A campanha de Geraldo Alckmin ao governo do Estado trará a bandeira da continuidade dos 16 anos de PSDB no Estado. Isso não significa, no entanto, que ele manterá as ações do atual governo. Alckmin tentará retomar aquilo que realizou em seis anos de gestão.
Um dos desafios do tucano, que completa 58 anos no fim do ano, será apresentar um discurso de mudanças, já que participou das últimas quatro gestões. Segundo pesquisa qualitativa feita pelo PSDB, para consumo do partido, 61% dos entrevistados pretendem votar pela mudança na eleição para governador em 2010. A sondagem, feita a pedido do PSDB pelo Instituto Opinião e Pesquisa, indica que um terço dos entrevistados que querem mudanças acham que seria ruim se o PT vencesse. Os outros 39% dos entrevistados pretendem votar pela continuidade na eleição para governador em 2010.
Outro desafio será retomar as marcas dos seis anos em que governou São Paulo, em parte apagadas pelo gestão José Serra/ Alberto Goldman. Quando assumiu o governo do Estado, em 2007, Serra determinou a revisão e renegociação de todos os contratos da gestão Alckmin, determinou a redução dos cargos em comissão e fez um recadastramento geral dos funcionários, para identificar eventuais servidores "fantasmas" e pagamentos indevidos.
Na Secretaria da Fazenda, a atual gestão fez mudanças na política tributária e reviu a política de incentivos fiscais que marcou a administração anterior. Alckmin destacou a redução do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para diferentes setores da economia, que se iniciaram nos setores do álcool combustível e têxtil e depois se ampliaram nas "primaveras tributárias". Já Serra priorizou a elevação de receita por meio de substituição tributária, regime que consiste na arrecadação antecipada do ICMS no começo da cadeia produtiva, para reduzir a sonegação fiscal.
A área de Educação foi simbólica das mudanças feitas por Serra em relação à administração de Alckmin. O atual governo criticou a falta de um currículo unificado para ser seguido pelas escolas estaduais, fez ressalvas à forma como foi conduzida a progressão continuada, que evita a repetência dos alunos, e investiu em programas de valorização dos servidores pelo mérito e política de bônus por desempenho das escolas. Perderam espaço nesta administração programas como o Escola da Família e Escola em Tempo Integral, bandeiras do secretário de Educação da gestão Alckmin, Gabriel Chalita. As divergências entre os dois governos foram ressaltadas quando Chalita deixou o PSDB para filiar-se ao PSB, com críticas à descontinuidade de seus projetos.
Outra área que mostra visões diferentes dos dois governantes é Habitação. O atual governo reforçou a construção de moradias populares na capital e na grande São Paulo, que concentram o déficit habitacional do Estado. Alckmin, destacam seus aliados, focou os investimentos no interior paulista.
Na pasta de Segurança, as principais mudanças, como o modelo de gestão das penitenciárias, foram iniciadas pelo vice de Alckmin, Cláudio Lembo (DEM), que comandou o governo por nove meses depois que o tucano se desincompatibilizou para disputar a Presidência, em 2006. Lembo administrou a pior crise na área de Segurança vivida em São Paulo, com ataques da facção criminosa Primeiro Comando da Capital, o PCC. "Foi o DEM que implementou mudanças na Segurança", disse Lembo. "A filosofia da administração (de Alckmin) levou à fragilidade da disciplina (nos presídios)", disse, comentando que sob seu comando também começaram as alterações na Educação. Serra manteve iniciativas de Lembo.
De forma velada, tucanos criticam a "velocidade reduzida" dos investimentos em Transporte - foco da atual gestão, que ampliou o metrô na capital e reformou o sistema de trens na região metropolitana. Lembram ainda da "herança maldita" na área, que Serra administrou no 12 º dia de seu governo, com o desabamento de parte das obras da estação de metrô Pinheiros, que matou sete pessoas. O contrato entre o Metrô e as construtoras responsáveis pela obra foi assinado no governo Alckmin.
"Cada governante tem seu estilo e o de Alckmin é tipicamente do paulista do Vale do Paraíba", disse Cláudio Lembo. "Ele é o mineiro que escorregou pela Serra da Mantiqueira. É o mineiro que vai para a estação de trem de manhã, mesmo sabendo que só vai embarcar de tarde", brincou o dirigente do DEM. "Já Serra tem visão de governo mais nacional. Ele arrisca mais, é mais ousado", comparou.
Com o espírito de "paulista do Vale do Paraíba", Alckmin construiu uma boa relação com prefeitos do interior. Para azeitar a relação com eles, o ex-governador promovia convescotes mensais no Palácio dos Bandeirantes com prefeitos de todos os partidos. As rodadas de pizza na sede do governo paulista eram organizadas de acordo com a região dos prefeitos.
"A força dele está no interior", comenta o deputado federal Renato Amary (PSDB-SP). Os números reforçam a percepção: em 2006, quando disputou a Presidência, Alckmin teve mais de 50% dos votos válidos em 525 das 645 cidades. Juntos, esses municípios somam 20 milhões de eleitores, metade do total do Estado. O interior tem 72% do eleitorado.
Ao comparar as gestões de Alckmin e Serra, políticos ligados a eles destacam, em geral, obras que são da atual gestão, como o Rodoanel, a expansão do metrô, os investimentos em estradas vicinais e programas de saneamento no Estado. No entanto, tentam explicar o porquê de Alckmin ter saído do governo melhor avaliado do que Serra: "Ele é uma pessoa equilibrada, com uma vertente do mineiro, que não gosta dos extremos", diz Lembo. "Já Serra é o "italianinho", mais "agressivo"". Segundo o Datafolha, Alckmin saiu do governo com avaliação de 66% de "ótimo e bom". Serra saiu do governo com 55%.
Entre as críticas ao estilo "paulista do vale do Paraíba", que lhe rendeu o apelido de "picolé de chuchu" na campanha de 2006, estão: "inseguro, inexperiente, fraco, inexpressivo" e "muito devagar, não possui pulso firme para governar". As características estão registradas em pesquisa qualitativa feita para o PSDB obtida pelo Valor. A sondagem registra que as principais críticas à gestão estão relacionadas às pastas de Segurança e Saúde. A oposição, feita pelo PT, destaca também o aumento de pedágios em rodovias no Estado.
Fiquei confuso! Não sei o que você quis dizer, neste artigo.
O título fala de Ciro, mas o texto não faz menção alguma a ele. Aliás, sobre Ciro, não identifiquei nem sequer um "C" maiúsculo. Comprove você mesmo! Aperte ctrl + F, e digite o nome Ciro. Ele vai aparecer destacado apenas no "Ciro" do título e nos diversos "Ciros", escritos em meu humilde comentário.
Durante a leitura, devo confessar que o seu artigo foi me intrigando, prendendo a minha atenção. Não pela qualidade do texto, que mereceria um cápitulo "Como Não Fazer", em muitos manuais de redação e estilo, mas, sim, pela coerência e concatenação do raciocínio nele desenvolvido.
Coerência que, ora soa elogiar o governo Alckmin e criticar o de Serra, ora soa elogiar o de Serra e criticar o de Alckmin. Concatenação que, quando se inicia um parágrafo para tratar do tema "Segurança", termina-se falando de Saúde.
Para tentar elucidar o meu entendimento, fui dar uma olhada no seu "Eu sou mais eu". Daí, se eu buscava a luz, alcancei o breu!
Eu jurava que você era do DEM, já que usou e abusou dos tão tolerantes e igualitários ensinamentos do Professor Cláudio Lembo.
MAS, NÃÃÃÃO! Você se diz Lulista, e que só defende o Lula. Do PT, ninguém mais!
No começo, até que admirei o seu posicionamento anárquico. Mas depois, foi só correr os olhos pela página, e o efeito Ciro do texto ressucitou em forma de Lula.
Aliás, CADÊ O LULA? Só há Dilma, Dilma e Dilma!
É Dilma em foto, é Dilma em reprodução de adesivo da eleição de 2002, é Dilma alçada a atleta olímpica, em ano de Copa do Mundo...
Onde você diz que só haveria Lula, só se encontra Dilma. Onde se veria Lula, só aparece a Dilma!
Mas, espera aí! Acho que, nesse ponto, não há incoerência...