A indefinição do PSDB em torno do nome que será lançado ao governo de São Paulo em 2010 fez com que o ex-governador e secretário de Estado do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin (PSDB), que esteve ontem em Ribeirão, recebesse uma campanha de apoio discreta durante a solenidade da qual participou na prefeitura.
O ex-governador esteve na cidade para assinar a criação do Cedina (Centro de Desenvolvimento e Inovação Aplicada em Equipamentos Médico-Hospitalares e Odontológicos), que vai assessorar empresas para o desenvolvimento de produtos inovadores.
Alckmin é pré-candidato ao governo, mas disputa a indicação com o secretário-chefe da Casa Civil, Aloysio Nunes, tido como mais próximo do governador José Serra (PSDB). Para tornar a situação mais delicada, o DEM, de Dárcy Vera, embora tenha sido o principal partido da aliança que elegeu Serra, cogita a possibilidade de lançar o secretário de Estado do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif Domingos.
Diante disso, Dárcy não discursou a favor de Alckmin e o deputado estadual Baleia Rossi (PMDB), cujo partido aguarda definição interna do PSDB, preferiu elogiar Serra.
A minicampanha surgiu, então, nos discursos do deputado estadual Rafael Silva (PDT) e do deputado federal Antonio Duarte Nogueira Júnior (PSDB), ex-secretário da Agricultura de Alckmin.
Ao microfone, o pedetista chamou Alckmin de "governador" e fez questão de dizer que o substantivo se referia ao passado e ao futuro do tucano. Já Nogueira destacou durante quase toda sua fala as realizações da gestão do tucano, em apoio explícito a Alckmin.
À imprensa, o ex-governador disse que a definição sobre quem disputará o Palácio dos Bandeirantes deve ocorrer somente após a definição de quem será o candidato à Presidência da República, Serra ou Aécio Neves (PSDB), governador de Minas Gerais.
"O quadro nacional deve ser definido no final do ano. Só depois deve ser definida a questão estadual, em 2010. Sempre digo que eleição é em ano par e nós estamos em ano ímpar. E há dois ansiosos, os políticos e os jornalistas", disse.
Questionada pela Folha, Dárcy, que já chegou a dizer que apoiaria o nome do secretário-chefe da Casa Civil para o governo, disse ontem que não falaria em nome do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente da sigla no Estado. Segundo Dárcy, Kassab aguarda posicionamento do PSDB.
Em 1º de junho, pesquisa Datafolha mostrou Alckmin como favorito ao cargo -entre 47% e 50% das intenções de voto. Ainda assim, a festa feita ao tucano não foi a mesma de quando o secretário-chefe de Serra esteve em Ribeirão, em maio. Nunes tirou fotos com prefeitos e recebeu discursos de apoio dos deputados federais Arnaldo Jardim (PPS) e Dimas Ramalho (PPS).