quinta-feira, 2 de abril de 2009

''O Brasil hoje tem cacife para colocar dinheiro emprestado no FMI'', diz Lula


Durante a viagem em TGV (trem de alta velocidade) entre Paris e Londres, na tarde de ontem, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que o Brasil não vai recorrer a empréstimos do Fundo Monetário Internacional (FMI), pelo contrário: pretende injetar recursos no instituição.


"Pegar (dinheiro) o Brasil não precisa porque tem reservas suficientes", argumentou.

"O Brasil não vai agir como se fosse um país pequeno, sem importância. Se quiser ser grande, o Brasil hoje tem cacife para colocar dinheiro emprestado para ajudar países pobres", disse Lula. "Se for necessário colocar dinheiro como empréstimo, desde que não diminua as nossas reservas, não tem problema", reafirmou, revelando uma das preocupações da delegação brasileira.

Segundo confirmou ao Estado o assessor especial da presidência, Marco Aurélio Garcia, o País propôs que o novo dinheiro injetado pelos países-membros do FMI continue a ser contabilizado como parte das reservas internacionais, que no caso brasileiro rondam os US$ 200 bilhões.

De acordo com Lula, o aporte de recursos e a reforma do poder de decisão dos países-membros no FMI não precisam ser feitas simultaneamente.

"Uma coisa é a discussão emergencial para retomar a atividade econômica e normalizar no mundo. Outra é que temos mais tempo para mudar as regras de funcionamento das instituições multilaterais. Isso não precisa ser amanhã. Pode ser daqui a um, dois, quatro meses."

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