sábado, 27 de setembro de 2008

Inimigos para sempre (no segundo turno)


A série de ataques que o tucano Geraldo Alckmin fez, acertadamente, nos programas eleitorais de TV e rádio contra o demista Gilberto Kassab, inviabiliza qualquer tentativa de união das duas candidaturas para enfrentar a petista Marta Suplicy no segundo turno da eleição de outubro para a prefeitura paulistana. Depois do confronto entre os candidatos do PSDB e do DEM não haverá mais chance de se juntarem nesta campanha. Pelo menos é o que se espera de um político com o perfil do ex-governador paulista.

Se perder no primeiro turno, Gilberto Kassab não subirá no palanque de Geraldo Alckmin, especialmente depois das revelações do tucano sobre suas antigas e comprometedoras relações políticas com Paulo Maluf e Celso Pitta, de quem foi secretário municipal. Mesmo que Alckmin recue nas acusações, por causa do rolo compressor do governador José Serra, elas já provocaram o efeito desejado, que foi levar o prefeito do DEM a perder a aura de bom-mocismo que vinha ostentando na campanha. E dada à proximidade da eleição, essas ligações “perigosas” que Kassab teve no passado dificilmente vão se apagar da memória do eleitor.

Se o derrotado for Geraldo Alckmin, o tucano se afastará do cenário eleitoral, até porque não suportará a humilhação de ter sido vencido por um candidato inexpressivo como Gilberto Kassab. Sem força política para lutar dentro do PSDB e se tornar efetivamente um contra-peso a José Serra, sua tendência é se afastar do embate partidário. E é justamente o que o governador quer, mesmo que a vencedora venha a ser a petista Marta Suplicy. Sem Alckmin para fazer sombra, Serra reinará absoluto no partido em São Paulo.

Em queda livre a cada pesquisa, Geraldo Alckmin não tinha outra alternativa, senão bater forte no adversário do DEM. E deu certo, porque no último levantamento do Datafolha ele subiu 2 pontos percentuais. Pressionado por Serra, pela direção nacional do PSDB, pelos seus cardeais mais importantes, como Fernando Henrique Cardoso , Alckmin demorou para começar a ofensiva contra Kassab. Até perceber que estava encurralado e corria o risco de morrer como um cordeiro. Pelo menos, se cair, cai atirando, o que é mais digno para um político da sua estatura em São Paulo. A questão é saber se Geraldo Alckmin terá coragem para continuar batendo no prefeito Gilberto Kassab e na sua administração.

1 Comentários:

  • sexta-feira, 03 outubro, 2008
    Renan Disse:

    Hum... ainda não sabe? Alckmin, não chegando ao provável segundo turno, ou perdendo no primeiro turno em terceiro lugar, vai pro PSB.

    delete

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