No seu primeiro dia no Senado, a ex-ministra e senadora Marina Silva (PT-AC) evitou ontem criticar o governo federal. A petista afirmou que os dados sobre o aumento de desmatamento "são alarmantes" e elogiou as medidas anunciadas pelo Ministério do Meio Ambiente.
"(Os dados) são alarmantes, mas as medidas são corretas", afirmou Marina. Informando que não fará oposição acirrada ao governo, a ex-ministra disse que tinha um lema de vida: "Sempre costumo fazer a aeróbica do bem".
Marina afirmou que prepara um pronunciamento para ser feito hoje à tarde. Depois de quase cinco anos e meio no governo, a senadora deixou o governo no mês passado, mas promete "lutar" pelos interesses do país. "Não fiz oposição cerrada nem durante o governo Fernando Henrique Cardoso. Vou defender temas (de interesse) do governo", afirmou Marina.
Ao ser questionada sobre as posição críticas do governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR) sobre a política ambiental, Marina sugeriu que ele se esforce para somar forças à campanha de preservação e defesa do meio ambiente.
Marina deixou o Ministério do Meio Ambiente depois de uma série de embates com setores do governo. De acordo com aliados dela, o que teria provocado sua decisão foi o fato de o Programa da Amazônia Sustentável (PAS) ficar sob comando do ministro Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos).
A senadora foi substituída pelo deputado estadual Carlos Minc (PT-RJ), que ocupava, ao ser convidado, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, no governo de Sérgio Cabral (PMDB), no Rio Janeiro.
Após a saída de Marina, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tentou desfazer a imagem negativa provocada por seu pedido de demissão. Em várias ocasiões, Lula ressaltou o bom relacionamento entre ambos e a amizade que os unia.