O prefeito de Dourados (MS), Ari Artuzi (PDT), e o presidente da Câmara dos Vereadores da cidade, Sidlei Alves (DEM), foram denunciados nesta sexta-feira ao Tribunal de Justiça pela Procuradoria-Geral de Justiça do Estado por suposta ligação com uma organização criminosa acusada de fraudar licitações.
Além deles, foram denunciados mais dois vereadores do município, o segundo maior de Mato Grosso do Sul, cinco servidores da prefeitura, três dos quais ex-secretários municipais e dois empresários.
O esquema de fraude foi desmantelado em julho do ano passado, durante a operação que ficou conhecida como Owari - ponto final em japonês -, conduzida pela Polícia Federal e continuada depois pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), um braço do Ministério Público Estadual.
Na operação, uma das maiores investidas contra a corrupção no Estado, ao menos 40 pessoas foram detidas, todas elas já libertadas. Entre os implicados no caso, apenas o prefeito não foi preso.
De acordo com a investigação, a quadrilha fraudava licitações e, com isso, prestava serviços às prefeituras, entre os quais no setor funerário e de saúde. Além de Dourados, o esquema agia também em outras prefeituras da região sul do Estado, como Ponta Porã e Naviraí.
Para a PF, o empresário Sizuo Uemura, um dos mais ricos de Dourados, seria o chefe do bando. Ele contribuiu com a campanha eleitoral de Ari Artuzi, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
À época da operação, tanto o prefeito quanto o presidente da Câmara de Dourados negaram envolvimento com a quadrilha. Já quanto à denúncia de hoje, assinada pelo Procurador Geral de Justiça, Miguel Vieira, eles ainda não se manifestaram.