domingo, 16 de outubro de 2005

Sócio de Marcos Valério trocou 37 telefonemas com comitê de Serra em 2002


O principal sócio de Marcos Valério nas agências de publicidade SMP&B e DNA, Cristiano de Mello Paz, trocou pelo menos 37 telefonemas com o comitê financeiro da campanha presidencial tucana em 2002. Os registros das ligações foram identificados pela CPI dos Correios, a partir da análise de documentos obtidos pela comissão com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do sócio de Valério.

De acordo com os dados em poder da CPI, Cristiano Paz efetuou 18 ligações de seu celular para outro aparelho, também celular, registrado em nome do Comitê Financeiro Nacional - Campanha José Serra Presidente. As ligações somam 28 minutos de conversa. No mesmo período, entre agosto e outubro de 2002, o mesmo telefone do publicitário recebeu 18 ligações do celular do comitê da campanha tucana, num total de 30 minutos de conversação.

Apesar da troca intensa de telefonemas, durante a fase crucial da propaganda eleitoral no primeiro e no segundo turno da eleição presidencial, na prestação de contas da campanha de José Serra no Tribunal superior Eleitoral (TSE) não foram encontrados quaisquer registros de eventual prestação de serviços à campanha tucana pelas empresas.

O advogado do publicitário, Marcelo Leonardo, alegou que as ligações teriam sido trocadas com o ex-ministro das Comunicações de Fernando Henrique, Pimenta da Veiga, que foi coordenador da campanha de Serra em 2002. Segundo ele, Cristiano Paz ofereceu serviços de publicidade à campanha, que não foram aceitos.
O grande número de telefonemas foi justificado como “fofocas de campanha”, trocadas entre amigos. Estranhamente, a CPI não conseguiu identificar até agora nenhuma ligação, feitas ou recebidas pelo publicitário, para quaisquer números registrados em nome de Pimenta da Veiga.

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