Desde que iniciou sua maratona Brasil a fora para lançar as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), o Presidente Lula fala aos quatro ventos que não é candidato. Se fosse, seria um nome difícil de ser batido nas urnas. A pesquisa CNI/Ibope, divulgada ontem, revela que a avaliação do governo Lula é a melhor desde sua posse em 2003.
A soma dos quesitos ótimo ou bom, em curva ascendente, alcançou 58% este mês contra os 51% obtidos pelo levantamento anterior, em dezembro. A soma dos entrevistados que consideram a administração ruim ou péssima caiu de 17% para 11%. Impedido pela legislação eleitoral de disputar um terceiro mandato, Lula já deu a senha: vai usar os números tão favoráveis para injetar combustível na candidatura presidencial que receber o seu apoio. Já elevada à condição de "mãe do PAC", conforme palavras do próprio presidente, a ministra Dilma Roussef (Casa Civil) é a mais cotada.
Índice semelhante a esse, o presidente só conseguiu em dezembro de 2006, quando a avaliação positiva do governo chegou a 57%. Perguntados sobre qual nota de zero a 10 dariam ao presidente Lula, os entrevistados cravaram um 7,1 contra os 6,6 da pesquisa de dezembro.
"Pode-se afirmar que esse resultado expressa, neste momento, o desempenho da economia, como mostram os indicadores de avaliação do governo no campo econômico e a expectativa da população em relação ao futuro", avalia a pesquisa, uma vez que em todos os itens econômicos há um crescimento da aprovação.
Quando perguntados sobre o combate à inflação, 51% disseram aprovar a estratégia do governo – em dezembro, o índice de 44%. A melhor avaliação da política econômica é justamente o combate ao desemprego, apoiado por 55% dos entrevistados ante os 47% na última sondagem.
Segurança, o ponto fraco
Dentre as áreas de atuação do governo, a segurança pública foi considerada ruim ou péssima pela maioria dos eleitores ouvidos pelo Ibope. Para 22%, a segurança no país é ruim e, para 31%, é péssima. Apenas 3% dos entrevistados disseram avaliar como ótima a segurança pública, ante 15% que disseram ser boa e 29% que responderam que é regular.
Considerada um dos gargalos ao crescimento da economia, a carga tributária também foi objeto da pesquisa CNI/Ibope: 35% dos entrevistados consideram a reforma tributária muito importante, enquanto 47% disseram considerá-la importante. Para 9% dos respondentes, ela é pouco importante. A reforma é nada importante para 4% dos eleitores e 5% não responderam ou não opinaram.
A pesquisa foi feita entre os dias 19 e 23 de março, em 141 municípios com 2.002 eleitores. A margem de erro é de dois pontos percentuais para baixo ou para cima e o grau de confiança é de 95%.