A agência de classificação de risco Fitch Ratings reafirmou ontem a nota de crédito dada para o Brasil, que é "BBB-", o primeiro degrau dentro da categoria considerada grau de investimento. A previsão para o rating é estável, o que significa que não deve haver uma mudança da nota em breve, tanto para cima quanto para baixo. Quando revisou sua nota, no início de abril, a agência Standard &Poor´s também manteve o Brasil como investment grade.
Em seu comunicado sobre a decisão, a Fitch diz que situação atual da economia deve mostrar as fraquezas estruturais das contas públicas brasileiras, diante da queda da arrecadação federal e do aumento da relação entre a dívida bruta e o PIB, que passa de 60% e está acima da média dos demais países classificados com nota BBB.
Apesar disso e do superávit primário menor deste ano, a Fitch avalia que o governo não tem tido dificuldade para rolar sua dívida no mercado interno e ressalta que o Brasil tem conseguido acessar o mercado internacional, por meio de emissões soberanas, mesmo em "condições adversas".
Como fundamentos positivos da economia brasileira, a Fitch cita as contas externas, o fortalecimento da estabilidade macroeconômica e o consenso, no campo político, sobre a confiança nas políticas econômicas adotadas.
"Embora a Fitch Ratings espere que o o PIB brasileiro deverá ter contração de 1% em 2009, uma maior flexibilidade na política monetária, um sistema financeiro relativamente saudável e uma grande economia doméstica sugerem que a economia brasileira estará bem posicionada para se recuperar, conforme o cenário internacional melhore", disse em comunicado a diretora sênior para risco soberano da Fitch, Shelly Shetty.