quarta-feira, 6 de maio de 2009

Programas do governo estimulam consumo de PVC


Os grandes projetos anunciados pelo governo brasileiro — como o PAC e o Minha Casa, Minha Vida, que prevê a construção de 1 milhão de casas populares —, ao lado das obras para a Copa do Mundo de 2014, estão impulsionando os negócios com PVC. Principal insumo da construção civil, usado em canos, tubos, janelas, portas, pisos, forros e até fios elétricos, o consumo de PVC atingiu em 2008 a marca de 1 milhão de toneladas, 27% a mais que o volume de 2007, de 820 mil toneladas.

O movimento já fez a Braskem retomar o projeto, orçado em US$ 380 milhões, para duplicação de sua fábrica em Alagoas, que estava suspenso. A Solvay Indupa também vai expandir sua produção para 350 mil toneladas até o final de 2010.


Consumo chega a 1 milhão de toneladas e Braskem retoma projeto de duplicação

Na última segunda-feira, enquanto São Paulo sofria com ventos e chuva fortes, os presentes a 12ª Brasilplast, realizada no Pavilhão de Exposição do Anhembi, quase não ouviam o barulho da chuva caindo sobre a estrutura do pavilhão. Diferente de outros tempos, a redução de sons foi conseguida após uma reforma, que incluiu a colocação de uma grande manta de PVC para proteção do telhado. “Isso mostra a flexibilidade do uso deste produto”, disse o diretor executivo do Instituto do PVC, Miguel Bahiense.

Apesar de ter aplicações diversas como na confecção de bolsas de sangue ou em descartáveis para a saúde, é mesmo no uso tradicional, para construção civil (em canos, tubos, janelas, portas, pisos, forros e até fios elétricos), que a aplicação do PVC deve crescer no Brasil nos próximos anos. Em 2008, o consumo aparente (produção, menos exportação, mais importação) do produto no País atingiu a marca de 1 milhão de toneladas, volume 27% superior ao registrado em 2007, de 820 mil toneladas, e quase 60% maior que há dez anos. Apesar da expectativa de redução em 2009, em função da desaceleração provocada pela crise desde o final de 2008, o setor acredita que o volume deste ano deve ficar cerca de 6% abaixo de 2008, mas não deve retornar ao patamar de 2007.

O otimismo vem de grandes projetos anunciados pelo governo brasileiro, parte resultado do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do Minha Casa, Minha Vida, programa que prevê a construção de 1 milhão de casas populares.

Ao lado destes também está o grande projeto da Copa 2014, cuja preparação prevê uma intensa reformulação de estádios e construção de hotéis, até 2013, antes da Copa das Confederações, quando a Fifa testa a estrutura do país sede.

É de olho nesse imenso potencial que empresas como Solvay Indupa e Braskem tocam seus projetos de expansão de capacidade. O grupo químico belga elevará sua capacidade de 245 mil toneladas por ano para 300 mil toneladas em 2009, chegando a 350 mil até o final de 2010. Tudo com base em nafta, mas também já trabalha no projeto de obtenção do bioeteno de cana-de-açúcar, que pode agregar mais 100 mil toneladas à sua capacidade, de acordo com a necessidade.

A nova unidade de eteno de álcool deve estar pronta até 2011, num projeto que vai consumir US$ 500 milhões. Segundo o diretor comercial Carlos Tieghi, a Solvay está investindo por acreditar no crescimento do País e na necessidade de produtos ligados à infraestrutura.

O diretor de negócios vinílicos da Braskem, Roberto Bischoff, concorda com isso e diz que 1 milhão de casas ainda está longe de atender às necessidades do País. “Fala-se em um déficit de moradias de 7 a 10 milhões de casa, ou seja, esse 1 milhão é só um suspiro”, disse. Mas é justamente este tipo de “suspiro” que fez a maior petroquímica da América Latina retomar seus planos, adiados durante a crise financeira, para dobrar sua capacidade na fábrica de Alagoas. Os primeiros R$ 20 milhões já foram gastos no projeto básico e a nova unidade está orçada em US$ 380 milhões. Tudo para elevar a capacidade em 200 mil toneladas. “A crise de 2008 foi um acidente de percurso, mas agora vamos duplicar a fábrica de Alagoas primeiro e, até 2013, ampliaremos a da Bahia”, acrescenta.

Para Bischoff, os programas do governo servirão de estímulo para que as classes de baixa renda voltem a “sonhar com a casa própria”.

O sonho destes brasileiros pode se converter numa realidade melhor ainda para os fabricantes, uma vez que o PVC pode compor mais de 60% dos itens de uma casa. .“E a construção gera empregos, que gera mais renda, retomando o circulo virtuoso”, afirmou Bischoff.

Tudo isso, já começa a se converter em resultados. Comparado ao último trimestre de 2008, a Solvay registrou nos três primeiros meses de 2009 um aumento do volume de vendas de PVC, tanto no mercado argentino como no brasileiro, de 15% e 8%, respectivamente.

As vendas líquidas consolidadas da Solvay Indupa no período fechou em 470 milhões de pesos, alta de 3,4% em relação ao trimestre anterior.

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