A falha de organização da Associação Mineira dos Municípios (AMM) - que não previu a repercussão que teria o primeiro encontro dos presidenciáveis em 2010 - e atos de vandalismo político cometidos por militantes do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind UTE) criaram uma atmosfera de caos no debate de ontem.
Com palavras de ordem contra o governador de Minas Gerais Antonio Anastasia (PSDB), os sindicalistas tentaram invadir o recinto e foram contidos por policiais militares, com quem trocaram socos. Houve uso de "spray" de pimenta. Aos palavrões, os sindicalistas avançaram contra o presidenciável do PSDB, o ex-governador José Serra, que teve que entrar na sala sob escolta.
Os professores de Minas Gerais estão em greve desde o dia 8 de abril. Apesar de um reajuste de 10% dado no primeiro dia de governo de Anastasia, ainda recebem abaixo do piso nacional. Os sindicalistas já haviam protestado contra o governo mineiro e Serra em Uberlândia, na semana passada, mas se dispersaram antes da chegada do pré-candidato, após luta corporal contra militantes tucanos. Desta vez, estiveram próximos de agredir Serra graças a uma falha da organização do evento, que permitiu que cerca de 200 manifestantes ficassem na área reservada para a passagens dos pré-candidatos.
A motivação política do protesto do Sind UTE realizado ontem era evidente. Os manifestantes tinham como uma de suas palavras de ordem o grito: "Serra, Aécio e Anastasia são a mesma porcaria" . O sindicalismo ligado à educação já havia promovido protestos violentos em São Paulo, nos últimos dias de Serra como governador.