segunda-feira, 2 de junho de 2008

Petróleo tabelado


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou sua primeira conversa com os jornalistas na capital italiana para dar uma estocada no mercado internacional de petróleo. “Acho que vivemos uma especulação no mercado futuro de petróleo. Não tem nenhum sentido o petróleo estar na faixa de US$ 140, US$ 145 o barril. Dizer que é apenas pelo aumento do consumo da China não é convincente. Tenho consciência de que o preço do petróleo na bomba de gasolina não chega a US$ 35. Então, tem gente ganhando muito dinheiro no mercado futuro com o preço do petróleo e é preciso que façamos uma discussão sobre isso”, cobrou o presidente.

Ele pedirá ao secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, com quem se encontra amanhã, que convoque todos os países produtores e consumidores de petróleo para tentar chegar a um acordo que permita a redução dos preços. Na quarta-feira, vai conversar sobre isso numa reunião em Brasília com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli. “Sei que o preço do petróleo é internacional, é de mercado. A Petrobras não é do Estado, tem participação de capital estrangeiro, está na bolsa, não pode ter um comportamento ‘solito’. Queremos começar a fazer uma reflexão. Por isso, estamos pedindo para a ONU fazer a convocatória”, disse Lula.

Sobre os especuladores do preço dos alimentos, o presidente foi mais evasivo. Disse apenas que, assim como o petróleo, não existe um controle sobre as commodities. “É importante que a ONU faça essa reflexão. Essa crise no preço de alimentos veio num momento importante. É um desafio para que os países assumam a responsabilidade de repensar a segurança alimentar”, afirmou, afinando o discurso que fará amanhã, na Conferência de Alto Nível da FAO sobre Segurança Alimentar, Mudanças Climáticas e Bioenergia.

Biodiesel
Lula anunciou que em julho irá ao Japão para a reunião de cúpula do G-8 (Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá e Rússia), quando os países que integram o G-5 (Brasil, Índia, China, África do Sul e Nigéria) levarão um documento para debater a questão climática e o preço dos alimentos. “Quero discutir a questão do etanol, do biodiesel, quero discutir as nossas coisas”, disse Lula, para, em seguida, cutucar os problemas dos países ricos: “Eu gostaria que eles discutissem a crise dos subprime. E o preço do petróleo. São alguns assuntos que, daqui para a frente, vão fazer parte de minha pauta internacional. Daqui a pouco, eles vão me ver como aquele chato. Mas eu vou teimar porque esse é o momento do Brasil”, afirmou.


Em defesa do etanol
Na defesa que fará do etanol a partir da cana-de-açúcar, Lula foi categórico ao dizer que o Brasil tem a única alternativa “consistente” nessa área de biocombustível. E para mostrar as potencialidades, ele está pronto para exibir o protótipo de um carro verde (foto) na conferência de amanhã: “Eu agora ando no meu avião com o protótipo do primeiro carro verde do mundo. Tudo que é de plástico do carro não é feito mais de derivado do petróleo, mas derivado de cana-de-açúcar. É uma parceria Braskem/Toyota. É um carro que ninguém precisa beber mais álcool, é só cheirar o carro”, brincou

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