Com o aparecimento de novos indícios da venda ilegal de passagens desviadas das cotas de parlamentares, a Polícia Federal só espera uma provocação do Ministério Público Federal para recomeçar uma investigação feita em 2007 que apurou o mesmo crime e que envolvia ex-deputados, funcionários da Câmara e agentes de viagens. No último dia 15, a Procuradoria da República no Distrito Federal fez uma série de recomendações ao Legislativo sobre irregularidades e cobrou regras mais rígidas para a emissão de bilhetes aéreos. Na ocasião, os procuradores constataram que, em menos de um ano, os deputados gastaram R$ 80 milhões com as cotas.
RECUO ESTRATÉGICO
O deputado Silvio Costa (PMN-PE) recuou e não vai mais apresentar um projeto que permitia o uso de passagens da cota dos parlamentares por cônjuge e filhos. “Vou ligar para o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e anunciar meu apoio ao projeto dele”, afirmou Costa. Segundo ele, a decisão foi tomada depois de ter feito uma reflexão e constatar que a opinião pública não aceitou bem sua tese de que o mandato de deputado não é um emprego, mas uma representação.