terça-feira, 19 de maio de 2009

Brasil administra bem a crise, afirma Pimco


O Brasil está administrando a crise financeira "extremamente bem" e desponta como uma locomotiva do crescimento mundial, disse Mohamed El-Erian, principal executivo da Pacific Investment Management Co (Pimco). "As pessoas certamente sentem que a crise é um teste de resistência relevante para o Brasil e que o país está se saindo extremamente bem até agora", disse, em entrevista por telefone concedida a partir de Newport Beach, no Estado americano da Califórnia. "As pessoas estão começando a levar o Brasil muito a sério, não apenas como um país autônomo como pelo impacto que ele pode ter sobre a economia mundial como um todo."

Os bônus brasileiros tiveram desempenho superior aos outros títulos dos mercados emergentes nos últimos 12 meses, uma vez que o acúmulo recorde de reservas externas, de mais de US$ 200 bilhões, promovido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva contribuiu para manter a confiança do investidor na economia brasileira. Os bônus externos do Brasil deram um retorno de 3,1% nos últimos 12 meses, enquanto os bônus dos mercados emergentes caíram, em média, 2,2%, segundo o JPMorgan Chase.

O plano do Brasil de se concentrar em bônus de 10 e de 30 anos nos mercados internacionais é parte de um "amadurecimento" da economia, que deverá também impulsionar a poupança, os investimentos e o crescimento do país, disse El-Erian. O governo vendeu US$ 1,78 bilhão em bônus de dez anos em janeiro e maio, e poderá comercializar mais bônus este ano, segundo o secretário adjunto do Tesouro, Paulo Valle.

"O Brasil deixou a situação de equilíbrio sob baixo crescimento", disse El-Erian. "O desenvolvimento de uma curva de rendimentos completa em diferentes mercados é muito coerente com a viagem secular mais ampla que vínhamos prevendo."

El-Erian, 50, voltou à Pimco em janeiro de 2008, depois de se afastar da empresa por dois anos para administrar a dotação da Universidade de Harvard. Seu Fundo de Bônus de Mercados Emergentes da Pimco registrou um retorno ano a ano de 19% no período de cinco anos encerrado em outubro de 2005, superando mais de 90% dos concorrentes.

A Pimco deverá aumentar sua carteira de títulos corporativos brasileiros "no longo prazo", dependendo das avaliações relativas, disse.

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