Um dia a moça da operadora do celular; no outro, a do cartão de crédito; e, durante as eleições, Dilma Rousseff. A campanha petista testa a utilização de mensagens de telemarketing para aproximar a presidenciável dos lares brasileiros. O Disque-Dilma já está em fase de testes. O resultado das primeiras ações da equipe de telemarketing foi elogiado por petistas que atuam na campanha, mas o preço do serviço preocupa um pouco. A cada telefonema feito para um eleitor, o cofrinho da campanha fica de R$ 0,12 a R$ 0,18 mais magro, segundo o secretário de Comunicação do PT, deputado André Vargas (PR). “A gente faz sorteio e liga. Vale a pena, todo contato em uma eleição judicializada como essa tem valor. Mas é um método muito caro. É preciso calcular melhor, receber as receitas para ver se é possível, se é viável ligar para todos os eleitores”, explica Vargas.
Na primeira prestação parcial de despesas de campanha, o comitê financeiro da candidata registrou que as primeiras incursões na área de publicidade por telemarketing custaram R$ 120 mil. A equipe de Dilma informa que nessa primeira etapa as mensagens não serão utilizadas para pedir, diretamente, o voto do eleitor. O objetivo das mensagens, alegam aliados, seria convidar moradores de bairros ou cidades próximas aos locais em que a candidata participa de eventos públicos a comparecerem ao ato pró-Dilma. Para levar gente para a rua, a central de telemarketing usará banco de dados de eleitores cadastrados pelo comitê de campanha e do PT.
Mas a cereja do bolo da estratégia do Disque-Dilma é a voz da candidata. Os marqueteiros ainda analisam a viabilidade de a ex-ministra gravar mensagens específicas convidando o eleitorado para os eventos de campanha. Em casa ou no celular, o sorteado atenderia o telefone e ouviria a presidenciável do outro lado da linha. Os petistas apostam no sucesso da proximidade com o eleitor. Mas o telemarketing personalizado esbarra na agenda apertada da petista. Segundo Vargas, a possibilidade de Dilma gravar mensagens será avaliada pelo momento da campanha.
Outro cuidado que os coordenadores de campanha têm, ao iniciar o telemarketing político, é não deixar o eleitor saturado. Os responsáveis pela criação do sistema de mensagens de Dilma não poderão usar o mesmo banco de dados da internet, para não bombardear um só cidadão com dezenas de mídias. Quem já integra ou recebe materiais das redes sociais não deve ser alvo dos telefonemas. O PT não quer “duplicar” a mobilização sobre um mesmo eleitor, para não gerar efeito contrário, de rejeição aos “chatos virtuais”.
Militância
O PT também planeja criar uma outra central de telemarketing. Mas em vez de mirar os eleitores de Dilma, a ideia é montar estrutura para resolver problemas da militância em relação ao uso da internet. O suporte via telefone ajudaria candidatos, assessores e militantes do PT a utilizarem todos os recursos de redes sociais, como o Facebook, Twitter e Orkut. Para Vargas, a internet modificou a características das eleições e para levar pessoas aos comícios antes de tudo é preciso encontrar os eleitores no universo virtual. De acordo com o secretário de Comunicação do partido, o preço da central é alto e não poderia ser pago totalmente com recursos da campanha presidencial. “Ao contrário do que dizem, a tecnologia não barateou a eleição, encareceu. Antes, com R$ 10 mil se fazia um comício e todo mundo participava. Agora, não”, afirma.Correio
15 de agosto
Data-limite para o eleitor que deseja votar em trânsito procurar o Tribunal Regional Eleitoral do DF