Moraes afirma que irá ao STF para ficar na relatoria
O deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) afirmou ontem que entrará com um mandado de segurança no STF (Supremo Tribunal Federal) para permanecer relator do processo de cassação de seu colega Edmar Moreira (sem partido-MG) no Conselho de Ética da Câmara, caso seja afastado da relatoria. Na semana passada, Moraes fez declarações dando a entender que não pretendia levar o caso de Edmar Moreira adiante e que estava se "lixando para a opinião pública". "Dos outros 512 deputados, quem está sendo investigado? Todos nós sabemos que ele [Edmar Moreira] foi boi de piranha. O grande pecado foi a história das passagens", disse Moraes, referindo-se ao escândalo das passagens das cotas aéreas dos deputados cedidas a parentes que fizeram turismo no exterior. Devido às repercussões negativas da declaração, o presidente do Conselho de Ética, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou na última sexta-feira que não havia alternativa a não ser destituir Moraes da relatoria. "Eles me substituem. Eu entro no tribunal e vou buscar meus direitos. Lá não é casa de moleque", afirmou o deputado. Ele nega ter afirmado que absolverá Edmar Moreira.
Indústria de tabaco bancou campanha de deputado
Duas indústrias de tabaco doaram, juntas, R$ 72.500 (59%) dos R$ 122 mil que o deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS) diz ter gasto na campanha para se eleger em 2006. De acordo com a prestação de contas do deputado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a Alliance One, com sede nos EUA, doou R$ 35 mil, e a CTA-Continental, sediada no país, destinou R$ 37,5 mil. Ambas têm unidades de produção e administrativa na região de Santa Cruz do Sul (163 km de Porto Alegre), polo produtor de tabaco e principal base eleitoral do deputado. Na última quarta-feira, Moraes declarou que "está se lixando para a opinião pública" e "para o que escrevem os jornais" depois de deixar claro que pretende inocentar o "deputado do castelo", Edmar Moreira (sem partido-MG), no Conselho de Ética da Câmara. Formalmente, Moraes ainda é o relator do processo contra Edmar, mas deve ser destituído do cargo amanhã pelo conselho, que considera comprometida sua imparcialidade depois das declarações.
Deputado já foi afastado de prefeitura
O deputado federal Sérgio Moraes (PTB-RS), 51, conhecido por suas declarações polêmicas e por afirmações destemperadas desde o início de sua carreira política, no Rio Grande do Sul, chegou a ter o mandato de prefeito suspenso. Na política há quase 30 anos, foi prefeito e vereador do município de Santa Cruz do Sul (RS), além de deputado estadual. Em 2002, Moraes teve o mandato de prefeito suspenso por alguns dias por causa de um processo. Foi acusado de ter instalado, em 1997, um telefone público na casa da família.