TV na Bahia, ACM tem dezenas de processo de corrupção contra ele, a começar por aquele último em que roubou a lista dos que votaram contra e a favor do deputado Luis Estevão, ferindo a ética parlamentar."

REVISTAS SEMANAIS

A imunidade do mandato



A grande imprensa, enquanto quarto poder, tem papel importante e ao mesmo tempo dúbio nos embates da democracia. Pode elucidar ou confundir. Pode esclarecer ou emaranhar. Pode dizer só a verdade, com os méritos merecidos de alerta à opinião pública, ou escamoteá-la, a serviço de interesses diversos.
Joga com a informação, manipula o emocional do público, rumina os fatos, esquenta o clima, aumenta a audiência na mídia eletrônica, fatura com anunciantes, faz fervilhar o mundo político, cria mitos ou os destrói sem cerimônia. Com essa prática repetida, mantém satisfeitos os corações sedentos de histórias novelescas, aprisiona personalidades em fatos inexplicados, rearruma razões inconsistentes para dramas nacionais que se arrastam, no caso do Brasil, por dezenas de anos.
As revistas semanais, com destaque para a publicação dos Diários Associados, a revista O Cruzeiro, desde a Velha República passaram a exercer papel diferenciado dos jornais diários. Especializaram-se na busca justificada de jornalismo sério, mas se acostumaram a temperar seus textos com ares de fuxicos de comadre que, embora bem trabalhados e meticulosamente tecidos, travestidos com roupagem investigativa, atuam num limiar frágil entre a informação procedente e os alardes falsos.
Sob a maquiagem de texto reflexivo, sem dúvida, esse gênero de publicação tem grande penetração no imaginário da classe média brasileira, que constitui a grande maioria do seu público-alvo.
Processos de calúnia
As crises da história republicana, em nosso país, podem ser contadas de muitas maneiras, desde as intrigas palacianas, como aconteceu com Getulio Vargas, por exemplo, agonizando nos dias que antecederam sua morte, e as notícias que primaram pela riqueza de detalhes cruéis, sustentando a leitura de um povo que ainda não dispunha do alcance da televisão, naqueles anos da década de 50.
O fato principal é que o imaginário humano se alimenta do sórdido, do quanto se descubra de elementos transgressores ou perversos na vida privada verdadeira ou falsa de políticos, artistas, mitos, desportistas, reis, príncipes e líderes religiosos.
Até que ponto esse conjunto de matérias disputadas a cada fim de semana, no redemoinho de cada crise conjuntural, tem a propriedade de contribuir para desenrolar os novelos da corrupção, oferecendo, comprovadamente, substancial aparato que subsidie a justiça, a aplicação das leis, a retomada do curso normal da vida democrática? Louvável quando nos induz ao esclarecimento dos fatos, e lamentável se soltam fumaças sem chamas.
No afã de informar, vender, denunciar, faturar, as revistas semanais brasileiras têm tido papel reconhecidamente sério, como no episódio da queda do presidente Collor, entre tantos. Mas não se pode perder de vista que algumas notícias rendem processos de calúnia, injúria ou difamação que vão tramitar nos tribunais por longo tempo, dando ganho de causa aos ofendidos, sem entretanto conseguirem estes a devida reparação dos danos morais, que não os pecuniários, a que ficam expostos quando do envolvimento de seus nomes em páginas publicadas no calor da corrida irresponsável ao ouro descoberto pelo quarto poder.
Peneiragem criteriosa
As revistas semanais de maior circulação na atualidade, como pauta de assuntos políticos e nacionais mais importantes, durante a crise política brasileira dos últimos meses, vêm realizando trabalho promocional de capas e conteúdos como se fora o exercício de mandato representativo delegado ex officio, com plenos poderes.
É necessário que a associação representativa da classe empresarial, que tem sob o seu comando as editoras responsáveis por essas publicações, pare e reflita, em conjunto, o seu papel de quarto poder.
Seu mandato precisa ser exercido com consciência de grande brasilidade e desprendimento comercial, para que suas revistas não acabem exercendo as funções de desestabilização, em vez de contribuir com seriedade e civilismo para que a nação possa legislar, executar e julgar, no cenário nacional, com níveis de grandeza e maturidade.
A responsabilidade da comunicação social tem sido objeto de estudo em todo o mundo, tal o poder de persuasão e o nível de influência que sua ação pode desencadear no inconsciente do público, detonando graus crescentes de instabilidade ou insegurança. Uma atitude de autocontrole permanente e responsável é o ideal para que essa avalancha de suposições ou verdades, nem sempre fundamentadas, não venha, após peneiragem mais criteriosa, surpreender por não passarem de fabricação de meros factóides.
Jornalismo e confiança
O risco de denúncias forjadas, fofocas maledicentes, "disse-me-disse" digno de acirramento de ódios pessoais ou ciumeiras humanas infantis não deve tomar o lugar da sobriedade equilibrada. A informação difundida pelas revistas semanais brasileiras não tem o direito de descuidar-se do compromisso com o papel de formador responsável da opinião pública.
Um capítulo sensacionalista a cada semana, provocado pela onda investigativa de cunho denuncista, corre o risco de distorcer propósitos, ocultando as razões que espalham a confusão, disseminando, inclusive, o descrédito, o desânimo, distanciando-se da ética capaz de preservar não só a liberdade de imprensa, mas de exercer junto à população a prestação de um serviço esclarecedor, informando verdades, e não suposições.
O quarto poder tem o compromisso de zelar pelo fortalecimento das instituições conquistadas pela democracia brasileira. O jornalismo das revistas semanais ganhará em qualidade quando considerar que sua imunidade tem mesmo a ver com a notícia capaz de infundir confiança e rumos positivos na história do nosso povo.
Sonho


Hoje, mais uma vez a imprensa foi dominada por inúmeras denúncias de corrupção Tucana. Mostrou os casos de compra de votos para reeleição de FHC, entrevistando alguns criminosos que o acusam; denunciando os esquemas de corrupção durante as privatizações onde a Vale do Rio Doce foi vendida por U$3 bilhões e hoje vale U$48 bilhões, não poupando FHC; Também está sendo mostrado na mídia, exaustivamente o escândalo do PROER, em que o governo Tucano liberou R$ 9 bilhões para um banqueiro falido do Econômico só porque é amigo de ACM, todos estão tendo que dar explicações; Matérias mostram que Serra não tem desculpas para as mortes nos postos de saúde, e Alckmin está sob fogo intenso pelo desmando da Febem, sequestros e pedágios. Com tantas acusações, a cúpula Tucana se vê acuada pela opinião pública, e já começa a cair um por um. Em breve os Tucanos serão uma espécie em extinção.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Um outro programa do Governo LULA que foi amplamente sabotado pela imprensa safada... Estão mordendo a língua mais uma vez.

Aposentados "levantam o traseiro da cadeira" e derrubam juros

Os aposentados estão sacudindo a economia brasileira. Eles foram os primeiros a "levantar o traseiro da cadeira", como sugeriu o presidente Lula, para estimular a concorrência bancária. Fizeram tanto barulho que provocaram uma reunião de horas e muita discussão na Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) e acirrou uma briga entre grandes e pequenas instituições. O saldo é: grandes bancos começam a entrar no mercado de crédito consignado para os aposentados com taxas muito competitivas.
O Bradesco começou a operar crédito consignado em agosto. O Real iniciará a oferta de crédito nas próximas semanas. Além disso, os bancos alinhavaram uma operação para iniciar em outubro o recadastramento dos aposentados. Um negócio e tanto para os bancos, que vão receber pelo serviço uma taxa cada vez que um dos 23 milhões de aposentados se recadastrar. Dois foram os motivos que mantiveram os grandes bancos fora desse mercado: o risco da carteira e o medo de canibalização de seus próprios produtos.
Concorrência
Isso é relevante quando se observa a brutal queda nas taxas dos empréstimos. Produtos como cheque especial custam mais de 10% ao mês. Já o crédito direto ao consumidor custa cerca de 7% ao mês. Comparado a esses produtos, o crédito consignado ao aposentado é uma pechincha: menos de 2% ao mês para operações de até seis meses e 4% para empréstimos de 48 meses. Por essa razão, os aposentados fizeram filas em bancos que antes eles nem sequer tinham ouvido o nome.
Os bancos de menor porte, sem o poder de distribuição das redes de agências, encontraram então uma forma de ficar extremamente competitivos. Afinal, tinham o produto que o cliente queria e não encontrava no banco de seu relacionamento. As grandes instituições sentiram a concorrência nos calcanhares. "Os bancos menores foram muito agressivos", diz Décio Tenerello, vice-presidente do Bradesco. "Sem dúvida tivemos clientes que foram atendidos por esses bancos", acrescenta.
Detalhes
Para atender seus 4,3 milhões de aposentados, o Bradesco contratou um time de senhoras a partir de 50 anos de idade e jogou as taxas lá em baixo. Hoje é possível para os aposentados tomar empréstimos de até 1,75% de taxa ao mês nas agências do Bradesco, ao mesmo tempo em que batem papo com senhoras muito falantes e simpáticas, tomam café e comem biscoitos. Elas receberam treinamento, aprenderam o que é juro e como tomar crédito.
Enquanto os bancos menores vendiam fartamente esses empréstimos, os grandes bancos negociavam na Febraban detalhes operacionais. Eles não estavam confortáveis com a forma de pagamento do empréstimo. Pelo mecanismo, o valor da prestação só era pago cinco dias depois de o aposentado receber o benefício. Ou seja, há uma defasagem entre o momento em que o aposentado é descontado e o momento em que o banco recebe. "As divergências ainda não foram superadas, mas resolvemos entrar no mercado porque ainda há um universo enorme de pessoas que não foram atendidas", diz Tenerello.

segunda-feira, 19 de setembro de 2005

Peralá, pois agora eu vou falar


Alguém neste país precisa dizer umas coisas ao torto e à esquerda.
Por Miguel do Rosário

Recentemente, a mídia caiu de pau em cima do Lula, entrevistando historiadores de baixo calibre, pelo fato dele ter se comparado a Vargas, a Jango, e a JK; políticos que viveram crises políticas terríveis em seus respectivos mandatos. Repetiu-se, à larga, que era um absurdo Lula comparar-se a esses "grandes". Peralá. Ninguém nega a importância desses três para a história nacional, mas Vargas foi um ditador que por pouco não se aliou à Alemanha nazista e prendeu, torturou e matou milhares de militantes políticos, inclusive o doce e sereno Graciliano Ramos.
Peralá. JK vendeu o país às petrolíferas estadunidenses, ao desmantelar todo o sistema ferroviário nacional, fator até hoje considerados um dos maiores desastres históricos do país: nos amarrou a um modelo absurdo de infra-estrutura para um país continental como o Brasil.
Lula, quando assumiu, prometeu construir ferrovias, mas percebeu que fazer trem e linhas férreas, começando quase do zero, requeria investimentos enormes inalcançáveis no momento ao Brasil. Eu também sempre achei que construir trem era relativamente barato e fácil, mas fiz umas pesquisas e constatei que, de fato, cada metro de linha férrea custa milhares de dólares. Por isso, será a China quem vai bancar o nosso trem, a partir de 2006 ou 2007, através das PPPs.

Outra do JK: foi ele que deu início à nova fase de endividamento externo do país. Brasília foi uma beleza, disso ninguém duvida. Mas na época ele era amaldiçoado pelas esquerdas por torrar todo o Tesouro Nacional ali, e ainda pedir emprestado lá fora, deixando o resto do país à míngua.
Peralá. Jango também foi importante, quis fazer as reformas e tal, mas todo mundo sabe que ele era muito mais de falar do que fazer. Mesmo o Darcy Ribeiro e Paulo Freire ficaram amarrados, sem conseguir deslanchar seus projetos. Além disso, foi bobo, irresponsável, não soube enxergar o golpe que se tramava debaixo de seu nariz, e que iria lançar o país nas trevas por 20 anos. A única coisa que Jango fez de "grandioso" foi casar com a filha de um latifundiário.

Outra coisa, nunca votei no PT por causa de ética que o partido propalava. Votei porque sabia que o Serra ia implantar a Alca, privatizar a Petrobrás a preço de banana (assim como fizeram com nossa saudosa Vale do Rio Doce); o mesmo Serra que hoje privatiza o uniforme escolar das crianças paulistanas. Sempre soube que o PT não era partido de santo; não existem santos em partidos; e já alertava para o fato de que, subindo ao poder, o deslumbre era inevitável.
Reuniãozinhas e panfletinhos

Com o PSDB no poder, nunca teríamos a oportunidade de vivenciarmos essa crise de agora, nunca teríamos acesso aos bastidores sombrios do poder, nunca o processo eleitoral seria questionado. Essa crise é importante, porque toca no nervo principal da democracia: a eleição. Sim, porque é preciso ganhar a eleição, porra! Agora, que apareceu esse lado podre da eleição, tem gente achando que o PT se vendeu por um "projeto de poder". Ora, se não é para atingir o poder, para que serve a merda de um partido? Para fazer reuniãozinha na sexta-feira no Buraco do Lume, ouvindo o Chico Alencar protestar contra as privatizações? Para distribuir panfletinhos na Estação da Luz com barriga vazia e sovaco fedorento?
Critica-se a estratégica "eleitoreira" do PT, e cai-se no mesmo erro: qual o sentido de um partido senão o de ganhar eleições para representar o povo que o elegeu? Parte da esquerda mostra uma grande nostalgia do tempo em que era apenas festiva, e ser do PT significava dançar e fumar um baseado em festinhas do Jardim Botânico, ou Vila Madalena, ou seja lá onde for. Agora, que ser do PT é assumir responsabilidades, sofrer ataques diários da imprensa, tomar decisões graves e, naturalmente, também errar, agora que chegou o tempo "dos fortes", como bem disse Tarso Genro, eles não querem mais ser do PT, e saem correndo com o rabo entre as pernas; tornam-se "petistas arrependidos"; e praguejam contra o PT por todos os brochinhos que comprou. Vão até para o PDT, como recentemente o professor Buarque. Sim, é o momento dos fortes.

É risível a comparação da Veja e do Globo de Lula com Collor, esquecendo que foram eles os maiores apoiadores da quadrilha de PC Farias. O Marcos Valério fez escola dentro do PSDB, arrecadando dinheiro para o Eduardo Azeredo na campanha de Minas Gerais, está provado e assumido pelo próprio Azeredo, em uma cena patética na TV. Valério era sócio dum figurão do PFL, também está provado, documentado e assumido. Os contratos de Valério com o governo federal têm quase 20 anos, tendo se ampliado muito no governo FHC. Continuou crescendo com Lula, até que estourou a crise. Ou seja, essa mamata de 20 anos vai finalmente terminar.
Quando? No governo Lula, cujos órgãos de investigação vinham farejando os rastros de Jefferson até que, este, percebendo o fim próximo e aproveitando-se da grande mancada de Lula (falar que dava um cheque em branco pra ele), resolveu partir pro ataque. Jefferson está desmoralizado. Descobriram que a corrupção que havia nos Correios era mesmo para o PTB. O erro principal de Lula e do PT foi achar que ainda corria um pouco de sangue político no PTB, e não apenas sangue verde de cobra viciada em dinheiro.

Sobre os críticos da esquerda que atacam Lula agora são os mesmos que sempre o atacaram. Só deixaram de atacá-lo na época de eleição, em que havia um irresistível clamor popular pela eleição de Lula, e depois em 2004 e início de 2005, quando o crescimento econômico e a geração de emprego foi um tremendo cala-boca.

Bornhausen e PSTU

Merval Pereira, o sofista-mor de O Globo, só fala em impeachment. Agora, encontrou uma tal de professora norte-americana que fala de impeachment na América Latina, e fica transcrevendo trechos do livro dela. A tentativa de produzir manifestação popular contra Lula é patética. No jogo do Brasil, havia lá uma família, com três ou quatro crianças segurando as letras "Fora Lula" e foi capa de todos os jornais; caricatural. No 7 de setembro, falou-se Lula foi vaiado: e mostra a cena na qual, curiosamente, não se escuta vaia nenhuma. Apurei o ouvido e nada: talvez um uuuuh baixinho lá no fundo, provavelmente de algum furioso do PSTU; militantes que não sabem fazer outra coisa a não ser ficarem furiosos, cuspindo quando debatem, cada vez mais parecidos com o Jorge Bornhausen. Ora, tenham dó, o "fora todos" dessa turma é de um primitivismo político digno de comédia de Miguel Falabella.

Não é só no Rio, o UOL, da elite paulistana, mantém em seus quadros uma "cientista" chamada Lucia Hippolito, primor de manipulação e desrespeito ao pensamento esclarecido. Está presa a uma casa mental em que cisma que o Lula é o "pior dos mundos" e o "mercado" é tudo de bom. Para quem não sabe, "casa mental" é um estado psíquico, onde o paciente nega-se a enxergar fora de determinada realidade, que só ele cria. No caso de dona Lúcia, ela enxerga coisas tão absurdas que não é necessário, para o leitor da Novae, nem comentários. A casa mental da dona Lúcia está ajoelhada nos interesses sórdidos do UOL, e sua família, que não se conformam com a vitória de um operário do ABC, contra a "intelligentia" do jardim Europa.
Uma das mais recentes da Dona Lúcia: "Acho que o presidente Lula encontrou em Severino quase uma alma gêmea. Lula está muito isolado, afastado... Severino e ele têm a mesma origem, são pessoas simples, que se entendem." (sic). Faça-me o favor, Dona Lúcia. Comparar Lula e sua história com Severino "mensalinho", cria do PSDB, é caso de processo. É chamar a todos nós de idiotas.

Falam que o governo Lula não tem projeto: ora, não tem porque eles não querem, porque não querem ver nada. Queriam Lula no alto de um palanque praguejando contra os Estados Unidos, como Chávez? Isso seria projeto? Ora, a Venezuela só tem petróleo e o Tio Sam é obrigado a engolir o Chávez porque precisa do petróleo deles, ainda mais nesse momento, em que brinca de guerra no Oriente Médio. O Brasil vende os mais diversos produtos para mais de cem países, o que o obriga a seguir um certo padrão internacional, em termos macro-econômicos(leia-se política fiscal austera), ou melhor, faz com que seja mais interessante para nós agirmos assim do que não. Ah, sim, se Lula decidisse prosseguir o desmonte do Estado iniciado por FHC, isso seria
"projeto de governo'.

E o software livre, não é projeto? Aliás, sobre isso, com alívio leio notícia na Agência Brasil que a Ministra Dilma Roussef enquadrou o Hélio Costa, que andou fazendo algumas declarações que causaram temor na comunidade do software livre. Os funcionários responsáveis já declararam que o software livre continua sendo uma prioridade do governo. Oxalá continue assim. Pressionemos.
Vigiemos.

A campanha pelo desarmamento, tão criticada pela direita, não é projeto? O Estatuto do Idoso, não é projeto? O aumento real do salário mínimo, não é projeto? A parceria com a China, Ìndia e países da África e oriente médio, não é projeto? A integração latino-americana, não é projeto?
E o apoio à agricultura familiar, não é projeto? Isso sim é reforma agrária: dar financiamento aos pequenos produtores, comprar a produção deles, garantir o preço mínimo, coisa que os grandes sempre tiveram, e que somente agora, depois de 500 anos, está chegando aos pequenos agricultores, os quais respondem por 70% da produção de alimentos no país. Só isso, se o governo Lula não tivesse feito mais nada, já valia o seu governo.

Se é bom, não é Lula

Afinal, que porra de PROJETO de governo que tanto cobram? Ah, já sei, queriam que o Lula lançasse um decreto assim: "a partir de hoje todos os brasileiros terão direito a um salário três vezes superior ao que ganham hoje; ninguém mais ficará doente ou deprimido; os bares serão desapropriados pelo governo e a cerveja será gratuita; os hospitais públicos serão reformados em 48 horas. Prefeituras e estados não precisam mais fazer nada, podem roubar à vontade, o governo federal se encarregará de tudo. Os impostos para classe média e empresários serão zerados. Os bancos serão atacados pelo governo, quebrarão, afinal ninguém suporta mais saber que os bancos têm lucros recordes. Então, falência neles! O governo, através do Tesouro Nacional, restituirá cada centavo depositado a cada cidadão, mais mil reais de brinde". Todo mundo ia ficar feliz, ainda mais depois que for aprovada a legalização e distribuição gratuita de maconha. Todos em casa, sem trabalhar, fumando um e vendo o William Bonner anunciar essas notícias maravilhosas.

Chega o Jô Soares e suas peruas da quarta-feira e elogiam o trabalho do Ministro da Justiça e do Pallocci, como se eles não fizessem parte do governo Lula. É assim: tudo que é bom, para eles, não faz parte do governo Lula.
O triste é que, desde 2003, após a posse de Lula, colocaram a pecha de neo-liberal no Pallocci e na política econômica, como forma de desconstruir Lula junto à esquerda. Quase conseguiram. E agora, com a crise, colhem os louros da estratégia. Os mesmos que criticaram a política econômica em 2003 mas calaram a boca em 2004 e início de 2005, com a retomada vigorosa do crescimento e do emprego, voltam agora a atacar a política econômica.

O PSTU chega ao cúmulo de continuar gritando "Fora FMI", mais de um ano depois que o governo Lula RASGAR (com toda elegância) o contrato com o FMI. Continua o superávit primário e os juros altos, tudo bem, também sou contra. Todo mundo é contra juro alto: até o Lula e o José de Alencar são contra. Mais dia menos dia, aqueles "retardadados" do Banco Central (conforme expressão de Maria da Conceiçao Tavares) vão tomar vergonha na cara e baixar os juros. Sobre o superávit, o culpado não é o Lula, o culpado é o FHC, que decuplicou a dívida interna, entregando pro Lula um abacaxi que está chegando a 1 trilhão de reais. C'est la vie, mon amie. Os caras tão fazendo o possível: reduziram a dívida externa a um mínimo; voltaram a captar emitir títulos públicos no exterior, a juros menores e prazos longos, de forma que o governo está conseguindo, pela primeira vez, financiamentos não-extorsivos lá fora. A tendência é aumentar, essa seria uma das lógicas para manter o superávit: ter credibilidade para pegar dinheiro lá fora.

O que é isso, companheiro?

Falta falar do Gabeira, que virou papagaio de madame, xodó do Jô e da Hebe Camargo, ídolo das lourinhas turbinadas da Mackenzie de São Paulo. Aqui no Rio, apoiou o César Maia, da ala mais reacionária do PFL, que só pensa em espancar camelô, escrever em seu blog contra o governo federal e sonhar com a presidência e o momento glorioso de transformar o Brasil num bordel luxuoso de um Estados Unidos decadente. Se pelo menos tivesse uma política voltada para o turismo, mas o pior é que nem isso... Bornhausen fala que o Lula não gosta de trabalhar, mas quem não gosta é o César Maia.

Tem outras coisas ainda que não entendo: por que a missão brasileira no Haiti é tão criticada? Trata-se de uma missão da ONU, votada por toda a comunidade internacional, com o objetivo de evitar uma guerra civil no país. Quem viu o filme Hotel Ruanda ou acompanhou as guerras civis na África sabe como é terrível uma guerra civil. Foi muito importante o Brasil chefiar a missão, quebrando a tradição de ser sempre os Estados Unidos a liderarem intervenção militar na América Central. O exército brasileiro sabe respeitar o povo haitiano e foi crucial durante as inundações que o país sofreu, ajudando a manter a ordem e a distribuir os alimentos. Não importa que o presidente tenha sido deposto por segmentos aliados ou não aos EUA, o que interessa é que o país precisava de apoio internacional para manter a ordem social, evitando o risco de genocídios. Sem contar que o Brasil é o maior defensor de que a comunidade internacional ponha dinheiro no Haiti para fomentar o desenvolvimento econômico do país. Lula em pessoa, em conferência internacional, pediu dinheiro para o Haiti.

Voltam até a falar no gasto com o Aerolula. Aí é demais. A própria Força Aérea já divulgou que a compra do Aerolula representou na verdade uma economia, pois aquela lata velha de antes gastava tanta gasolina que, em alguns anos, consumiria o equivalente ao preço de um avião novo. Além do mais, era uma lata velha perigosa: queriam ver uma comitiva de presidente, parlamentares, jornalistas, diplomatas, caindo no Atlântico? Seria uma ótima notícia para a imagem internacional do Brasil, sobretudo se considerarmos que somos um dos maiores exportadores mundiais de aviões... É muita mesquinhez.

A hora é de apoiar Lula e colaborar com a reconstrução do PT, único partido com força política suficiente para fazer frente ao PSDB e PFL. Depois que o PSTU conseguir eleger pelo menos um vereador em algum lugar do país, obtendo assim um mínimo de reconhecimento político e respaldo popular, pode querer apitar em alguma coisa. Sobre revolução, acho que, diante da atual conjuntura brasileira, a única revolução que presta é ler um bom livro, apoiar o software livre e agricultura familiar, produzir (e anunciar em) sites como a www.Novae.inf.br e ter dez reais no bolso para tomar uma cerveja e comer um PF.

O Brasil precisa de boas escolas públicas e melhores hospitais, isso sim, coisa que o PSDB de São Paulo, Geraldo Alckmin, está longe de fazer. O resto é totalitarismo já tentado e fracassado. Votarei em Lula novamente em 2006 e espero que os projetos importantes de educação e saúde sejam finalmente implantados em seu segundo governo; se não forem, ai sim ingressarei na oposição e vamos procurar um cara melhor para 2010. Agora, não sou eu que vou entregar o ouro para ACM Neto ser o novo ministro do Planejamento e o Bornhausen, ministro da Saúde, coisa que, pelo jeito, a extrema-esquerda quer com todas as suas forças, visando produzir uma saudável (a seu ver) turbulência social, que é o mais próximo de um ambiente revolucionário que a extrema esquerda tem condições de provocar. Turbulência essa que, naturalmente, seria feita às custas da fome do povo, que não é funcionário público e não pode filar uma bóia na casa da mãe (até porque é ele quem sustenta a mãe).

Do outro lado do espelho, os espectros direitistas dessa extrema-esquerda são o movimento "Basta" entre outros, liderados pelas distintas madames dos bairros nobres. São os sucedâneos da obsoleta TFP, que já estão botando suas asinhas de fora... como fizeram tão bem naquele fatídico abril de 64, quando as boas famílias do Rio e São Paulo fizeram passeatas contra Jango e a favor do golpe militar. Não se esqueçam que um dos lemas do golpe era "acabar com a corrupção".

Miguel do Rosário é escritor, colunista da Novae, editor de Arte & Política. Escreve para o blog: hellbar.blogspot.com. Miguel do Rosário lançou em março de 2005 o livro Contos para ler no Botequim, disponível no site do escritor.
Vem ai o supermensalão de FHC


Denúncia de que a Receita Federal vai investigar um esquema que funcionou no governo FHC
Os aliados de Lula, ameaçados de cassação, estão excitados diante da denúncia formulada pela Receita Federal, , dando conta do desvio de bilhões de reais por meio de sonegação de impostos para viabilizar o processo de privatização na Era FHC.
Proporcionalmente, trata-se de escândalo financeiro muito maior do que o desatado pelas denúncias do cassável deputado Roberto Jefferson, que, ao longo dos últimos três meses, causou a maior crise política da Nova República, responsável por jogar na lata de lixo da República a falsa experiência ética petista construída durante 25 anos de história.
Perto do rombo proporcionado por meio de planejamento tributário - supermensalão - legalmente construído durante a Era FHC, o mensalão da Era Lula se transforma em mero mensalinho. A Receita Federal, agora, dando tratamento diferente ao assunto considera que ocorreu simplesmente fantástica transferência de renda aos grandes grupos econômicos, ao arrepio da lei, assunto que, nas próximas semanas, poderá ganhar ressonância no Congresso, como algo salvacionista para os desesperados aliados de Lula, que vêem seu futuro político mais negro do que as asas da graúna, relativamente às suas chances nas eleições do próximo ano.
Enquanto o mensalão de Lula teria sido utilizado para garantir maioria no Congresso e pagamento de dívidas eleitorais, por meio do dinheiro do caixa dois, acumulado no processo eleitoral, o mensalão de FHC aos grandes empresários – mecanismo econômico diferente do mecanismo político imaginado pelos petistas sob suposta coordenação de José Dirceu – representaria o cacife que ajudaria na compra de votos para garantir aprovação da emenda à reeleição.A maracutaia tucana permitiu que o capital interessado em comprar empresas estatais, no processo de privatização desencadeado pelo governo FHC, a partir de 1996, ficasse livre do pagamento de impostos nos contratos de compra e venda, descaracterizados como tal para permitir sonegação fiscal.
A coisa, conforme imaginou o ex-secretario da Receita Federal, Everardo Maciel, que, agora, é desmascarado pelo seu substituto Jorge Rachid, funcionava assim: vendedor e comprador se associam para criar uma terceira empresa na qual o comprador injeta capital, adquirindo ações, para elevar o patrimônio negociado entre ambas as partes. Tal injeção de dinheiro do comprador na joint venture criada em associação com o vendedor, operação tecnicamente, denominada equivalência patrimonial, gera ganho de capital que, pela legislação especialmente criada e ainda em vigor, fica isento do pagamento de imposto de renda e de contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL).
Feito o negócio, que permite a isenção fiscal, as partes se separam: o vendedor fica com o caixa e o comprador com os ativos da empresa. O tempo de duração da joint venture é curto. Tem de ser o bastante apenas para gerar o lucro produzido pelo não- pagamento dos impostos, que entra na contabilidade do comprador como taxa de lucro líquida, enquanto o tesouro nacional leva o beiço. Esse prejuízo aos cofres públicos não existiria se o negócio entre vendedor e comprador se efetuasse mediante simples contrato de compra e venda, o que, de fato ocorreu, como constata, agora, a Receita Federal. Nesse caso, seria obrigatório, de acordo com a lei, o recolhimento de imposto de renda de 34% na fonte. Numa transação de, por exemplo, R$ 100 milhões, teriam que ser recolhidos R$ 34 milhões a título de IR.
Esse montante deixa de entrar no Tesouro e se transforma em lucro para o comprador. Inicialmente, tal maracutaia, legalmente constituída e aprovada pela maioria tucana, no Congresso, na Era FHC, serviu ao processo de privatização. Posteriormente, todos as transações de compra e venda ou de fusões de empresas, seja entre setor privado e estatal, seja entre as próprias empresas privadas.
Calote no atacadoEnquanto o valerioduto movimentou recursos de R$ 300 milhões, somente a transação comercial realizada, em 2002 e 2003, entre Klabin e Aracruz, na venda da Riocell por R$ 1,6 bilhão, resultou em sonegação fiscal de R$ 320 milhões. Em sua totalidade, o processo de privatização teria implicado em não-pagamento de impostos da ordem de R$ 10 bilhões, nos últimos sete anos, de acordo com fontes da Receita Federal. Por orientação de Palocci, a Receita Federal passou a realizar levantamento dos prejuízos que, por sua vez, poderão ser cobrados, retroativamente, se providências legislativas nesse sentido forem aprovadas, sob recomendação do governo.
As formações de joint venture que se multiplicaram, para que negociantes, compradores e vendedores, sob as bênçãos tucanas, merecessem perdão de dívidas tributárias de bilhões e bilhões de reais, fazendo das privatizações o melhor negócio do mundo, nos anos de 1990, criaram o que os técnicos da Receita passaram a denominar de Operação Casa-Descasa.
A lei determinou que o ágio – injeção de capital – pago nas aquisições pudesse ser deduzido do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido.
A vantagem fiscal criou, segundo advogados das grandes empresas, a contrapartida necessária para que os compradores passassem a aceitar o risco contido na privatização. Constituiu-se, na prática, negócio que representou, em muitos casos, pagamento de somente 20% do valor real das empresas negociadas, de modo que o risco na compra desaparecia em forma de geração de lucro espontâneo, altamente compensatório.
Depois da realização de inúmeras operações de compra e venda camufladas de associações relâmpagos de empresas vendedoras e compradores em forma de joint venture como alternativa de fugir do pagamento de imposto que se transforma em lucro líquido embolsado pelos compradores e vendedores em acertos mútuos, os técnicos da Receita Federal resolveram abrir o jogo, vazando informações escandalosas, como a que aconteceu, por exemplo, na venda de parte do capital do grupo empresarial Pedro Muffato & Cia Ltda., rede de supermercados do Paraná, para a multinacional portuguesa Sonae.
Criou-se a chamada Mulffatão Máster S.A. empresa com capital de R$ 5 mil na qual se alojou todos os ativos da Pedro Muffato & Cia Ltda cujo ativo total passou a R$ 5,7 milhões. A Sonae injetou no negócio, ou seja, na Mulffatão Máster S.A. R$ 36 milhões, dos quais R$ 898,2 mil a título de conta de capital e o restante, R$ 35,8 milhões destinados a formação de reserva de capital. Concluído o negócio, ocorreu a cisão da joint venture criada.
A Mulffatão Máster S.A. deixou de existir. Restabeleceu-se a situação anterior: a Pedro Mulffato & Cia Ltda se transforma em Comercial Atacadista PML Ltda, que embolsa os R$ 36 milhões pagos pela Sonae, enquanto esta adquire os ativos da ex-Pedro Mulffato & Cia Ltda, que se incorpora ao patrimônio da multinacional portuguesa. A associação empresarial temporária gerou ganho de capital isento de imposto de renda que se traduziu em prejuízos aos cofres públicos. O aspecto formal do negócio, em termos tributários, sobrepôs-se à substância real do próprio negócio, para que houvesse a sonegação de impostos legalmente contabilizada.

Jornal da comunidade orkut

Isso não é problema, espelho meu....
Eu e meu partido resolveremos isso...
VAMOS JOGAR LAMA NO PALOCCI!!!
Suplente de Jefferson também pode ser cassado

Fernando Gonçalves usou influência para liberar carro apreendido e foi condenado à prisão por fraudar guias do SUS


A vaga aberta na Câmara pela cassação de Roberto Jefferson deve ser ocupada por seu suplente, o empresário Fernando Gonçalves. Candidato derrotado à Prefeitura de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em 2004, Gonçalves já está na mira de partidos da oposição e da base do governo.
No início da semana, veio a público o conteúdo de uma ligação, interceptada pela Polícia Federal com autorização da Justiça, na qual o empresário teria usado sua influência para liberar um carro apreendido pela Polícia Rodoviária Federal em situação irregular na Rodovia Washington Luiz.
Por isso, parlamentares de diversos partidos já estudam a possibilidade de denunciá-lo ao Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro, o que pode colocar em risco o mandato do novo parlamentar.
Gonçalves já exerceu mandato de deputado federal.
No ano passado, acusado de fraude em guias de internação hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), ele foi condenado a 1 ano e oito meses de prisão. A pena foi substituída por prestação de serviços comunitários e multa.

sábado, 17 de setembro de 2005

Já foi tarde!!



Após a vergonheira emanada do ventilador do Bob Jeff.
Após a vergonheira do presidente da câmara.
Após todos os deputados aplaudirem o Bob Jeff apesar de ter dito que aquilo era um prostíbulo, após 155 acharem que o Bob deveria continuar mesmo confessando que colocou 4 milhões no bolso.
Após o Maluf achar que quentinha de preso é ruim - com milhões de brasileiros catando o almoço nas lixeiras das cidades, após ver o Bob falar mal da Globo - mesmo tendo participado do programa do Jô ou seja continua mal agradecido (continua também porque estava no esquema do PT e malha o PT como se não fizesse parte do esquema).
TRANSCRITO NA INTEGRA, DE SONINHA.

Todo mundo quer ver sangue; todo mundo adora um escândalo. Dizer que as pessoas ficam indignadas com a crise política é um pouco otimista, infelizmente.

Muitos ficam tão horrorizados com as notícias de Brasília quanto com a baixaria na TV de modo geral. Talvez peçam “mais programação cultural” ao serem entrevistados por um pesquisador, enquanto dão ibope para os piores lixos – para se “indignarem”, talvez, ou apenas para se divertir.

De modo semelhante, quem sai por aí dizendo “eu sabia, político nenhum presta, são todos uns salafrários e a gente é quem paga o salário deles” tem grandes chances de ser quem vota nos piores. Nos que prometem absurdos, se envolvem em um rolo mal explicado atrás do outro ou são orgulhosamente “espertos” na administração de seus negócios e mandatos. Talvez os mais revoltados sejam os que mais aplaudem o Roberto Jefferson – o que “rouba, mas fala”, como a Folha teme que ele venha a ser conhecido.

A crise deflagrada nas últimas semanas atinge o fígado do PT e do governo do PT. Mas joga sombras sobre vários outros partidos; é impressionante como não se anuncia “o fim” deles (PTB, PL, PP...). Por quê? Por que há muito tempo não se pode apontá-los como instituições para valer, com um programa, princípios, ideologia e base popular? O fato de não serem tidos como “partidos de verdade” (em vez de aglomerados disformes, agrupados em torno de três ou quatro caciques) os exime de maiores cobranças?

Não acho que dizer “todo mundo faz” possa ser usado como argumento para justificar práticas escusas. Mas não posso aceitar a cara de espanto de quem quer nos fazer crer que nunca usou expediente parecido, idêntico ou pior. De quem quer nos convencer de que nunca imaginou que parlamentares pudessem pedir ou aceitar dinheiro para decidir votar contra ou a favor do governo, ou que houvesse um caixa dois em campanhas eleitorais.

O PT, inegavelmente, deu motivos para ser levado ao cadafalso. Mas em nenhum outro caso os erros de um integrante do partido – prefeito, governador, deputado, senador, “dono” – levaram ao questionamento do partido todo. Não vi comentários sobre “o ocaso do PFL” quando ACM renunciou ao mandato depois de ter fraudado uma votação no Senado... Como o PT defende a ética, deve deixar de existir quando integrantes da legenda agem de maneira desonesta? Não! Que tal exigir a famosa coerência e a aplicação de mecanismos rigorosos de punição para quem descumpriu o estatuto do partido (e a lei!)? Se, ao fim do processo, nada for feito nesse sentido, aí, sim, se pode dizer “o PT não cumpre o que diz”.

Anunciar, pedir ou comemorar o fim do PT é um absurdo. Partidos, empresas, ONGs, igrejas, movimentos sociais, todos estão sujeitos aos erros e delírios humanos. Decretar a inviabilidade de uma instituição por causa das faltas dos seus membros é incorreto e injusto. Nessa linha de raciocínio que repilo (ops), é fácil anunciar o fim dos partidos políticos, da esquerda, do Parlamento, da democracia, da raça humana... Dizer: “Não deu certo, extingue”. Calma lá! Vamos continuar tentando fazer funcionar, seguindo o caminho difícil das regras, do debate, sabendo que sempre vai haver quem prefira o jeito mais fácil de resolver as coisas – na base do dinheiro, da chantagem ou da porrada.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Todos os políticos que passam pelo programa do JÔ, saem APLAUDIDOS

E muitos ainda serão APLAUDIDOS.
A Empresa Rede Globo, estratégicamente, através do JÔ, quer os políticos amarrados a ela ao mesmo tempo que dá oportunidades para todos se defenderem? Por que?
Uma coisa eu sei, JÔ é comprometido com a Empresa Rede Globo, como qualquer funcionário que veste a camisa da empresa, e não pode fazer perguntas comprometedoras e sim, perguntas bem brandas, calculadas e sorrateiras.
Com isso, os Deputados e Senadores levam a melhor.
Ao mesmo tempo que se defendem fazem política e saem APLAUDIDOS.
Ruím para o nação?
Mal! muito mal! Penso eu.

Maluf ! Fique tranquilo...


Irei mandar umas marmitinhas para voce, só espere o cachorro acabar de comer, que junto o resto para te enviar !
E Para seu filhinho que tem acidez no "estrombago", vou lhe enviar uns bolinhos da rodoviaria, cura na hora !
Filho da P... deviam lhe servir @#$%&*!
Roberto Jefferson foi cassado por 313 votos e 156 votos contra.

Logo, 156 deputados gostariam de que Roberto Jefferson não fosse cassado.
Logo, temos no congresso 156 deputados que não são confiável.
Ou podemos concluir que os 156 também são ladrões?
Essa é a lógica natural da política em qualquer lugar do mundo .
Portanto, se formos usar a lógica na política estamos funhanhado!
E o que é pior, penso eu, a análise política dever ser compreendida com a razão e nada de emoção.
Emoção só para rir .

terça-feira, 13 de setembro de 2005

O Brasil não esquecerá 45 escândalos que marcaram o governo FHC


O documento "O Brasil não esquecerá - 45 escândalos que marcaram o governo FHC", de julho de 2002, é um trabalho da Liderança do PT na Câmara Federal de Deputados. O objetivo do levantamento de ações e omissões dos últimos sete anos e meio do governo FHC, segundo o então líder do PT, deputado João Paulo (SP), não é fazer denúncia, chantagem ou ataque. "Estamos fazendo um balanço ético para que a avaliação da sociedade não se restrinja às questões econômicas", argumentou. Entres os 45 pontos estão os casos Sudam, Sivam, Proer, caixa-dois de campanhas, TRT paulista, calote no Fundef, mudanças na CLT, intervenção na Previ e erros do Banco Central. A intenção da Revista Consciência.Net em divulgar tal documento não é apagar ou minimizar os erros do governo que se seguiu, mas urge deixar este passado obscuro bem registrado. Leia o documento.

Toninho da Barcelona Doleiro insiste em depor, mas CPI recua

O doleiro Antônio Claramunt - o Toninho da Barcelona - disse ao deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) que a abertura das contas de doleiros brasileiros no MTB Bank, nos Estados Unidos, ''pode derrubar o governo Lula e jogar lama sobre o governo de Fernando Henrique Cardoso''. "Ele me disse que, se quebrarem as contas dos doleiros brasileiros no MTB Bank, derruba esse governo e enlameia o outro", confirma Pompeo (...) Do Jornal do Brasil, 18/8..[+]

memória Ex-tesoureiro de Serra tem empresa em paraíso fiscal

Acusado de receber propina durante a privatização do sistema de telefonia, para favorecer o consórcio que comprou a Telemar, ex-diretor do BB comanda empresa com sede nas Ilhas Virgens. Do Correio Braziliense, 15/4/2002..[+]

marcos valério Ex-ministro de FHC teve aval de publicitário

O publicitário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza também foi avalista do advogado Pimenta da Veiga, ex-presidente nacional do PSDB e ex-ministro das Comunicações no governo FHC, num contrato de empréstimo de R$ 152 mil com o banco BMG de Belo Horizonte. Uma cópia do contrato foi entregue pelo próprio Valério à Procuradoria Geral da República, após o depoimento que prestou em 14 de julho ao procurador-geral Antônio Fernando de Souza. Da Folha de S. Paulo, 29/7/2005..[+]

para boi dormir Nem ligue, corrupçao do passado é coisa da Historia

O ex presidente Fernando Henrique entrevistado pelo Globo hoje, falando de corrupçao - "Precisamos passar o Brasil a limpo e temos que investigar tudo, mas sem perder o foco de que a crise é hoje". Separou - "O que aconteceu no passado, no meu Governo, é coisa da Historia". Sim, foi isso que ele disse, leia aqui. Leia tambem, a proposito, a coluna do Elio Gaspari de hoje aqui. Do BlueBus, 27/7..[+]

correios CGU investiga contratos da gestão FH

BRASÍLIA. A devassa iniciada pela Controladoria-Geral da União (CGU) nos Correios há duas semanas atingirá também contratos assinados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e não apenas os acordos feitos na atual administração. A ordem é fazer uma varredura completa em todos os contratos suspeitos e em todos os negócios que envolveram altas cifras, não importa a data em que foram fechados. Foram destacados 28 auditores para analisar 600 contratos e 400 processos de licitação. Do jornal O Globo, 1/6/2005..[+]

'que vivam bastante' Senadora critica privatização da Vale do Rio Doce

A senadora Ideli Salvatti (PT-SC) pediu que fossem registrados nos Anais da Casa o artigo "Que vivam bastante", do jornalista Mauro Santayana, publicado no jornal Correio Braziliense do último dia 31. No artigo, lido por ela em plenário, o jornalista expressa seu desejo de que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seus ministros e conselheiros "tenham vida longa", para que possam prestar contas sobre o prejuízo que causaram ao patrimônio nacional, pela submissão aos interesses estrangeiros. O articulista referiu-se especificamente à privatização da Companhia Vale do Rio Doce, ocorrida em 1997. Segundo ele, a Vale obteve de lucro no ano passado R$ 6,46 bilhões, ou seja, duas vezes o valor que o Tesouro recebeu por sua privatização. Ideli lembrou que, na época, o preço foi estimado em R$ 10 bilhões pelos avaliadores - um valor ínfimo se comparado ao valor de suas jazidas, que seria incalculável. Da Agência Senado, 6/4/2005..[+]

Governo FHC tentou comprar parlamentares, diz senador

Maguito Vilela (PMDB-GO) denuncia compra de votos no governo FHC e diz que ele mesmo recebeu oferta de propina "Fui abordado e ameacei o cidadão com prisão, caso ele insistisse na conversa. Todos os senhores sabem que houve todo tipo de pressão aqui dentro". Da Agência Senado, 1º/3/2005..[+]

45 escândalos que marcaram o governo FHC governo fhc Ex-ministro contesta denúncia
Ministro do Esporte na gestão de Fernando Henrique Cardoso, Caio Luiz de Carvalho contestou ontem as denúncias de que seria responsável por irregularidades em licitações para aquisição de material de informática no governo, de acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU). Do Jornal do Brasil, 12/1/2005..[+]

Tsunami no Brasil

Algum dia saberemos o prejuízo do povo brasileiro com a tsunami das privatizações e outros abalos que provocaram a destruição do Estado e a grande tragédia nacional que foi o governo Fernando Henrique Cardoso. Por Mauro Santayana, dezembro de 2004..[+]

Privataria I

A década de 90 foi marcada pelo emagrecimento do setor produtivo estatal, com a privatização de 133 empresas do setor no período de 1997 a 2002. O dado consta na primeira edição da pesquisa Finanças Públicas divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em substituição à pesquisa Regionalização das Transações do Setor Público, que traz dados sobre atividade empresarial em 2002 e administração pública em 2001. Segundo o gerente de projetos da Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, Carlos Sobral, "o processo de privatização provocou um forte enxugamento das estatais que passaram a ter um menor peso na economia". Ele explicou que as privatizações faziam parte das políticas publicas dos governos Collor e Fernando Henrique Cardoso. (...) Em 20/12/2004, na Agência Brasil

Privataria II

Algum dia saberemos o prejuízo do povo brasileiro com a tsunami das privatizações e outros abalos que provocaram a destruição do Estado e a grande tragédia nacional que foi o governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso. Ou seja, apenas com uma parcela do que perdemos nas privatizações, poderíamos reconstruir os luxuosos hotéis asiáticos, os portos, as embarcações, as pontes, as ferrovias, as rodovias, as centenas de milhares de casas, escolas e hospitais. Só os juros anuais, da dívida decuplicada pelo Sr. Fernando Henrique Cardoso, nos custam, a cada ano, cerca de 150 bilhões de dólares. (...) Mauro Santayana, na Agência Carta Maior

Privataria III

Esse processo nos deixou nas mãos do setor empresarial. Aquele que visa, compreensivelmente, o lucro. Em geral, internacional. Diferente do Estado, que prezaria em primeiro lugar pelo bem comum e tem controle público. Parabéns, FHC, Collor e derivados, estamos nas mãos agora de gente como Pierre Gadonnelx.

Criminosos de Alcântara

Está protocolada na Auditoria Judiciária Militar denúncia feita por Mário Villas Boas, advogado do Rio de Janeiro, contra o ex-presidente FHC, o ex-ministro da Ciência e Tecnologia, Ronaldo Sardenberg, e o ex-ministro das Relações Exteriores, Celso Lafer, responsáveis pela assinatura do acordo de uso (entrega) da base aeroespacial de Alcântara com os Estados Unidos. A juíza auditora, Zilah Maria Callado Fadul Petersen, porém, não deu o devido encaminhamento ao pedido..—.Dioclécio Luz, Brasil de Fato, 16/9/2004

Querem FHC na cadeia

Faz três anos hoje o inquérito contra o acordo Brasil-EUA na Base de Alcântara (MA), movido pelo engenheiro Mário Villas Boas. Denunciou por “alta traição” o ex-presidente FHC e os ministros Ronaldo Sardenberg (Ciência e Tecnologia) e Celso Lafer (Relações Exteriores), com base no artigo 142 do Código Penal Militar. A pena é de 15 anos. Iniciado no Ministério Público Militar do Rio, o processo foi ao Superior Tribunal Militar..—.Cláudio Humberto, O Dia,
13/9/2004
Bilbao Viscaya Lula vetou convocação de FHC para depor a respeito de operação do BC
A ameaça de convocar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para prestar depoimento à CPI do Banestado é baseada numa operação de US$ 840 milhões entre o Banco Central e o banco espanhol BBV (Bilbao Viscaya) em 1998. Levado o caso ao conhecimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele vetou a convocação de Fernando Henrique, segundo a Folha apurou. No entanto, a ameaça e o veto evidenciam que membros do PT na CPI têm uma linha direta com o Palácio do Planalto para levar informações sobre os tucanos. O ministro José Dirceu (Casa Civil) é o receptor dos dados. Foi ele quem informou Lula da possibilidade de convocar FHC, mas manifestou posição contrária à idéia. O presidente Lula também achou que seria um "constrangimento injustificado". Da Folha de S. Paulo, 13/8/2004..[+]

Justiça também bloqueia bens de assessor da Saúde no governo FH
Fischer-Pühler está sendo investigado por contrato de R$ 380 mil com consultoria..—.O Globo,

Fortaleza tucana

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso inaugurou, com muita pompa, o seu próprio instituto: três espaçosos andares de prédio no Centro de São Paulo, reformados pela bagatela de R$ 3 milhões, sem contar o acervo, a mobília e a manutenção de pelo menos dez funcionários. Para quem vive com a aposentadoria de professor da USP há muitos anos, além das remunerações de cargos públicos (Senado e Presidência da República), FHC deu muita sorte na vida.
O vice-presidente do instituto FHC é o agropecuarista Jovelino Mineiro Filho, proprietário de terras no Pontal do Paranapanema (SP), sócio de FHC na Fazenda Córrego da Ponte (MG) e proprietário oficial do apartamento em Paris (França), onde o ex-presidente passou boa temporada no ano passado..—.Hamilton Octavio de Souza, Brasil de Fato, 27/5

Governo FH: uma história obscura
Apesar do incrível passado de corrupção e mau uso do dinheiro público, o governo FHC [1995-2002] surpreende e se firma como um dos piores e mais corruptos governos que já estiveram no poder..[+]
2002

corrupção Ex-sócio de Serra foi responsável por operações fraudulentas em parceria com Ricardo Sérgio

(...) A Operação Banespa que ajudou Ricardo Sérgio a internar dinheiro de paraísos fiscais foi aprovada pelo então vice-presidente de operações do Banespa Vladimir Antônio Rioli. Na época, o senador José Serra (PSDB-SP) era sócio de Rioli. De acordo com o contrato social, Serra tinha 10% das cotas da empresa Consultoria Econômica e Financeira Ltda. Rioli foi companheiro de militância de Serra e do falecido ministro das Comunicações Sérgio Motta na Ação Popular (AP), movimento de esquerda da década de 60 – e arrecadador de recursos para campanhas do PSDB juntamente com Ricardo Sérgio
Por Amaury Ribeiro Jr., da Revista IstoÉ, 24/5/2002..[+]

Ex-tesoureiro de Serra tem empresa em paraíso fiscal
Acusado de receber propina durante a privatização do sistema de telefonia, para favorecer o consórcio que comprou a Telemar, ex-diretor do BB comanda empresa com sede nas Ilhas Virgens. Do Correio Braziliense, 15/4/2002..[+]

Caixa explosivo: Caso Ricardo Sérgio

Principal articulador da formação dos consórcios que disputaram o leilão das empresas de telecomunicações, o ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil, Ricardo Sérgio de Oliveira, está tirando o sono da cúpula do PSDB e dos coordenadores da candidatura do senador José Serra.
Companheiro de militância política de Serra desde a época do regime militar, Ricardo Sérgio, que em 1998 foi caixa das campanhas de Fernando Henrique Cardoso, para a Presidência, e de Serra, para o Senado, acaba de ser responsabilizado pelo Banco Central por um caminhão de irregularidades que favoreceram a entrada do Banco Opportunity em um consórcio para disputar o leilão da Telebrás.
Mantido em absoluto sigilo, o relatório do BC, ao qual ISTOÉ teve acesso, é uma bomba que vai jogar estilhaços por todos os lados. O efeito é tão devastador que uma operação foi montada na Polícia Federal do Rio de Janeiro para abafar o caso. Por Amaury Ribeiro Jr., da Revista IstoÉ, 24/3/2002..[+]
VIOLÊNCIA NO CAMPO


FHC e Gabriel são réus em Tribunal do Latifúndio


Tribunal internacional organizado por entidades de direitos humanos e movimentos sociais julgará o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador do Pará Almir Gabriel, acusados de omissão em relação às violações de direitos humanos no Estado durante seus mandatos.
Verena Glass 07/10/2003

O aumento de casos de assassinatos, violações de direitos humanos, grilagens de terra, destruição ambiental e a impunidade dos criminosos nos últimos oito anos é o ponto de partida do Tribunal Internacional de Crimes do Latifúndio do Pará, que acontece nos dias 29 e 30 deste mês, explica o jurista Helio Bicudo, vice-prefeito de São Paulo.
Também justifica a citação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador do Pará Almir Gabriel.
“Pretendemos denunciar os crimes e ofensas à integridade, as mortes anunciadas, as prisões arbitrárias de ativistas e lideranças sociais neste tribunal, e apontar culpados.
É um tribunal sem jurisdição, é claro; é mais um ato cívico e político de denúncia da situação de conflitos no Pará para a comunidade nacional e internacional”, diz Bicudo, que presidirá o tribunal.
Segundo os organizadores do tribunal, ele deve funcionar nos moldes de um julgamento comum. A advogada carioca Rosa Cardoso fará a acusação e apresentará as denúncias e provas dos seguintes crimes: violação do direito à vida; violação do direito à liberdade; violação ao direito do trabalho, e violação ao direito das futuras gerações.
O corpo de jurados é composto por nomes como o jurista Dalmo Dallari, o cientista político norte-americano James Petras, o representante da Rede de Ambientalistas dos EUA Stephan Schwartzman e a fundadora do movimento argentino Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini. Também participarão como observadores o jornalista Caco Barcellos e o ator Marcos Winter, entre outros.
Os advogados de defesa devem ser indicados pelos acusados – no caso, Fernando Henrique Cardoso e Almir Gabriel, explica Bicudo.
Segundo ele, os réus já foram notificados. “Se eles não apresentarem seus advogadoss, solicitaremos ao Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil que indique um defensor público”. Segundo a assessora do ex-presidente Danielle Ardaion, Fernando Henrique Cardoso não foi notificado, e, mesmo se tivesse sido, provavelmente não teria nada a declarar.
Líder em violênciaO Pará é o Estado brasileiro com o maior índice de violência no campo e um dos que mais apresentam casos de violação de direitos humanos do país.
A denúncia é feita por entidades de defesa dos direitos humanos e organizações sociais, como a Caritas, a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a Rede Nacional de Advogados Populares (Renap).
Segundo a CPT, de 1971 a 2002 foram registrados 726 assassinatos de trabalhadores rurais no Pará, e dos 1.695 casos de trabalhadores submetidos ao regime de escravidão no país este ano, 1.193 trabalhavam em latifúndios paraenses (dados do Ministério do Trabalho).
O Estado também sofre de forma aguda com a grilagem de terras por parte de grandes empresas e fazendeiros.
Segundo dados do Instituto de Terras do Pará, no Estado cerca de 30 milhões de hectares são grilados. Além da grilagem, o desmatamento ilegal e desenfreado promovido por madeireiras e o interesse crescente de grandes produtores de soja pelo Estado têm causado sérios danos a reservas ambientais e levado a violentos conflitos sociais, afirmam os movimentos.
“Entendemos que o modelo agrícola que promove o latifúndio é o principal responsável pela violência na região. Os que se opõem aos interesses do latifúndio, sejam camponeses, religiosos ou políticos, são ameaçados e, em muitos casos, assassinados”, diz Lindomar de Jesus, da Cáritas do Pará.
Latifundiários impunesUm dos principais motivos para a alta criminalidade no Pará é a impunidade, afirma o advogado Darci Frigo, diretor da Renap.
Segundo ele, o sistema judiciário como um todo funciona como uma rede de proteção dos fazendeiros. “Ou o processo pára no delegado ou no promotor ou no juiz. Hoje não existe nenhum latifundiário preso”, afirma Frigo
Segundo o advogado, isso facilita as ações violentas da polícia e as prisões arbitrárias de lideranças sociais e ativistas de direitos humanos, reforçando a criminalização dos movimentos sociais.
O Tribunal do Pará é o terceiro do gênero a acontecer no Brasil. O primeiro Tribunal Internacional de Crimes do Latifúndio foi organizado pelos movimentos sociais em 1997, em Brasília, e tinha como objetivo pressionar o governo a agilizar as investigações e o julgamento dos culpados pelos massacres de Eldorado dos Carajás e Curumbiara (quando vários membros do MST foram assassinados pela polícia).
O segundo tribunal, ocorrido em 2001, julgou os crimes do Estado do Paraná, sob o então governador Jaime Lerner.
Acionando a OEAAs denúncias feitas pelo Tribunal Internacional de Crimes do Latifúndio do Pará podem ser encaminhadas para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, ligada à Organização dos Estados Americanos (OEA), afirma Helio Bicudo. Segundo o jurista, a comissão, que pode fazer recomendações para o governo em questão, é acionada apenas quando se esgotaram todos os recursos internos.
“Isto aconteceu com as denúncias de impunidade e morosidade dos casos de Curumbiara e Eldorado dos Carajás. Infelizmente o governo brasileiro não acatou ou não fez cumprir as recomendações da comissão na época”, diz Bicudo. Em casos de gravidade extrema e omissão comprovada do governo, as denúncias podem ser encaminhadas pela comissão à Corte Interamericana de Direitos Humanos, com poder de julgar e condenar.
A possibilidade de haver um desdobramento maior dos resultados do tribunal é, segundo Bicudo, um fator que tem ajudado os movimentos a pressionar os órgãos responsáveis pela averiguação e punição dos crimes denunciados. Segundo ele, o primeiro tribunal conseguiu imprimir mudanças, mesmo que insuficientes, à Justiça do Pará (Eldorado dos Carajás) e Rondônia (Curumbiara).
A denúncia dos crimes do latifúndio a personalidades internacionais ligadas à defesa dos direitos humanos e a entidades e organizações ligadas à ONU e à União Européia também é uma forma de pressão.
LATIFÚNDIO

FHC e Almir Gabriel são "condenados" no Pará

O júri do Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio do Pará considerou os réus Fernando Henrique Cardoso e Almir Gabriel culpados em todas as acusações. Um relatório dos autos do processo e o veredicto final serão encaminhados a organismos brasileiros e estrangeiros.
Verena Glass - 30/10/2003 30/10/2003

Belém - Terminou nesta quinta (30) em Belém (PA) o Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio do Pará, que julgou a responsabilidade do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-governador do Pará Almir Gabriel em crimes de violação do direito à vida, direito à liberdade, direito a um Judiciário independente e imparcial, da proibição do trabalho escravo e de crimes contra o meio ambiente, ocorridos no Pará durante os oito anos de seus mandatos (1995-2002).
Após um dia de depoimentos de trabalhadores rurais sobre casos de assassinatos, prisões ilegais, tortura, ameaças de morte, trabalho escravo, perseguição do Judiciário, impunidade dos criminosos e crimes ambientais praticados por madeireiros, fazendeiros e grileiros, o júri, que também analisou um processo de mais de mil páginas com provas documentais, considerou, por unanimidade, os réus culpados em todas as acusações.
Antes da leitura do veredicto, apresentado pelo jurista Hélio Bicudo, presidente do Tribunal, os membros do júri justificaram seus votos perante uma platéia de mais de mais de 500 integrantes do MST.
A juíza carioca Salete Maccaloz, primeira a se pronunciar, considerou os réus culpados por abuso de poder por não garantirem a paz no campo, por não terem ativado o Ministério Público como defensor dos direitos dos trabalhadores rurais e por não terem cobrado do Judiciário ações coibitivas dos crimes e julgamento apropriado dos criminosos. “Deixar que se puxe o gatilho é uma atitude participativa”, afirmou a juíza, numa referência à chacina de Eldorado dos Carajás, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia em 1996.
A advogada e ativista americana de direitos humanos Jennifer Harbury, também ao se referir aos assassinatos de Eldorado dos Carajás, afirmou que as provas de que houve execuções (“balas na cabeça e na nuca são provas de execução. Encontramos isso nas valas comuns da Bósnia”) são um indício de que há a intenção de eliminar trabalhadores rurais sem julgamento. Segundo ela, o número desproporcional de assassinatos e prisões sem mandado ou acusações formais de lideranças sociais comprovam que há a intenção de coibir ilegalmente as lutas por reforma agrária e direitos humanos no Pará, originária ou consentida pelo poder público.
Também é crime a omissão dos réus nos casos de exploração ilegal de madeira e de trabalho escravo, principalmente porque esta postura favorece a reincidência, avalia a advogada. Harbury afirmou que a criminalização dos movimentos e o favorecimento de latifundiários, grileiros e pistoleiros por parte do Judiciário (e a conivência dos réus) é uma forma de perpetuar as violações de direitos humanos no campo.
“Enquanto dirigentes dos movimentos sofrem tortura nas prisões, são arrancados pela polícia de suas casas e lhes é negado o direito de defesa, fazendeiros que mandam matar e usam trabalho escravo recebem penas mínimas, como pagamento de cestas básicas - isso quando vão a julgamento.”
Por várias vezes durante a declaração de votos dos jurados, Cardoso e Gabriel foram acusados de desrespeito às convenções internacionais de direitos humanos assinadas pelo Brasil. Segundo Fernando Fernandez, membro da entidade Plataforma Rural, da Espanha, é dever do Estado garantir aos cidadãos o direito à vida e à segurança. “O acesso à justiça social, ao sustento, à habitação – o que inclui a terra – e à proteção é um direito básico garantido pelo Direito Internacional.
O não-cumprimento do dever de assegurar estes direitos faz dos réus culpados neste julgamento”, afirmou Fernandez.
Neoliberalismo é sustentáculo do latifúndio, dizem religiososEm uma carta aos trabalhadores do MST, lida pela atriz Dira Paes na abertura dos trabalhos de hoje, o arcebispo de São Félix do Araguaia, Dom Pedro Casaldaliga, afirmou que o latifúndio é o “símbolo maléfico do capitalismo e do imperialismo no campo”, e que o Tribunal de crimes do latifúndio deve ser considerado uma manifestação maior de protesto contra as leis do dinheiro que levam à impunidade .
Neste sentido, o padre Martinho Lenz, membro da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e do júri do Tribunal, disse que a chamada globalização neoliberal impôs ao campo as regras que governam o mercado internacional, “subordinando a Justiça à ganância e o Judiciário aos interesses dos latifundiários”. Segundo o padre, a luta do MST por terra é legítima principalmente por resgatar a dignidade do homem do campo. “Se o MST não existisse, teríamos que inventá-lo. Bendito seja o MST”, disse Lenz.
Para os organizadores e jurados do Tribunal, o evento atingiu o objetivo de chamar a atenção da sociedade nacional e internacional para a situação de violência contra trabalhadores rurais, dirigentes sociais e meio ambiente no Pará.
Segundo a diretora da organização irlandesa Frontline, o Tribunal, ao honrar a memória das lideranças assassinadas, ajudou a fortalecer o sentimento de união dos trabalhadores rurais e evidenciou a luta por justiça no Pará.
Na avaliação do diretor estadual do MST, Raimundo Nonato, as expectativas dos cerca de 800 integrantes do movimento que acompanharam os trabalhos do tribunal foram superadas. “Precisamos instituir esses tribunais populares como mais uma forma de luta. Apesar de não terem validade legal, têm uma forte legitimidade política”, afirma Nonato.
Tanto Fernando Henrique Cardoso quanto Almir Gabriel foram citados antes do início do Tribunal, mas não se manifestaram a respeito. Os réus foram defendidos pelo advogado Rubens Mota, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Pará.
Fim de mandato de FHC





A verdade que os jornalões não contam
Helio Fernandes, 31 de julho, 2003


Balança comercial x balanço de pagamentos

Jornalões em geral precisam com urgência de uma decisão: contratar assessores qualificados para os comentários econômicos. Dizem barbaridades, estabelecem tremenda confusão. Freqüentemente misturam balança comercial com balanço de pagamentos. Reconheço: às vezes não é por ignorância e sim excesso de esperteza.
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Nos últimos dias o que se lê com a maior freqüência: "O balanço de pagamentos deixou de ter prejuízos por causa do aumento substancial da balança comercial". Ha! Ha! Ha! Mesmo que contratassem Mailson, Langoni, Pastore, Loyola, o próprio Gustavo Franco, não cometeriam essas impropriedades. São todos "vinculados", mas não despreparados. Mailson é especialista em INFLAÇÃO, que deixou a 82 por cento AO MÊS, AO MÊS, mas conhece balança e balanço.
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Fugindo do economês, usando palavras as mais simples possíveis, sem complicações, o básico e fundamental. Balança comercial é o encontro puramente das vendas e das compras, da exportação e da importação. Se um país vende mais (exporta) do que compra (importa), tem saldo. O contrário é o chamado déficit comercial. Elementar, mas sempre provocando confusão.
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Balanço de pagamentos é o que entra e sai do país, em dinheiro, não relacionado com o comércio. No balanço estão incluídos: fretes, seguros, royalties, juros (das empresas), dividendos, viagens, lucros (também das empresas), etc. etc.
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Até 1990 o Brasil não tinha déficit no balanço de pagamentos. Nessa época tínhamos importante indústria naval, exportávamos navios, praticamente não pagávamos fretes. Com as doações-privatizações aumentaram barbaramente as remessas de juros, lucros, dividendos, etc. Um exemplo: a Vale chegou a exportar 1 bilhão e 600 milhões, que aumentava a balança comercial. Agora, a mesma Vale, doada-privatizada, engorda melancolicamente o déficit do balanço.
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Agora anunciam: o saldo da balança comercial em 2003 deve passar de 17 bilhões e pouco. Arredondemos para 18 bilhões de dólares. Exatamente 18 bilhões de dólares, A-N-U-A-L-M-E-N-T-E, foi o saldo da balança, nos 5 anos do governo Sarney. O saldo que deixou, em 5 anos, foi de 90 bilhões de dólares, número oficial.
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Nos 5 anos do governo Sarney, não houve déficit no balanço de pagamentos. Então o saldo da balança comercial, foi todo utilizado para a maldita AMORTIZAÇÃO DA DÍVIDA QUE NÃO DEVEMOS. O governo gastou com os juros da "DÍVIDA" APENAS 102 bilhões de dólares em 5 anos.
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Conclusão óbvia: o governo brasileiro precisou nos seus 5 anos APENAS (desculpem, mas é a definição) de 12 bilhões de dólares. Quer dizer: Sarney em 5 anos quase não usou recursos externos, não aumentou a "dívida".
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Registro óbvio: isto não se constitui em defesa do governo Sarney, é exibição pura e simples de números. Agora vejamos o que aconteceu com FHC e seu retrocesso de 80 anos em 8.
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Nos 7 primeiros anos de FHC, o Brasil teve um déficit de 47 bilhões de dólares na balança comercial. Só no oitavo (e felizmente último ano), houve um saldo de mais ou menos 10 bilhões de dólares. Portanto a balança comercial teve um déficit monstruoso no retrocesso FHC.
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O balanço de pagamentos piorou barbaramente, o déficit ficou mais ou menos em 8 bilhões de dólares anuais. Isso, como média. Os itens relacionados com as doações-privatizações arruinaram o que se chama também de transações correntes.
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Por outro lado, não existia, apareceu então um novo item destruidor: a DÍVIDA INTERNA. E que não era tão INTERNA assim, pois mais de 30 por cento dessa "DÍVIDA" era e é reajustada em dólar. Por tudo isso, balança comercial, balanço de pagamentos, "dívida" interna reajustada em dólar, houve necessidade de RECURSOS EXTERNOS, a juros de agiotagem.
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Dessa forma, FHC, que havia assumido com uma DÍVIDA EXTERNA de mais ou menos 100 bilhões de dólares, deixou-a em 250 bilhões. Excluídos, naturalmente, os quase 200 bilhões de dólares que pagou de juros. É de longe, o mais indecente, imprudente, incompetente e criminoso governo desde o início da República.
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PS - Em números simples, o que os jornalões deveriam informar. Nem falo da televisão, pois essa nasceu assexuada e emasculada, em matéria de opinião.
De Benedita a FHC



Sebastião Nery
Tribuna da Imprensa
11 de novembro, 2003


Carlos Castelo Branco ético e cético, dizia que falar em "ética na política" seria como falar em "estética na política" contra feios na vida pública.
Mas não é por isso que os políticos estariam dispensados da ética. Agora, é oficial.
O mais categorizado porta-voz tucano na imprensa, Merval Pereira, contou domingo no "Globo": "O ex-presidente Fernando Henrique estará em Washington até o fim do ano, com uma bolsa (!) da Biblioteca Nacional (!) para escrever um livro". Está lá desde setembro e só volta em janeiro. Biblioteca Nacional Por causa de R$ 4,5 mil reais de duas passagens oficiais de avião para ir a Buenos Aires participar de uma "oração" em um congresso evangélico, quase a ministra Benedita da Silva ("mulher, negra e favelada") foi apedrejada em praça pública, como se faz na Nigéria. E quem comandou o coro do apedrejamento "ético" foi o PSDB de FHC.
O brilhante e dançante ministro da Cultura, Gilberto Gil, e o bravo e pugiloso líder tucano no Senado, Artur Virgilio, estão no dever de explicar ao País, hoje mesmo (nem um dia a mais), essa história da bolsa de Washington.
Como foi que a Biblioteca Nacional, órgão público do Ministério da Cultura, concedeu uma bolsa de quatro meses para o ex-presidente Fernando Henrique ir para Washington escrever um livro? De quanto é a bolsa? Comitê de ética Não se trata de picuinha política nem de cobrança de fato irrelevante. Saído da Presidência, Fernando Henrique é um cidadão como outro qualquer.
Para receber um polpudo e privilegiado financiamento do governo, é preciso que a decisão oficial esteja calcada na ética e cercada de toda legalidade.
Onde está o diligente Comitê de Ética do Planalto, que, no caso da ministra Benedita, agiu a galope? É ou não é, esse, um caso de ética pública? Houve licitação? Por que a bolsa foi dada a ele e não a outro ou a outros? O PSDB certamente virá dizendo que é "uma honra" para a Biblioteca Nacional e o Ministério da Cultura financiarem o livro de um intelectual do estofo e do prestígio internacional de Fernando Henrique.
ele merece todos os encômios. Mas, para receber dinheiro público, tem que ser na lei.
E qual foi o trâmite burocrático, legal, dessa opípara prebenda? Rico e guloso Não se as razões da bolsa, não sei o valor da bolsa.
Mas se há um brasileiro que, direta ou indiretamente, já embolsa todos os dinheiros públicos possíveis, é Fernando Henrique.
Pagar-lhe a mais uma bolsa é um escárnio. Ele já recebe uma aposentadoria plena por apenas doze anos (de 52 ao golpe de 64) de professor na Universidade de São Paulo.
Recebe mais uma aposentadoria por doze anos (de 82 a 94) de senador
E recebe uma terceira aposentadoria de ex-presidente da República. Todas corretas e legais. Somadas, as três devem ultrapassar o teto máximo constitucional de R$ 17.700 fixado pela reforma da Previdência e, como tal, receberão corte.
Mas isso não é problema para o ex-presidente, que os amigos dizem estar "confortavelmente rico", a ponto de haver comprado, há pouco, o luxuoso apartamento de mais de R$ 1 milhão de um banqueiro de São Paulo.
Como todo ex-presidente, Fernando Henrique tem ainda os motoristas e assessores permanentes, pagos com verbas públicas.
Eram quatro, e antes de deixar o governo ele aumentou para seis, com salários de até R$ 8 mil. Não pode dizer que a Pátria não lhe tem sido generosa.
Santander-Banespa Além de tudo isso, que a Pátria lhe dá, FHC tem a fundação que criou e dirige, com sede portentosa e mais de R$ 10 milhões em doações e contribuições do grande empresariado paulista. Sem falar na fiel e gratificada generosidade do grupo espanhol Santander, a quem ele doou a jóia da coroa paulista, o Banespa, e que agora financia suas palestras pela Europa.
E há mais. A ONU o fez conselheiro especial. Deve pagar-lhe, de algum modo, alguma coisa.
E o Grupo Polanco, dono do jornal espanhol "El Pais", monopolista do livro didático na Europa e Américas e sócio dos bancos Santander e Banespa, também o nomeou membro de seu Conselho Diretor. Sempre pinga mais uma grana. Mas, até aí, embora oblíquas, são as coisas legais. O que é totalmente nebuloso e até agora inexplicado é a deficitária, quase mendiga, Biblioteca Nacional, sem dinheiro sequer para modernizar, informatizar o acesso aos jornais antigos, ainda hoje feito pelo processo medieval de pequenas roldanas manuais, o financiar em Washington.
Mesmo que ele estivesse escrevendo uma nova Bíblia ou um novo "Capital", o governo que massacrou Benedita tem que dizer como é isso
 

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