Após expansão recorde no mês de janeiro, a indústria do cimento comemora crescimento ainda mais forte no mês de fevereiro quando comparado ao mesmo período do ano anterior. De acordo com dados preliminares do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC), as vendas para o mercado interno brasileiro chegaram a 3,7 milhões no mês passado, um avanço de 22,4% sobre fevereiro de 2007. No acumulado dos dois primeiros meses, foram vendidas ao mercado nacional 7,7 milhões de toneladas de cimento, o que representou um aumento de 20% sobre os dois primeiros meses do ano passado.
Apesar do desempenho recorde, o Sindicato não acredita que a média de crescimento se manterá estável ao longo do ano. "Cimento é um produto que também sofre sazonalidade", afirma José Augusto Carvalho, secretário geral do SNIC. De acordo com ele, a estimativa da entidade dão conta de que as vendas internas devam crescer entre 10% e 11%, atingindo mais de 50 milhões de toneladas de cimento comercializadas no ano no mercado interno brasileiro.
Se forem confirmadas as previsões do SNIC, esse será o terceiro ano consecutivo que a indústria do cimento registra crescimento médio de 10%. Desde 2005 as vendas voltaram a crescer e o cenário positivo vem se mantendo principalmente por conta da explosão do setor imobiliário, que tem registrado taxas de expansão superiores a 100% nas empresas que abriram seu capital na Bovespa.
Neste mês de fevereiro, assim como em janeiro, os estados das regiões Sul e Centro-Oeste puxaram a expansão da indústria. No Centro-Oeste o crescimento nas vendas atingiu o patamar de 42%, enquanto na região Sul o aumento foi da ordem de 31,5%. Nas outras regiões também houve acréscimo de demanda forte. No Nordeste o aumento nas vendas foi de 28,5% e nos estados da Região Sudeste foram comercializadas 1,9 milhão de toneladas, uma expansão de 15,5% em relação a fevereiro de 2007. Os estados da região Norte são os que menos consomem cimento no país e onde o crescimento nas vendas foi o menor: 8,1%.
Mesmo com a expansão recorde, o SNIC afirma que não há risco de desabastecimento no país. De acordo com Carvalho, problemas de distribuição podem ocorrer, mas a indústria está preparada, diz ele, para o aumento esperado da demanda por cimento.