Disposto a aparecer como um nome do PT para a disputa pelo governo de São Paulo, o senador Eduardo Suplicy (SP) encontrou no caso José Sarney (PMDB-AP) um caminho para a popularidade. Despontando como uma voz no Senado em defesa da saída do presidente do cargo no momento em que os discursos contra o peemedebista sofrem redução gradual, Suplicy tem conseguido espaço na mídia e nas diferentes rodas de conversas dos brasileiros. Com a real noção das vantagens que tem colhido ao adotar uma postura contrária à orientação do PT sobre o arquivamento das representações contra o presidente da Casa, o petista tem enfrentado o desgaste interno no partido com tranquilidade. Ontem, resolveu cutucar a cúpula da legenda mais uma vez e sugeriu ao presidente Ricardo Berzoini que escute os filiados sobre as denúncias contra Sarney.
O recado a Berzoini foi deixado pelo celular e até a tarde de ontem não havia retorno. "Minha sugestão é que ele ouça os integrantes da legenda. O PT sempre ouviu as bases. Não sei por que não o fez desta vez. Eu tenho ouvido as pessoas e a maioria acha que agi certo ao defender a saída do Sarney", diz o petista, em referência a uma enquete colocada em seu site.
No questionário publicado em sua página na internet, Suplicy pergunta se o internauta concorda com a postura do parlamentar em defesa da renúncia do presidente da Casa, e ressalta que a posição contrariou a orientação de Berzoini. Até o fim da tarde de ontem, 2.249 pessoas haviam votado e 92% responderam "sim". "Esse resultado mostra que o partido não está de acordo com o que pensa a sociedade. Está ignorando a vontade dos brasileiros e é importante rever isso", diz Suplicy.
A colegas da legenda, o senador disse ter conhecimento de que o preço pelo enfrentamento da orientação dos petistas pode ser seu isolamento e a impossibilidade de figurar em uma lista de possíveis pré-candidatos ao governo paulista. Ainda assim, Suplicy espera conseguir popularidade suficiente para, pelo menos, pressionar a cúpula do partido a incluí-lo em uma prévia contra outros possíveis candidatos, como o deputado Antonio Palocci. O problema é que há tempos o PT não tem optado por realizar prévias, alegando que a disputa interna enfraquece a legenda.
Insistência
O discurso do senador petista a favor da renúncia de José Sarney do cargo de presidente se intensificou na semana passada, depois que o Conselho de Ética rejeitou os recursos que contestavam o arquivamento de 11 acusações contra o presidente da Casa. Depois que um mandado de segurança(1) foi apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando os arquivamentos, os discursos de ataque ao peemedebista foram reduzidos.
No mesmo momento, Suplicy entrou na briga e causou polêmica ao apresentar, em plenário, um cartão vermelho à permanência de Sarney. "Ainda há muito o que ser explicado e muitos senadores concordam comigo. Acho que o que tem havido é apenas uma trégua para votarmos questões importantes. Mas, em breve, a campanha pela renúncia deve voltar mais forte. Ainda mais porque sabemos que é isso que os brasileiros querem", discursa o otimista senador.
1- Relatoria definida
O mandado de segurança apresentado por 11 senadores contra o arquivamento das representações contra José Sarney no Conselho de Ética terá como relator no STF o ministro Joaquim Barbosa. Como ele está de licença até o dia 31, o processo ficará primeiro nas mãos do ministro Eros Grau. Na ação, o argumento é de que "a competência do plenário não poderia ter sido usurpada pela Mesa Diretora". A segunda vice-presidente da Mesa, Serys Slhessarenko (PT-MT), negou a tramitação do processo sob a alegação de que o Regimento da Casa não previa recurso no plenário.
Ainda há muito por ser explicado. Tem havido uma trégua para votarmos questões importantes, mas, em breve, a campanha pela renúncia deve voltar mais forte"
O recado a Berzoini foi deixado pelo celular e até a tarde de ontem não havia retorno. "Minha sugestão é que ele ouça os integrantes da legenda. O PT sempre ouviu as bases. Não sei por que não o fez desta vez. Eu tenho ouvido as pessoas e a maioria acha que agi certo ao defender a saída do Sarney", diz o petista, em referência a uma enquete colocada em seu site.
No questionário publicado em sua página na internet, Suplicy pergunta se o internauta concorda com a postura do parlamentar em defesa da renúncia do presidente da Casa, e ressalta que a posição contrariou a orientação de Berzoini. Até o fim da tarde de ontem, 2.249 pessoas haviam votado e 92% responderam "sim". "Esse resultado mostra que o partido não está de acordo com o que pensa a sociedade. Está ignorando a vontade dos brasileiros e é importante rever isso", diz Suplicy.
A colegas da legenda, o senador disse ter conhecimento de que o preço pelo enfrentamento da orientação dos petistas pode ser seu isolamento e a impossibilidade de figurar em uma lista de possíveis pré-candidatos ao governo paulista. Ainda assim, Suplicy espera conseguir popularidade suficiente para, pelo menos, pressionar a cúpula do partido a incluí-lo em uma prévia contra outros possíveis candidatos, como o deputado Antonio Palocci. O problema é que há tempos o PT não tem optado por realizar prévias, alegando que a disputa interna enfraquece a legenda.
Insistência
O discurso do senador petista a favor da renúncia de José Sarney do cargo de presidente se intensificou na semana passada, depois que o Conselho de Ética rejeitou os recursos que contestavam o arquivamento de 11 acusações contra o presidente da Casa. Depois que um mandado de segurança(1) foi apresentado no Supremo Tribunal Federal (STF) contestando os arquivamentos, os discursos de ataque ao peemedebista foram reduzidos.
No mesmo momento, Suplicy entrou na briga e causou polêmica ao apresentar, em plenário, um cartão vermelho à permanência de Sarney. "Ainda há muito o que ser explicado e muitos senadores concordam comigo. Acho que o que tem havido é apenas uma trégua para votarmos questões importantes. Mas, em breve, a campanha pela renúncia deve voltar mais forte. Ainda mais porque sabemos que é isso que os brasileiros querem", discursa o otimista senador.
1- Relatoria definida
O mandado de segurança apresentado por 11 senadores contra o arquivamento das representações contra José Sarney no Conselho de Ética terá como relator no STF o ministro Joaquim Barbosa. Como ele está de licença até o dia 31, o processo ficará primeiro nas mãos do ministro Eros Grau. Na ação, o argumento é de que "a competência do plenário não poderia ter sido usurpada pela Mesa Diretora". A segunda vice-presidente da Mesa, Serys Slhessarenko (PT-MT), negou a tramitação do processo sob a alegação de que o Regimento da Casa não previa recurso no plenário.
Ainda há muito por ser explicado. Tem havido uma trégua para votarmos questões importantes, mas, em breve, a campanha pela renúncia deve voltar mais forte"