Apontada pela oposição como expoente de uma oligarquia que comanda há mais de 40 anos o Maranhão, a nova governadora do Estado, Roseana Sarney (PMDB), quer dissociar sua imagem da figura principal do clã: o pai e presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Num movimento pensado, o senador não apareceu ao lado de Roseana em nenhuma das solenidades de posse e diplomação, na sexta-feira.
Roseana não quer ser fotografada ao lado de imagens de Sarney, espalhadas pela casa no Calhau, bairro de São Luís. "Quero que me deixem governar. Que parem de dizer que sou de oligarquia", disse ontem, demonstrando contrariedade quando o Estado fez a foto que ilustra esta reportagem.
Para mostrar que tem voo político próprio, a governadora lembra que foi a deputada mais votada do Estado, foi eleita duas vezes governadora, foi pré-candidata à Presidência, além de senadora. Alega que Sarney não faz política há anos no Maranhão e nem sequer conhece os prefeitos. "A oposição só tem esse discurso: dizer que não faço nada, que vou roubar aqui, mas vou me esconder atrás dessa oligarquia."
A estratégia de tentar descolar sua imagem da de seu pai faz parte do marketing para a sua campanha à reeleição, no ano que vem. Em 2006, um dos motivos apontados para sua derrota foi a vinculação com o clã do Sarney. Às vésperas do segundo turno, uma onda contra a família Sarney tomou conta do Estado, levando Roseana à derrota. "Tenho pai que tem nome nacional, assim como vários outros filhos têm. E isso nunca atrapalhou a ninguém", diz ela.