sexta-feira, 29 de abril de 2011

'Ainda não desencarnei'


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu que ainda se sente ligado à Presidência. "Ainda não desencarnei totalmente do meu mandato de presidente, não é uma tarefa fácil." Durante 55 minutos de discurso no Congresso Nacional de Metalúrgicos da CUT, na noite de quarta-feira, Lula disse que está com "comichão", uma vontade forte de voltar a viajar pelo País. "Estou com vontade de tudo, mas tenho que me controlar. Só com autocontrole vou conseguir desencarnar", brincou. Sobre o fato de evitar comentar temas nacionais, Lula afirmou ter feito um acordo com a presidente Dilma Rousseff de não intervir no novo governo. "Queria ensinar a alguns ex-presidentes como é importante ser um ex-presidente sem dar palpites."

Crise no PSDB atinge comando estadual

A exemplo dos vereadores paulistanos, a bancada de deputados federais do PSDB de São Paulo resolveu pleitear maior espaço na formação da nova Executiva estadual, que será eleita daqui a uma semana.

Inspirados pelas demandas dos vereadores, que conseguiram ampliar a influência na cúpula partidária municipal após racha que resultou na saída de seis parlamentares, os deputados decidiram pedir, na formação da Executiva estadual, o mesmo espaço obtido pelos colegas tucanos da Câmara Municipal. A palavra de ordem é "isonomia".

Em almoço na terça-feira, no Senado, os deputados Luiz Fernando Machado, coordenador da bancada paulista, e Vaz de Lima e o senador Aloysio Nunes Ferreira avaliaram que os parlamentares devem ter mais representatividade na cúpula partidária, já que a presidência do partido ficará com um deputado estadual, Pedro Tobias, que conta com o apoio do governador Geraldo Alckmin.

A bancada federal quer na Executiva estadual pelo menos os cinco postos que os vereadores obtiveram na cúpula municipal. Entre eles, a vice-presidência, a primeira-tesouraria e a secretaria-geral, para a qual não há nome de consenso. O ex-governador José Serra chegou a ser procurado por deputados federais para tratar do assunto.

Eles aceitam eleger Tobias presidente estadual, mas querem indicar um nome da bancada para secretário-geral. Tobias defende a recondução do atual secretário-geral, César Gontijo. "Defendo ele de novo porque precisa ser alguém que toca o dia a dia do partido. E ele fez um bom trabalho. Quem tem mandato não toca muito a vida partidária", afirmou Tobias. Para o deputado, o partido não deve usar como critério para a escolha do presidente e demais cargos o revezamento entre deputados federais e estaduais - o atual presidente é um deputado federal. Ele defende eleição direta, em que todos os tucanos possam participar. "Isso está sendo acertado. Todo mundo será acomodado", disse Tobias. Os parlamentares acreditam que o grupo de Alckmin vai ceder espaço para evitar um novo desgaste político.

Acordo. Se não houver um acordo sobre o nome que ocupará a secretaria-geral do PSDB estadual, Gontijo pode ir para a votação durante a convenção estadual do partido, que ocorrerá no dia 7, na Assembleia.

Do lado da bancada federal, o nome cotado para o posto é o do deputado Vaz de Lima. Os deputados estaduais também querem indicar o secretário-geral. Geraldo Vinholi e Mauro Bragato são cotados, mas a tendência é que haja uma composição da bancada estadual com a federal.

Brasil leva US$ 75 bi em investimentos

Os bancos internacionais despejaram mais de US$ 75 bilhões na economia brasileira em 2010 e o País se transformou no segundo maior destino de empréstimos, crédito e fluxo financeiro entre os emergentes, atrás apenas da China.

Os dados são do Banco de Compensações Internacionais (BIS) que alerta que, apesar da alta nos fluxos financeiros aos países emergentes, o mundo voltou a registrar uma contração nos empréstimos nos últimos três meses de 2010 por conta da instabilidade na Europa.

Em 2008, a crise financeira fez os bancos de todo o mundo fecharem as torneiras e pararem de emprestar. O resultado foi o agravamento da crise e a necessidade de os governos injetarem bilhões em suas economias.

Em 2010, os dados mostram que os empréstimos se recuperaram em quase US$ 1 trilhão, atingindo um total de US$ 30,1 trilhões.

Mas a recuperação ainda não compensa as perdas dos últimos anos. Só em 2009, bancos reduziram os empréstimos em US$ 2,3 trilhões. No ano passado, os fluxos voltaram a ser registrados. Mas, no quarto trimestre, mais um retrocesso. O volume de empréstimos no mundo foi reduzido em US$ 423 bilhões.

Os responsáveis pela queda foram os países desenvolvidos que viram a exposição de bancos a suas economias ser reduzida em US$ 575 bilhões. Só na zona do euro, foram US$ 422 bilhões a menos em empréstimos diante de um mercado que teme a fraca recuperação da economia da UE e de novos problemas nos bancos da região.

Na Irlanda, os bancos retiraram créditos no valor de US$ 198 bilhões em 2010. Nos últimos três meses do ano, a fuga foi de US$ 100 bilhões diante do temor de uma quebra. Portugal perdeu US$ 37 bilhões, US$ 44 bilhões na Grécia. A Itália também viu uma debandada de bancos, reduzindo suas exposições em US$ 123 bilhões.

Emergentes.[ ] [/ ]Os países emergentes fizeram um contraste com os países ricos e o grupo ainda sofreu uma alta nos empréstimos no final de 2010 de US$ 91 bilhões. A expansão foi de 3%. A alta foi de 5% na América Latina.

O Brasil teria sido um dos principais responsáveis por essa alta. Com a entrada de US$ 75,9 bilhões em 2010, a economia brasileira se transformou na segunda entre os emergentes com a maior exposição de bancos internacionais.

Só a China recebeu mais em 2010: US$ 153 bilhões. A Índia registrou uma alta de US$ 49 bilhões.

No ano, a exposição dos bancos estrangeiros no Brasil foi incrementada a um nível superior à exposição dessas instituições em todos os países da África e Oriente Médio juntos.

Com a explosão dos créditos ao Brasil pelos bancos, o total da exposição de bancos na economia nacional chega a US$ 241 bilhões, mais da metade de toda a América Latina. Há apenas dois anos, o volume era de US$ 157 bilhões. Em 2009, diante da crise mundial, a expansão de créditos internacionais ao Brasil foi de apenas US$ 7,5 bilhões.

No México, esse valor é de US$ 114 bilhões, contra apenas US$ 15 bilhões na Argentina.

O Brasil ainda superou a Coreia do Sul e hoje só está abaixo da China entre os emergentes. Bancos internacionais somam mais de US$ 330 bilhões na economia chinesa.

Aposta espanhola. Em 2010, depois de registrar uma alta de mais de US$ 20 bilhões por trimestre, o Brasil também sofreu uma queda importante nos últimos meses do ano. Mesmo assim, registrou uma expansão nos créditos de US$ 7,5 bilhões. No total, mais de 60% dos empréstimos são dados ao setor bancário brasileiro e o restante para os demais setores da economia.

Os bancos espanhóis são de longe os que mais apostam no Brasil, seguido pelos americanos. Apesar da expansão, o Brasil ainda tem uma exposição modesta comparado com os mais de US$ 5 trilhões que os bancos têm nos Estados Unidos e US$ 12 trilhões na Europa.
 

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