Campanha do tucano alugou três estúdios na zona oeste paulistana, onde serão gravados programas de televisão
Com três minutos a menos tempo de TV que a campanha de Dilma Rousseff (PT), a equipe de comunicação do tucano José Serra começou na semana passada a discutir os programas e a estruturar os estúdios onde será gravado o horário eleitoral gratuito.
Um imóvel na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo, com três estúdios, foi alugado. Lá funcionam os Estúdios Quanta, que se intitulam o "maior complexo brasileiro de locações para o setor audiovisual".
A comunicação está dividida em 14 áreas principais: da criação de impressos à coordenação, tocada pelos jornalistas Luiz Gonzalez e Woile Guimarães. Numa campanha presidencial, em que grande parte do desempenho do candidato é creditado à estratégia de comunicação, a estrutura montada para atender a demandas é enorme. Mais de 270 profissionais, entre contratados diretos e prestadores de serviços, se dividirão em equipes de criação, pesquisa, mídia e conteúdo, entre outras.
Na semana passada, houve a primeira reunião de criação da equipe de comunicação para começar a esboçar a produção dos comerciais de rádio e TV, que estreiam no dia 17 de agosto. Ainda está em discussão o formato do programa, como se haverá apresentadores. Os filmes devem apresentar Serra, destacar a biografia do tucano, explorando temas sociais como a criação do FAT e dos genéricos. Parte das imagens externas do candidato já foi colhida em 10 Estados.
A produção dos programas de TV concentra 140 pessoas. Há no grupo roteiristas, cinegrafistas, repórteres, editores e produtores. Fora maquiadores, cenógrafos e editores de pós-produção nos estúdios. Só na direção de arte dos filmes são 12 pessoas. Na produção dos programas de rádio, que segue paralela à estrutura da TV, são mais 30.
Veteranos em campanhas eleitorais dizem que a produção dos filmes e a contratação de pesquisas estão entre os itens mais caros no orçamento eleitoral. A estimativa dos tucanos é que os gastos gerais com comunicação consumam 1/3 do custo declarado da campanha - o PSDB informou ao Tribunal Superior Eleitoral que gastará R$ 180 milhões na corrida presidencial.
Sobe som. O jingle da campanha é criado e produzido por PC Bernardes, que trabalhou nas campanhas passadas de Serra.
Para definir a estratégia e calibrar o discurso do candidato, o núcleo de pesquisas tem uma equipe de cerca de 15 pessoas, coordenadas por Antonio Prado Júnior, o Paeco, especialista no assunto e figura conhecida nas campanhas tucanas.
O grupo contrata pesquisas quantitativas (por telefone e face a face) e qualitativas (focus groups tradicionais e com estímulo usando o perception analyzer, espécie de joystick que o eleitor move de acordo com sua opinião sobre um tema).
A equipe tem ainda 6 fotógrafos e 30 profissionais que atendem a imprensa, acompanham o candidato em viagens e divulgam informações da campanha.