A CPI da Petrobras começa hoje no Senado com a base governista dividida. Os líderes do PMDB, Renan Calheiros (AL), e do PT, Aloizio Mercadante (SP), não conseguiram se entender sobre a indicação do presidente e do relator da comissão. A relatoria, cargo mais importante da CPI, deve ficar com o PMDB e o PT, com a presidência.
A mais cotada para assumir a presidência da CPI e conduzir a investigação é a líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC). Uma das estratégias dos petistas será resgatar licitações e contratos de patrocínio feitos pela Petrobras na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Os indicados pelo partido devem dificultar os requerimentos de convocação de diretores da estatal e de ministros. Romero Jucá, líder do governo no Senado, poderá ser o relator.
A base governista tem oito das 11 vagas titulares na CPI. O apoio do PMDB, entretanto, não é tido como certo. Calheiros nomeou para a comissão seus aliados e o PT tem receio de que os pemedebistas pressionem o governo para obter mais espaço em estatais.
A oposição está se municiando com denúncias do TCU contra a Petrobras, fazendo levantamento dos contratos sem licitação e dos convênios com ONGs e municípios para patrocínios culturais e apurando se houve financiamento ilícito de campanhas eleitorais.