domingo, 16 de outubro de 2005

Sem provas, querem que inocentes forneçam a própria cabeça

Golpistas querem coagir as suas vítimas ao suicídio da renúncia

Depois de 4 meses de chicanas, as únicas provas que apareceram foram contra o presidente nacional do PSDB
Há alguns dias, a mídia golpista mudou outra vez o disco: antes, queria cassar deputados e dizia que o fato de não haver provas contra eles era questão de nenhuma importância, pois “o julgamento é político”. Ou seja, para seus corifeus não há diferença entre julgamento político e perseguição política, isto é, fascismo.
Como, para usar uma expressão popular, tal aberração não colou, passaram a exigir das CPIs que arranjassem provas - qualquer uma, verdadeira, falsa ou fabricada. No entanto, as únicas provas que apareceram foram aquelas contra os próprios sequazes parlamentares dessa mídia golpista, isto é, contra o PSDB, particularmente contra o seu presidente nacional, Eduardo Azeredo.

CHICANAS

Agora, depois de inventarem uma chicana a cada semana - ou, mais precisamente, a cada fim de semana -, e cada uma mais ridícula do que a outra, mudaram outra vez: é um tal de propalar que deputados vão renunciar, que eles têm até tal ou qual data, e até tal ou qual hora, para renunciar, que eles já combinaram de renunciar, que a renúncia vai ser amanhã, etc., etc., etc. e etc.

RENÚNCIA

Em suma, querem forçar os deputados a renunciar. Mas, se eles são culpados de algum delito, se existem provas contra eles, se é tão evidente que cometeram irregularidades que demandam a cassação, por que esse carnaval todo para coagi-los a renunciar? Por que não exigir exatamente o contrário - que eles não renunciem, que eles enfrentem o julgamento, que eles arquem com a justa punição? Não é lógico? Durante quatro meses essa mídia berrou contra esses deputados, acusou-os de crimes inomináveis, de delitos tenebrosos, de transgressões monstruosas. Mas, quando se aproxima a hora do julgamento, é exatamente aí que essa mesma mídia, que gritava pela execução dos acusados, passa a coagi-los a renunciar, escapando do mencionado julgamento. Não é estranho, amigo leitor?

MENSALÃO

Na verdade, não. O que essa mídia propalou durante quatro meses foi talvez a mais falsa campanha já vista no país. Chicanas, chicanas e somente chicanas. Começaram com o “mensalão” do Bob Jefferson, hoje defunto político exatamente por não haver mensalão algum. Depois, foram pelo uso de dinheiro público - e o único que comprovadamente usou dinheiro público, o único que encheu de dinheiro público o malsinado Marcos Valério, foi exatamente o senador Azeredo, ilustre presidente do PSDB. Quanto aos deputados, nenhuma prova.
Assim, agora, a máfia golpista precisa de uma prova de que os deputados são culpados. Caso contrário, ficará claro quem são os criminosos, difamadores, caluniadores, enlameadores da honra alheia, e, sobretudo, golpistas inescrupulosos.

Esse é o problema deles: não há provas do que propalaram. Exatamente por isso, eles querem, outra vez, fabricar uma. E, leitor, adivinhe qual? Precisamente: a renúncia é a prova que eles querem de que os deputados são culpados. Querem que eles renunciem para que possam propalar que estavam certos, que a montanha de invencionices que despejaram em cima do público é verdade. Na falta de qualquer outra prova, querem exibir a renúncia dos deputados como reconhecimento e confissão de sua culpa. Sem provas, querem que os próprios deputados as forneçam, renunciando. É isso o que querem martelar como “prova”, e por isso querem submeter os deputados, fazê-los renunciar.

COAÇÃO

Naturalmente, o que isso mostra é que não têm prova alguma, que não existe fundamento para cassar os deputados que eles querem incriminar. Por isso querem que eles se suicidem - este suicídio é, exatamente, a “prova” que eles estão ansiosos por extrair dos deputados. Daí essa pressão toda, essa coação, para que eles renunciem.

PELOURINHO

Em suma, acusaram os deputados, espargiram sua lama sobre eles, tentaram colocá-los no pelourinho da execração pública. Tentaram cassá-los sem prova alguma. Tentaram, depois, fazer com que seus acólitos no parlamento fabricassem “provas” contra os colegas. Nada deu certo. Agora, tentam fazer com que as próprias vítimas lhes dêem de presente, como suposta prova, a sua renúncia. O que, naturalmente, seria o sepulcro político desses parlamentares, em especial dos parlamentares do PT.

Pois, se contra os outros não existe prova alguma nem do “mensalão” nem de uso indevido de dinheiro público, contra os parlamentares do PT, aí mesmo é que a chicana torna-se tão incoerente, tão insustentável, quanto ridícula. Achar que o PT pagava uma mesada aos seus próprios parlamentares - e aos mais ligados ao governo dentre eles - para votar a favor do seu próprio governo, é tão absurdo que nem mesmo aquela capacidade, o fenomenal deputado Lorenzoni, notório pela agudeza intelectual, ou aquele astuto tribuno baiano que parece uma miniatura, ou a senadora Heloísa Helena e sua monumental sagacidade, conseguiram formular tal acusação. Aliás, nem mesmo o sofisticado senador Canjiquinha, homem de extraordinárias convicções, conseguiu tal feito.
Assim, as únicas provas que existem são exatamente de que os recursos que Valério entregou ao PT e aliados eram o corriqueiro caixa 2 de campanha.
E, se o Congresso fosse cassar parlamentares por esse motivo, não haveria quem votasse essa cassação, pois teria de fechar as portas por falta de parlamentares. Até agora, o único que garante que nunca recorreu a um caixa 2 é o senador Suplicy, que, segundo suas informações, gastou apenas R$ 300 mil para se eleger no Estado em que as eleições são as mais caras do país. Mas, como se sabe, o senador Suplicy é sempre uma exceção em tudo. Só não se sabia é que ele também fazia milagres, multiplicando votos sem precisar de dinheiro... Uma pena que ele não tivesse ensinado esse milagre ao Delúbio.

LAVANDERIA FERNANDISTA

Naturalmente, a canalha golpista quer que os deputados renunciem, assim dando de presente a própria cabeça numa bandeja, porque agora querem encerrar logo com essa história. Crucificar o PT e o governo através da renúncia de seus membros e apoiadores, e fim de papo. Nada de investigar o Azeredo, o Daniel Dantas, o Ricardo Sérgio, os Bornhausen e outros próceres da corrupção fernandista que abasteciam o caixa dos candidatos do PSDB-PFL com conteiners de dinheiro público, devidamente evadido para Cayman e outros bordéis fiscais, e depois internalizado, através de lavanderias como a que Valério e comparsas instalaram em Minas Gerais. Quantas lavanderias desse tipo existiam ou existem? Perto disso, o dinheiro que Valério operou para o PT é uma quantidade microscópica - e de caráter inteiramente diferente: uma coisa é organizar um caixa 2 para eleger quem deseja mudar o país em benefício do povo; outra, são as oceânicas quantias dos ladrões do patrimônio e do Tesouro, ladrões que durante os oito anos de Fernando Henrique estiveram à solta e no governo.

Assim, fazer os deputados renunciarem cumpre também o objetivo de ocultar os verdadeiros criminosos, acabar com as investigações, atribuindo ao PT e a quem apóia o governo a injusta pecha de ladrões - pecha que é deles, desses golpistas, e só deles.

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