O vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR) foi reeleito ontem presidente da Câmara paulistana para um inédito quarto mandato. Pelo regimento, só pode haver uma reeleição por legislatura. Ele ocupou o cargo nos dois últimos anos da legislatura anterior (2005-2008) e se manterá nos dois primeiros da atual (2009-2012).
Na semana passada, o vereador foi acusado pela Polícia Federal de receber propina da construtora Camargo Corrêa para interceder no Conpresp (órgão municipal de preservação do patrimônio histórico) pela liberação de um terreno.
Em 1992, quando presidia a EMTU (Empresa Municipal de Transportes Urbanos), ele foi acusado de improbidade administrativa. Neste ano, o Ministério Público Eleitoral questionou doações de campanha feitas pela AIB (Associação Imobiliária Brasileira), que serviria de fachada ao Secovi (sindicato do setor). A lei proíbe que sindicatos façam doações eleitorais. Carlinhos, como é conhecido, recebeu R$ 240 mil da AIB.
"Acho que todos vocês sabem que só se é condenado quando a sentença transitar em julgado. Há palhaços que ficam falando bobagem", afirmou. Ele disse ainda que não queria ser candidato. "Eu não quis. Eu não sou egoísta [para me manter tantos anos no cargo]. Eu aceitei a pedido dos meus colegas" disse.
Líder do "centrão" -bloco composto por DEM, PMDB, PR, PV, PTB, PP e PSB-, Carlinhos foi o único postulante à presidência e foi eleito com o voto de 54 dos 55 vereadores -só Cláudio Fonseca (PPS) não votou. Ele disse que pretende se candidatar a deputado federal nas eleições de 2010.
Também foram eleitos para a Mesa Diretora Dalton Silvano (PSDB), que se manteve como 1º vice; Celso Jatene (PTB), como 2º vice no lugar de Paulo Frange (PTB); Chico Macena (PT), como 1º secretário no lugar de Francisco Chagas (PT); e Milton Leite (DEM), que segue 2º secretário.Estadão