O deputado federal Fernando Gabeira, ex-guerrilheiro do grupo MR8 no período da luta armada brasileira contra a ditadura militar nos anos sessenta, ganhou espaço e cacife político para participar da disputa pela prefeitura carioca desde que se colocou como opositor ferrenho do governo no Congresso.
O combativo deputado do PV, exilado entre os anos de 1970 e 1979, voltou ao País com a Lei da Anistia. Polêmico, uma de suas bandeiras na juventude de sua militância política foi a legalização da maconha, assim como a preservação do meio ambiente - tema com o qual trabalha na Câmara dos Deputados, junto a questões sobre relações exteriores, mudanças climáticas e direitos humanos.
Mais de 20 anos depois de ser candidato ao governo do Estado do Rio de Janeiro pelo PT e depois de se candidatar à Presidência em 1989 pelo PV, Gabeira hoje prefere deixar as divergências partidárias com os tucanos e falar sobre a participação do governo municipal no auxílio ao combate à violência do Rio:
"A prefeitura obteria informações úteis à polícia para um combate eficaz. É preciso que consertemos as janelas quebradas e conservemos. As campanhas educativas virão para mostrar que quem ama cuida. Trabalharemos numa parceria com o Google Earth (serviço de mapeamento via satélite oferecido pela Google na internet) para acompanhar cada metro quadrado da cidade e sua evolução."
Ao qualificar o embate entre e esquerda e direita de "demodê", hoje o deputado vê o capitalismo como ferramenta para reerguer a Cidade Maravilhosa: "Essa questão entre esquerda e direita não é mais central. Vamos desenvolver o Rio de maneira capitalista para crescer".
Gabeira lembra do ex-governador fluminense e gaúcho Leonel Brizola para falar de educação, num aceno ao apoio pedetista. "Tomaremos a mesma premissa de que quanto mais tempo a criança ficar na escola, melhor."