O pior da queda vertical das moedas dos mercados emergentes já passou. O real brasileiro não deve voltar aos níveis de baixa do ano passado e a lira turca tende a subir, disse Daniel Tenengauzer, diretor de estratégia cambial do Bank of America Securities-Merrill Lynch. A maioria das moedas dos países em desenvolvimento, inclusive o real, "já atingiram o nível mais baixo durante a crise", disse Tenengauzer, que acertou ao prever, em maio, que o dólar se valorizaria contra as moedas do G10, formado pelas maiores potências mundiais. A lira provavelmente vai se fortalecer em relação ao euro, depois de a Turquia ter apresentado dados "relativamente decentes" sobre o déficit em conta corrente, disse ele.
"Houve algo como um ataque cardíaco forte nos mercados financeiros globais em outubro e novembro, de forma que, apesar de ainda não estar claro quando começaremos a sair deste buraco, o dólar já atingiu o seu pico contra a maioria das moedas", disse Tenengauzer. "Apesar de ainda haver forte desalavancagem, os piores níveis ficaram para trás."
As moedas dos emergentes despencaram no último anos, num quadro de US$ 1 trilhão de prejuízos no mercado de crédito, quebra do Lehman Brothers e recessão nos EUA, Europa e Japão.