O deputado José Pimentel (PT-CE) foi confirmado ontem como novo ministro da Previdência em substituição ao petista Luiz Marinho, que deixou o cargo para disputar a prefeitura de São Bernardo. Pimentel foi ao Planalto e aceitou o convite feito pelo presidente Lula, incluindo o pedido para que fique até o fim do segundo mandato, em 31 de dezembro de 2010. Com isso, Pimentel abre mão de concorrer a qualquer cargo eletivo nos próximos dois pleitos.
A situação da Pasta do Turismo ainda está indefinida, após a saída de Marta Suplicy para concorrer à Prefeitura de São Paulo. O presidente deseja encontrar uma saída semelhante à da Previdência - um nome disposto a permanecer no cargo até o fim de 2010. Por enquanto, o ex-secretário-executivo da Pasta, Luiz Eduardo Barreto Filho, permanece como ministro interino.
A posse de Pimentel, que relatou a reforma da Previdência na Câmara em 2003, mas perdeu a disputa por um cargo no Tribunal de Contas da União (TCU), só vai acontecer no meio da próxima semana. Com isso, ele não deve participar da reunião ministerial, marcada para segunda-feira, para definir a atuação dos ministros nas eleições municipais deste ano.
Líderes aliados esperam que o Planalto interfira o mínimo possível nas eleições de outubro para evitar fissuras traumáticas na coalizão governista. O assunto é tão complexo que será abordado em uma reunião ministerial específica na próxima segunda, com previsão de duração de aproximadamente seis horas. "O presidente quer combinar com os ministros mais políticos a forma de atuar nas eleições municipais, já que a base tem 14 partidos e nos não podemos ter uma participação do governo que contrarie parceiros", afirmou o ministro da coordenação política, José Múcio Monteiro.
Múcio sabe quão traumática essa situação pode se tornar, já que seu gabinete, no quarto andar do Planalto, acaba se transformando em um desaguadouro de queixas, mágoas e ressentimentos. "Não se trata de racha, é evitar que você atrapalhe parceiros que te ajudam a governar o país", resumiu o ministro. A expectativa de Múcio é que sejam definidos os limites de atuação dos ministros na campanha. Para os aliados, o ideal é que os ministros se restrinjam a subir em palanques nos Estados em que têm domicílio eleitoral.
