No mesmo dia em que o delegado Protógenes Queiroz, que investigou o grupo Opportunity, prestou depoimento à CPI dos Grampos, a sede da empresa, no Rio de Janeiro, foi alvo de uma nova busca e apreensão ordenada pela Justiça Federal. Agentes da Polícia Federal chegaram à empresa ontem de manhã, com um mandado assinado pelo juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, que determinou uma devassa no departamento jurídico do banco, de Daniel Dantas. O ato é um desdobramento da Operação Satiagraha, que investiga Dantas e o grupo por supostos crimes financeiros. O objetivo era apreender registros contábeis e documentos com a razão social de pelo menos 80 empresas que seriam integradas ao Opportunity.
Na CPI dos Grampos, delegado se cala sobre suas contradições
Protegido por um habeas corpus que o permitia ficar calado, o delegado federal Protógenes Queiroz lançou mão do expediente 48 vezes durante seu depoimento ontem à CPI dos Grampos. Ele se recusou a responder sobre contradições apresentadas por ele em outros depoimentos e sobre supostas irregularidades no comando da Operação Satiagraha.
Nas poucas respostas sobre estes temas, o delegado negou que tenha feito escuta ilegal e que tenha investigado a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) e o empresário Fábio Luís da Silva, o Lulinha, filho do presidente Lula. Detalhes da vida privada de Dilma são descritos em um relatório atribuído a agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), apreendido no computador de Protógenes.