quinta-feira, 26 de julho de 2007

ATENÇÃO :ISSO É CRIME , e muito sério. para todos lerem e repassarem

tom das críticas ao governo Lula, em função da crise no setor aéreo, vem subindo crescentemente na mídia. O editorial do jornal O Estado de S. Paulo, nesta terça-feira (24), fala em “governo desacreditado” e “colapso do lulismo em matéria de permitir, em última análise, que o país funcione”. O Estadão refere-se ao Presidente da República como “o inexperiente Lula, o qual na irrefutável constatação de Orestes Quércia, em 1994, nunca dirigiu nem um carrinho de pipoca, antes de ambicionar o Planalto”. Na mesma direção, o colunista Clóvis Rossi, pergunta hoje, na Folha de S. Paulo: “se o país é incapaz de segurar um avião na pista, vai segurar o quê?”.



O jornal O Globo, também em editorial, diz que “a crise é mais profunda do que se quer fazer crer”. Também no Globo, Dora Kramer diz que “à corriola governamental tudo é permitido: agredir o público com grosseria, com leviandade, com futilidades, com fugas patéticas ao cumprimento dos deveres, com indiferença, vale qualquer coisa se a anarquia tem origem nas hostes governistas”. “Corriola”, em seu uso informal, significa “grupo de pessoas que agem desonestamente ou de forma inescrupulosa; quadrilha”.

Governo de SP abandona famílias em hotéis 6 meses após desastre do Metrô

“O governador José Serra nos disse que tudo seria resolvido o mais rápido possível”, afirmou António Teixeira Dias, que teve a sua residência danificada. “Mas, até agora, nada. Fomos abandonados”, lamentou

Depois de mais de seis meses do desabamento da futura estação Pinheiros da linha 4 – Amarela do Metrô (privatizada), famílias que foram obrigadas a abandonar suas casas - uma vez que os imóveis foram atingidos ou tiveram a segurança comprometida - ainda permanecem alojadas em hotéis. Ao todo, o número de famílias não indenizadas passa de 13.

“Na semana seguinte ao acidente, fomos chamados pelo governador José Serra que nos disse que tudo seria resolvido o mais rápido possível e que não seríamos prejudicados. Mas, até agora, nada. Fomos abandonados”, afirma o corretor de imóveis António Teixeira Dias. Antes da tragédia, ele morava em um apartamento na Rua Gilberto Sabino, próxima ao local do desabamento. “Agora vivemos, minha esposa, meus dois filhos e eu, em quartos de 20 metros, separados por andares”, lamenta.

No dia 12 de janeiro, o canteiro de obras da futura estação Pinheiros desmoronou, matando sete pessoas. Uma enorme cratera se abriu no local, chegando a engolir uma van de transporte coletivo e seus passageiros, além de caminhões que trabalhavam no local. Até agora, o governo do Estado não concluiu as investigações e nem apontou as causas do acidente, assim como os responsáveis pela tragédia.

Além da demora para se chegar a um acordo sobre os valores das indenizações, os intervalos entre uma audiência e outra para tratar da questão são longos, segundo o morador.

Sequer os moradores idosos – maioria na área afetada pelo acidente – receberam apoio do governo do Estado no sentido de solucionar o seu dilema. “Muitos dos moradores atingidos eram idosos e o fato de terem sido obrigados a deixar as suas casas tem prejudicado até o contato com outros familiares”, completa Dias. “Isso tem mexido muito com o lado emociona

O piloto da TAM atuou bem, mas uma turbina falhou.

Foi manchete do Clarin da Argentina, óbvio, a verdade nunca saberemos pela Mídia brasileira.

Segue o Link: http://www.clarin.com/diario/2007/07/25/elmundo/i-02401.htm

Peças piratas no avião

A suspeita de uso de peças piratas no avião surgiu em decorrência dos maus antecedentes da companhia. Meses antes, o motor de um outro DC-9 da ValuJet explodira no Aeroporto de Atlanta. Descobriu-se que a última manutenção do avião fora feita por uma oficina na Turquia. Sim, na Turquia, bem longe dos olhos vigilantes das autoridades norte-americanas. A troca das oficinas dos Estados Unidos por uma outra na Turquia se baseou num cálculo de custo.


A peça mais importante do controle de velocidade de um jato intercontinental custa 100 mil dólares no mercado legal. No mercado paralelo, a mesma peça sai por alguma coisa entre 10 mil e 20 mil dólares. Um comerciante desonesto pode comprar uma lâmina para o compressor do motor a jato por 1 dólar num ferro-velho, lixá-la, revesti-la, colocar uma etiqueta falsa e depois revendê-la por 1.200 dólares.


As suspeitas sobre as razões da queda do Boeing 747 da TWA que explodiu no ar com 230 pessoas a bordo, em julho de 1995, apontam para defeitos em cascata nos componentes e para problemas de desgaste nos tanques de combustível. Nos últimos anos, muitas empresas passaram a utilizar peças de reposição piratas — mais baratas e obviamente menos seguras — em seus aviões. De acordo com informações oficiais, peças sem garantia foram detectadas em cerca de 166 acidentes ou panes sérias registrados nos Estados Unidos entre 1973 e 1993. Meio milhão de peças defeituosas é instalado a cada ano nos aviões norte-americanos.


Tráfego aéreo particular


E no Brasil? No universo das grandes empresas brasileiras, esse é um problema não investigado. O caso mais parecido aconteceu em 1992 com a Vasp. Na época, a empresa usou peças de aviões encostados em outros que estavam em operação. A esse procedimento dá-se o nome de canibalização. O Departamento de Aviação Civil (DAC) que fiscaliza as empresas aéreas brasileiras, apertou o cerco e a Vasp se enquadrou.


Alguém ouviu ou leu algo a respeito na “grande imprensa”? Ou a respeito de outros problema

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Presos dizem que fraude se estendeu à Nossa Caixa


Acusados de participação em fraude que pode ter desviado mais de R$ 50 milhões dos cofres do BRB (Banco de Brasília) disseram em depoimentos que parte do esquema se repetiu na Nossa Caixa, o banco oficial do Estado de São Paulo. A Folha teve acesso à integra dos depoimentos dos presos na Operação Aquarela, da Polícia Civil e do Ministério Público do Distrito Federal.
Cinco dos 20 acusados de integrar o esquema confirmaram nos depoimentos que a ONG Caminhar, apontada como pivô da fraude, recebeu nos últimos dois anos cerca de R$ 8 milhões para realizar pesquisas para medir a satisfação dos clientes do BRB e da Nossa Caixa com o serviço de auto-atendimento. Três disseram que as pesquisas eram todas forjadas.

Em reportagem publicada no dia 27 de junho, a Folha havia revelado as suspeitas contra o banco paulista baseadas em relato de investigadores. Entre os que confirmam os contratos estão o presidente da ONG, André Luís de Souza Silva, e o secretário-geral da Asbace (Associação Nacional de Bancos) entre 1980 e 15 de junho, Juarez Lopes Cançado. Outros três investigados, dois deles ex-funcionários da ONG, afirmaram que preencheram eles próprios todos os questionários de pesquisas que teriam de ser feitas com clientes do BRB e da Nossa Caixa.

"A declarante às vezes comparecia ao apartamento de André Luís [dono da Caminhar] (...) onde preenchia questionários de supostas pesquisas de campo, às quais não existiam e se referiam ao banco Nossa Caixa e ao BRB. (...) [Ela] se recorda de já ter preenchido fichas de pesquisa, do Banco Nossa Caixa, relativa a diversas cidades, e que tais pesquisas eram feitas aqui mesmo em Brasília", diz a transcrição do depoimento de Jeovana Drazdauskas Silva, que começou a trabalhar na ONG em 2006. Ela disse à polícia e aos promotores de Justiça que a tarefa de forjar respostas dos supostos clientes cabia a ela, ao namorado, à irmã e ao cunhado.

"Em relação a bancos do Estado de São Paulo, chegaram a preencher mais de 70 mil formulários, (...) sendo que André [dono da ONG] supervisionava o trabalho e entregava aos funcionários os gabaritos referentes às respostas que deveriam ser preenchidas em cada formulário", disse às autoridades o namorado de Jeovana, Fabrício Ribeiro dos Santos. Anderson Figueiredo Barros, contratado pela ONG para organizar questionários, disse no depoimento que a pesquisa para a Nossa Caixa seria feita em quatro fases e, ao analisar duas delas, havia notado a fraude.

"Comparando os dados encaminhados por André [da ONG] em relação a primeira e a segunda "onda" [etapa] de pesquisas junto ao BNC [banco Nossa Caixa], o declarante observou indícios de fraude na pesquisa; declarante esclarece que havia respostas repetidas nos questionários encaminhados apresentando índice anormal de homogeneidade nas respostas", diz a transcrição de seu depoimento. Confrontado com trechos dos depoimentos, o presidente da Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, também presidente da Asbace, negou que o banco ou a associação tenham contratado, direta ou indiretamente, a Caminhar para realizar as pesquisas.
Apesar disso, o presidente da ONG e o secretário-geral da Asbace até o estouro do escândalo confirmam os contratos.

"Os valores contratados com a ONG Caminhar para a realização das pesquisas de mercado são de aproximadamente R$ 8 milhões", diz o depoimento de Juarez Lopes Cançado, secretário-geral da Asbace até junho. A associação tem cerca de 75% da renda oriunda de contratos com a Nossa Caixa. O dono da Caminhar também confirma: "A única pesquisa que a Caminhar [fez em SP] foi essa acima referida, no Banco Nossa Caixa; essa pesquisa teve três fases, recebendo por cada fase aproximadamente R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões", diz o depoimento de André Luís, que detalha: "As fases representavam a realização de pesquisa em 80 agências, totalizando 240 agências ao final das três fases". O Ministério Público do Distrito Federal afirmou que já comunicou ao Gaeco, braço do Ministério Público em São Paulo responsável pelo combate ao crime organizado, as suspeitas sobre a Nossa Caixa.

Empurrando a culpa

Deputados de oposição da CPI do Apagão Aéreo da Câmara desencadearam uma operação para apontar o que chamam de "responsabilidade objetiva da União" no episódio do acidente da Tam.
Tucanos entregaram na sexta-feira documento ao relator Marco Maia (PT-RS) no qual afirmam que, como poder concedente, cabe à administração federal responder por problemas de gestão nas empresas aéreas. Ou seja, o IPT orgão do governo José Serra que deu ok no laudo liberando a pista não quer dizer nada para os tucanos

A direita agoniza

Estive no velório e no enterro de Antonio Carlos Magalhães. Na madrugada de sexta-feira para sábado, por volta das 3h30, entrei na sala onde estava o corpo do político mais poderoso da Bahia nas últimas décadas.
O local estava vazio, exceto por policiais de plantão e quatro ou cinco pessoas vestidas de maneira humilde e sentadas em um canto. O amplo salão maximizava a sensação de solidão. No centro, o caixão. A imagem de ACM deitado, bem arrumado e aparentando sorrir, é uma alegoria ideal para sintetizar o momento pelo qual passam o Democratas (ex-PFL) e a direita em geral no país: um lento e contínuo processo de desidratação.
É claro que no dia seguinte, sábado, havia a enxurrada de políticos presentes. O "povo" também compareceu. Muitos possivelmente de maneira sincera, via-se, mas a parcela mais animada estava uniformizada vestindo camisetas com a foto de ACM estampada no peito. Houve alguma comoção, mas a impressão geral é que a vida hoje seguirá normal -exceto para o Democratas, órfão de seu maior puxador de votos das últimas décadas.
Em 2002, de todos os votos para deputados federais que o Democratas teve no país, 21,3% tiveram origem na Bahia. Em 2006, o percentual pulou para 22,5%. A prevalência baiana no partido se manteve no ano passado, quando a legenda já estava em fase decrépita, inclusive em solo carlista.
Se há no Brasil um partido de grande porte com algum fiapo de ideologia conservadora ou de pensamento claro de direita essa legenda é o Democratas. A agremiação se esmerou recentemente para trocar de nome (uma das mais desastradas operações de marketing político da história moderna), mas pouco fez para estabelecer algum vínculo real com o seu eleitorado. Com a morte de ACM, pode ter perdido o único elo restante.

frodriguesbsb@uol.com.br

Fernando Rodrigues - Folha

domingo, 22 de julho de 2007

Manual daTAM orienta usar sempre reversor

Em inglês, texto fala da alta eficiência do sistema para frear o Airbus-A320 e recomenda que seja usado em todos os pousos

Um dos reversores do avião que se acidentou em Congonhas estava desligado; empresa diz que sistema é desnecessário


A TAM recomenda o uso do reversor em potência máxima em todos os pousos do Airbus-A320. A orientação está no manual de treinamento dos tripulantes da TAM, uma espécie de guia do usuário destinado a pilotos e co-pilotos.
Um dos dois reversores do avião que se acidentou na terça-feira em Congonhas matando pelo menos 197 pessoas estava desligado. Assim, a aeronave tinha apenas metade da potência dos reversores.
O manual é detalhado. O texto, em inglês, explica como o reversor deve ser usado, fala da alta eficiência do sistema em parar aeronaves e diz, textualmente, que "é recomendado o uso de pressão reversa em alta velocidade". Quando a velocidade cair para 70 nós -124 km/h- "a eficiência do reversor faz o avião frear rapidamente" e deve ser desligado.

Desde as primeiras declarações dadas após o acidente, diretores da TAM têm insistido que o reversor não era essencial para que o pouso fosse concluído corretamente. Segundo a empresa, a falha no equipamento foi detectada quatro dias antes do acidente e o manual da fabricante dá dez dias de prazo para fazer o conserto.
O representante da Airbus no Brasil, Mário Sampaio, afirmou à Folha que, sem o reversor, seria possível fazer o pouso usando 1.750 metros de pista, já considerando os 300 metros do ponto de toque. A pista de Congonhas tem 1.940 metros.
O reversor é um equipamento auxiliar ao sistema de freios. Ele manda para frente o ar que a turbina empurra para trás, gerando um efeito aerodinâmico que reduz a velocidade do avião. A principal causa do acidente com o Fokker-100 da TAM em 1996 que matou 99 pessoas perto de Congonhas foi a abertura do reversor em vôo, logo após a decolagem.

A Anac (Agência Nacional de Avião Civil), órgão que regulamenta as operações de vôo no Brasil, também recomenda o uso dos reversores em potência máxima para todos os pousos em pista molhada no país.
Chovia no momento do pouso do Airbus-A320 que vinha de Porto Alegre. Com pista molhada, o atrito dos pneus com o solo é menor. Por isso a recomendação da Anac.
Os pilotos recebem um treinamento especial para fazer o pouso em condições adversas. Com apenas um reversor, o avião tem pressão aerodinâmica para o freio em apenas um dos lados e tende a "puxar" para esse lado. O piloto precisa "consertar" a trajetória da aeronave para evitar sair da pista.
Os aviões têm três equipamentos que podem funcionar em conjunto para frear: o reversor, o freio aerodinâmico -cinco de cada lado, que se abrem sobre as asas após o trem de pouso tocar o solo- e os freios das rodas.

Folha assinante aqui

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Entrevista/ Luiz Inácio Lula da Silva: "Está em jogo a imagem do Brasil"

"Não estranhem se me virem participando de algum esporte nos Jogos Pan-Americanos", disse o presidente Lula a um grupo repórteres, logo após uma entrevista em Brasília sobre o Pan do Rio. "Em qual modalidade, presidente?", perguntou um deles. Enquanto vestia o agasalho oficial da delegação brasileira, Lula revelou que seu esporte, na verdade, não é o futebol. Treinou boxe na juventude. E só desistiu "porque o ritmo era muito puxado. Acho que tenho bursite de tanto ter dado socos". É com essa disposição de boxer que ele resolveu assumir a briga pela divisão da paternidade do Pan. "Sabíamos que, se desse certo, todo mundo ia querer ser o pai da criança, se desse errado, essa criança não teria pai, seria órfã", responde ele aos protestos do prefeito do Rio, Cesar Maia, divulgados ontem no JB, quanto aos valores investidos pelo governo federal nos Jogos. Procurado pela reportagem, Maia evitou a polêmica. "Deixa para lá", respondeu por e-mail. Na entrevista, Lula insistiu que, depois do Pan, vai para a briga pela Copa do Mundo e pelas Olimpíadas no Brasil. "Não vamos fazer nada meia-boca".

Copa e Olimpíadas

Os Jogos Pan-Americanos não são apenas a oportunidade de realizarmos um grande evento internacional no Brasil. Independentemente das medalhas que a gente possa ganhar, de ser a maior delegação brasileira de todos os tempos a participar do Pan, e até do legado que nós vamos deixar para o Rio de Janeiro depois que terminar, o que vai ser mais importante é a imagem que o Brasil puder construir no exterior sobre a sua capacidade de organizar e de concretizar eventos dessa magnitude. Porque nós estamos pleiteando a Copa do Mundo de 2014 e sonhando que um dia o Brasil possa vir a ser sede de uma Olimpíada.

Nivelar por baixo

No Brasil, temos o hábito de nivelar tudo por baixo. A culpa não é de ninguém, individualmente, eu acho que a culpa é cultural. Então, quando for dada a abertura dos Jogos, vocês podem ter a certeza de que nós estaremos realizando os melhores Jogos Pan-Americanos de toda a história, com um centro esportivo dos mais moderno. Não vamos fazer nada "meia boca".

Copa privatizada

Na Copa do Mundo, no Brasil, não está prevista a participação de dinheiro público federal, a não ser naquilo que é nossa obrigação de fazer. Se tiver que fazer uma rua, é do governo federal, mas do ponto de vista do evento em si, das praças esportivas, isso tem que ser dos clubes, da CBF e da iniciativa privada. Muitas vezes tratamos como gasto, mas nós temos que ver como investimento.

O Pan do Brasil

Os Jogos Pan-Americanos vieram de uma disputa entre São Paulo e Rio. O Rio ganhou e, para nós, do governo federal, independentemente de quem era prefeito, de quem era governador, nós sabemos que o que está em jogo é a imagem do Brasil. Se der certo, vai ser tudo maravilhoso, essa imagem vai ser carregada com muito orgulho para fora do Brasil. Então, nós cuidamos para evitar que as coisas dessem errado, porque se dessem errado o que ia ficar na praça era que o Brasil não tinha competência para organizar o Pan-Americano.

Paternidade

Essa é uma discussão descabida, há um despropósito em levantar essa discussão agora. O Pan será realizado na cidade do Rio, mas é um evento brasileiro, que envolve 190 milhões de almas que gostam de esporte. Então, ficar discutindo se é do Rio... Se ele fosse em Recife, seria brasileiro, se ele fosse em Roraima, seria brasileiro, se ele fosse em São Paulo, seria brasileiro. E depois, os números, o dinheiro investido por cada um, isso é contabilizado, é só pegar a contabilidade do Pan. O dado concreto é que o governo brasileiro colocou muito dinheiro, e colocamos porque nós sabíamos que, se desse certo, todo mundo ia querer ser o pai da criança, se desse errado, essa criança não teria pai, seria órfã. Nossa responsabilidade é com a imagem do Brasil diante do mundo. Acho que a responsabilidade do prefeito Cesar Maia é a mesma, assim como a do governador Sérgio Cabral.

Orçamento além

Eu acho que os companheiros que são responsáveis pelo Pan gastaram o que precisavam gastar, fizeram as licitações que precisavam fazer. Agora, quem achar que gastou demais, peça para fazer uma fiscalização. Para mim, seria bem-vinda. O dado concreto é que quando se iniciou o Pan, quando o Rio de Janeiro ganhou, a primeira estimativa era de um gasto de R$ 209 milhões, feita pela Fundação Getúlio Vargas, isso em 2001. A participação do governo federal era da ordem de R$ 650 milhões a R$ 700 milhões. Chegamos a R$ 2 bilhões, envolvendo dinheiro direto colocado pelo governo federal mais a transferência para os estados e municípios.

Garotinho

É preciso lembrar que, em 2001, eu nem estava no governo ainda, nem o Sérgio Cabral estava no governo. Portanto, não sei qual foi o planejamento que eles fizeram. Nós tivemos um problema difícil nos primeiros quatro anos, não preciso dizer para vocês, um problema político sério com o então governante do Rio de Janeiro (Anthony Garotinho). Graças a Deus, melhorou 1.000% depois que entrou o Sérgio Cabral, e a gente teve que fazer, às pressas, a recuperação do Maracanã e a recuperação do Maracanãzinho.

Segurança

Olha, o dado concreto é que, do ponto de vista da preparação, do ponto de vista do pensamento teórico sobre segurança pública, nós estamos fazendo o que há de mais sofisticado para cuidar dos Jogos Pan-Americanos, com a vantagem de que, depois, 75% de tudo que foi feito para o Pan, vai ficar para a estrutura de segurança do Rio de Janeiro. No fundo, isso é um embrião de uma nova política de segurança que pode ser adotada nas principais capitais brasileiras, a partir dos Jogos Pan-Americanos. Só para ter uma idéia, na questão da segurança o nosso investimento não foi pouco. Fizemos um investimento de R$ 562 milhões. Só em segurança! É um dinheiro bastante respeitável, e muito dele foi investido não apenas no ser humano, seja na Polícia Federal, seja na Guarda Nacional, mas também na inteligência da polícia para os Jogos Pan-Americanos. Porque nós queremos, ao terminar os Jogos, ter a comunidade participando do esquema de segurança da cidade do Rio de Janeiro.

Morro do Alemão

Todos nós sempre achamos muito ruim que haja morte de qualquer pessoa. O ideal seria que a polícia conseguisse pegar as pessoas sem precisar dar um único tiro. Isso seria o ideal. Eu acho que o sonho da própria polícia é conseguir prender as pessoas sem precisar atirar. Agora, é importante saber que a polícia não está diante de nenhuma pessoa santa. Eu acho correta a atuação do governo do estado do Rio de Janeiro no Complexo do Alemão. Nós vamos continuar ajudando o governo, até porque nós estamos colocando agora, no PAC, quase R$ 500 milhões para urbanizar, para sanear tanto o Complexo do Alemão como Manguinhos, levando escola, levando hospital, levando área de lazer para aquelas pessoas.

Apagão aéreo

Tenho conversado com o ministro da Defesa, Waldir Pires, com o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Juniti Saito. Eles estão totalmente preparados para evitar que haja qualquer problema nos Jogos Pan-Americanos. Nós já temos uma grande parte dos atletas no Brasil. Ontem houve negociação com a Infraero. É importante lembrar que a Infraero estava na sua data-base, portanto não era fora de proposta. Independentemente dos discursos que tenham sido feitos, era data-base e, portanto, era o momento de fazer as negociações. Chegou-se a um acordo. Acho que os controladores, nesse momento, estão cumprindo as suas funções.

Chantagem

Eu fico numa dúvida em falar, se eu falo como presidente ou falo como ex-dirigente sindical. Eu acho que todas as categorias têm o direito de se manifestar para conquistar os seus aumentos de salário, não vejo nada contra. O que eu acho ruim é as pessoas esperarem um evento internacional, que não depende apenas do Brasil, mas depende de um conjunto de países, de atletas que estão aí, para fazer chantagem contra o governo municipal, contra o governo estadual, contra o governo federal. Eu acho uma prática sindical ruim.

Menos turistas

A questão da diminuição de turistas tem um probleminha relacionado ao câmbio. Na verdade, as pessoas acham que começa a ficar caro trocar o dólar pelo real para viajar. Em compensação, tem mais turista brasileiro viajando. O que é importante a gente avaliar o seguinte: diminuiu em nove e pouco por cento a vinda de turista estrangeiro, mas aumentou muito o turismo interno no Brasil. Também não sei se isso tem a ver com época do ano, também o mundo inteiro não está de férias o ano inteiro, tem um momento que eles param de viajar, mas podem ficar certos que quando vai se aproximando o final do ano nós vamos ter uma enxurrada de turistas aqui, sobretudo agora, com o Cristo Redentor como 7ª Maravilha.

Cuba

Não é nenhuma vergonha alguém perder para Cuba em jogos, porque Cuba tem uma tradição de 50 anos, pelo menos, em competições esportivas. O Brasil começa, de 10 anos para cá, a apostar um pouco mais nas questões esportivas. Preparar um atleta para ser um medalha de ouro em alguma competição, às vezes leva 15 anos. Na hora em que você fizer essa juventude descobrir o gosto pelo esporte, você tem a possibilidade de estar conquistando um jovem do crime organizado, do narcotráfico ou da rua, e você pode colocá-lo para ser um medalhista.

Engenhão

Acho que o Rio de Janeiro comporta dois estádios. O Engenhão pode ser utilizado por todos os clubes. O Maracanã não precisa ser utilizado para todos os jogos.

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Trem da alegria

Câmara vai votar projeto que repõe mais de 5 mil vereadores. Para baixar custos. Durma com essa

A enxurrada de escândalos envolvendo o Senado e a Câmara tira de cena os trabalhos legislativos, sugerindo que esteja tudo parado e nada seja decidido. Não é bem assim. O Congresso está ativo e isso é o que também requer preocupação. São os momentos de confusão que favorecem a aprovação de projetos ociosos para o interesse público e sem quaisquer motivações sociais, econômicas e de urgência.

Esse é o caso do Projeto de Emenda Constitucional apresentado em 2004 com o número 333 que, simplesmente, torna sem efeito a medida saneadora tomada em abril daquele mesmo ano pelo Tribunal Superior Eleitoral: o corte de mais de 8 mil vereadores em todas as câmaras do país. O país não precisa de mais vereadores, mas de menos gasto com o funcionamento das câmaras legislativas e menos burocracia.

De iniciativa do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), o projeto em tese se destina a atender tais requisitos, já que será acompanhado de lei complementar para regulamentar os gastos das câmaras. Eles deveriam ter diminuído com a redução do número de vereadores. Mas ocorreu o oposto, como era previsível. Os vereadores remanescentes redistribuíram a economia entre seus gabinetes, aumentando os seus próprios salários, contratando mais assessores — tudo em desacordo com o princípio de austeridade que deveria reger a atividade.

A idéia é que enquanto não seja aprovada tal lei complementar os gastos das câmaras dos municípios com até 100 mil habitantes serão limitados a 7,5% das receitas da cidade. Para municípios com mais de 500 mil habitantes, o teto seria de 4,5%. Por aí já se pode ver a diferença de percepções entre o senso de rigor com os dinheiros públicos e o ambiente mais, digamos, permissivo que reveste temas orçamentários no Congresso. Vem daí os motivos da carga tributária abusiva a que se submete a sociedade e da falta de investimentos.

Esses limites de gastos são altos, não acanhados, como pensam os deputados. O deputado Pompeo argumenta que, embora haja municípios cuja representação legislativa diminuiu de 21 para 10 vereadores, devido ao corte promovido pela Justiça Eleitoral, as despesas com as câmaras ficaram iguais. “A população foi enganada”, disse ele à Agência Câmara. “Na nossa proposta, reduzimos entre 7% e 20% os gastos das câmaras municipais em todo país.”

Mas... É. Raros são os projetos legislativos que dispensam o uso de uma conjunção adversativa.

Intenção no brejo
Se parasse aí, a proposta para emendar a constituição até poderia merecer aplausos. Toda a intenção profilática sobre o destino do dinheiro público vai para o brejo com a segunda parte do projeto: o aumento do número de vereadores. A Agência Câmara informa que o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam) estima que, se a proposta for aprovada, a quantidade de vereadores aumentará em mais de 5 mil em relação ao total eleito em 2004. Para quê? A relevância dessa iniciativa só satisfaz os parlamentares eleitos e os seus representantes nas bases municipais, não os eleitores.

Nenhuma medida que interfira com o sistema eleitoral deveria ser considerada sem ampla discussão pública, no limite até envolver um plebiscito. Mas o tal projeto já está pronto para ser votado em primeiro turno na Câmara (por emendar a Constituição serão duas votações na Câmara e no Senado). A ele se anexou um substitutivo que relaciona o número de vereadores à população dos municípios, divididos em 24 faixas. A menor, de cidades com até 15 mil habitantes, elegeria nove vereadores. A maior faixa, com população acima de 8 milhões, teria 55 vereadores como teto, o mesmo atual. É uma divisão iníqua.

Proposta é absurda
Se os deputados aprovarem esse absurdo, a representação de uma cidade com até 15 mil habitantes, será de um vereador para cada grupo de 1.666 habitantes. Com população superior a 10,5 milhões, a representação na cidade de São Paulo é de um vereador para cada 145,5 mil habitantes. É um acinte à regra da proporcionalidade.

Pior ficaria se a relação bolada pelos deputados buscasse atendê-la: São Paulo teria de ter 533 vereadores, 21 mais que o número de deputados na Câmara Federal. E isso sem garantia de que a despesa com vereadores baixará. Segundo o Ibam, antes de 2004 as câmaras consumiam 3,38% das receitas municipais, em média, muito menos que os percentuais propostos (de 4,5% a 7,5%). Não há o que aprovar.

O problema federativo é muito mais complexo do que sugerem esses projetos isolados. Há vários propondo a divisão de estados, como o Maranhão, o Pará e o Amazonas. Nada disso é necessário. Só implica mais despesas, com a replicação de assembléias, justiças estaduais e aparatos policiais e de servidores, entre outros gastos ociosos, que terão de ser bancados por repasses do orçamento federal, cujo tamanho não pode mais aumentar. Ao contrário, deve diminuir como proporção do PIB ou, pelo menos, parar de crescer. Isso para que a carga tributária que extorque a renda do contribuinte e sufoca o investimento possa, gradativamente, começar a ser abatida.

O Congresso precisa é de ousadia para desonerar a representação legislativa dos pequenos municípios, de até 200 mil habitantes, por exemplo, como era antes da Constituição de 1988, fazendo do exercício da vereança um ato de civismo, com remuneração de jetons simbólicos pagos por reunião. Tais câmaras só se reúnem uma a duas vezes por semana, por meio período, quando muito.


Iraque


Senador Eduardo Suplicy estava de malas prontas para ir ao Iraque, onde pretendia apresentar sugestão. Era seu projeto sugerir uso do dinheiro do petróleo em favor do povo, com base na renda. O chanceler Celso Amorim persuadiu o senador a não viajar. Está conturbada a situação no Oriente Médio, e seria imprudência a visita de senador brasileiro.

Provas apresentadas por Renan viram ponto de discórdia em comissão

Apresentados espontaneamente pelo presidente do Congresso, Renan Calheiros para justificar a origem do pagamento informal à jornalista Mônica Veloso, os documentos sobre a suposta venda de gado viraram o ponto de discórdia na comissão de relatores designada pela Comissão de Ética do Senado para investigar o caso. Os senadores Marisa Serrano (PSDB-MS) e Renato Casagrande (PSB-ES) acham que se a perícia confirmar oficialmente a existência de notas fiscais frias, estará caracterizada a quebra do decoro parlamentar e o relatório poderá pedir a cassação de Renan Calheiros. Já o senador Almeida Lima (PMDB-SE) pensa o contrário.
"Se os documentos estiverem corretos em relação a R$ 1,2 milhão do total das operações estará comprovada a origem do dinheiro. A pergunta não é se Renan tinha renda suficiente para pagar a pensão? Se tinha não haverá mais o que se discutir sobre o assunto", diz Almeida Lima.
Renan informou à Comissão de Ética que entre 2003 e 2006 recebeu R$ 1,9 milhão. Agora terá de mostrar o livro caixa de suas empresas, talonários de notas fiscais, ficha cadastral do rebanho, guias de transporte de animal, recibos mostrando que o gado vendido foi recebido pelos compradores e notas referentes ao gado que ele mesmo comprou. Casagrande lembra que a anulação do relatório do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA) documentos que antes desprezados, agora se tornaram imprescindíveis para definir o relatório. A comissão vai analisar se o preço do gado informado por Renan é compatível com o que se praticava no mercado.
O arquivamento do Relatório Cafeteira piorou a situação de Renan e sinalizou que a tendência da comissão é produzir um relatório pedindo sua cassação no Conselho de Ética. Percebendo a desvantagem, Renan pediu ontem que as investigações sejam feitas pelo Procurador Geral da República, Antônio Fernando de Souza, e não mais pela comissão de Ética.
Renan Calheiros protagonizou um confronto, ontem, no plenário do Senado, com o líder do PSDB, Arthur Virgílio. O presidente do Congresso disse que ninguém vai tirá-lo do cargo e avisou que não cometerá suicídio político. "Se quiserem a minha cadeira, vão ter que sujar as mãos. Vão ter que botar a forca lá fora ou a fogueira e pegar o presidente do Senado lá dentro para queimar", garantiu o senador alagoano.
kicker: "Se quiserem a minha cadeira, vão ter que sujar as mãos. Vão ter que botar uma fogueira e botar o presidente do Senado lá dentro"

Lula nega que Rondeau retorne ao ministério

Mesmo considerando que o ex-ministro foi injustiçado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou ontem a recondução de Silas Rondeau ao Ministério de Minas e Energia. "Não", respondeu Lula à pergunta sobre a possibilidade de uma nova nomeação durante entrevista concedida no interior de São Paulo.

"Até foi engraçado porque eu estava em Bruxelas quando alguém me perguntou, e eu fiquei imaginando quem era o poderoso que estava indicando ministro por mim. Veja, eu nem pensei nisso, eu acho que o Silas foi injustiçado. Agora, tem um processo em andamento, nós vamos aguardar para ver o que acontece com o processo", completou.

Nos últimos dias, rumores davam conta de que Silas Rondeau retornaria ao governo. Ele deixou o ministério em maio após suspeitas de recebimento de propina da Construtora Gautama, pivô do esquema de desvio de dinheiro público desvendado pela Operação Navalha, da Polícia Federal.

O PMDB, que havia indicado Silas para o posto, chegou a divulgar que Márcio Zimmermann, secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, assumiria a pasta, mas a indicação não se concretizou. Nelson Hubner Moreira assumiu interinamente desde que Silas saiu do cargo.


Para César Maia, jogos são do Rio e não do Brasil

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia (DEM), continua monossilábico nas respostas, mas enfático. Instigado a apontar se os Jogos Panamericanos são da cidade ou do Brasil – uma clara alusão à disputa pelos investimentos entre a prefeitura e a União – o prefeito não titubeia: "Essa o Rio já levou", escreve por email, com RIO em letras maiúsculas para enfatizar a resposta. Diplomata como o amigo Orlando Silva, ministro do Esporte, Cesar Maia evita ataques ao governo. E endossa as declarações sobre a integração melhor nos últimos seis meses.
"A partir de janeiro de 2007 a integração foi total", enfatiza o prefeito.
Mas, discretamente, não perde o tino para alfinetar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao ser perguntado se o evento que começa nesta sexta-feira saiu caro, ele respondeu prontamente: "Claro, usando os valores orçamentários. Como jogos pró-olímpicos, certamente não custou caro."
Em termos de valores, a prefeitura do Rio de Janeiro não ficou atrás. Como o governo do presidente Lula, o aporte municipal – proveniente do próprio caixa, destaca o prefeito – passou dos dez dígitos. Cesar Maia tirou do cofre R$ 1,4 bilhão.
"Foram R$ 1,1 bilhão e mais R$ 300 milhões de PPPs (as parcerias público-privadas)", lembrou, sem detalhar essas parcerias.
Para o prefeito do Rio de Janeiro, os investimentos garantem "um novo nicho que multiplicará os empregos". Comemora, apesar de flagrantes às portas, literalmente, dos jogos. Algumas obras estão inacabadas, e recebem os últimos retoques enquanto as delegações passeiam pela Vila do Pan e visitam arenas. O prefeito nega. "As (obras) da prefeitura estão completas."
Nesse ponto, tem o apoio do ministro. "Vencemos a fase pré-Pan. Temos que atravessá-lo com sucesso, e a partir daí espero uma elevação do nível técnico do nosso esporte e uma visibilidade melhor do país. O Brasil vai entrar no circuito mundial do esporte", explicou as metas o ministro Orlando Silva.

Venezuela lança pacote contra a inflação

O Banco Central (BC) da Venezuela anunciou ontem a adoção de uma série de mudanças políticas programáticas para vencer a inflação, que incluem o aumento dos depósitos compulsórios pelo banco e a elevação das taxas de juro das contas de poupança. As medidas, destinadas a restringir o excesso de liquidez da economia, entrarão em vigor imediatamente, informou o banco em comunicado.
As autoridades monetárias ordenaram aos bancos aumentar a taxa mínima que devem pagar pela poupança para 8% em relação aos 6,5% anteriores. Eles devem também elevar a taxa que pagam pelos depósitos a prazo de 10% para 11%.
O banco também elevou os níveis dos depósitos compulsórios que as instituições financeiras devem cumprir, de 15% para 16%, segundo o comunicado. As mudanças de política monetária da Venezuela ocorrem no momento em que dados da inflação parecem sugerir que o governo não vai, de novo, atingir a meta de 12% de inflação no ano.
O índice de preços ao consumidor (IPC) do país rico em petróleo subiu 1,8% em junho para o acumulado da variação de 7,8% até agora no ano. Agora, a inflação anualizada se situa em 19,4%, segundo dados do BC.
O ministro das Finanças, Rodrigo Cabezas, disse à Dow Jones em entrevista concedida na semana passada que a inflação de 12% ainda é a meta, mas admitiu que será "muito difícil" chegar a esse ponto. Esperava-se que o governo apresentasse mudanças políticas programáticas destinada a estimular a poupança. A nova taxa de juro para depósitos fica aquém da inflação, que em 2006 chegou a 17%.

terça-feira, 10 de julho de 2007

Preço reage na usina e cai mais na bomba

Segue lentamente o ajuste entre os preços do álcool pagos pelas distribuidoras de combustíveis às usinas do Estado de São Paulo e o cobrado nas bombas na cidade de São Paulo. A novidade no mercado do setor é que na semana encerrada dia 7 os preços voltaram a subir, embora com uma margem pouco expressiva - 0,34%. Foi a primeira reação após uma seqüência de quedas no espaço de 11 semanas e que somou 40%, segundo a pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). O valor médio negociado nas usinas na semana passada era de R$ 0,578 o litro, valor livre de impostos.

Os proprietários de carros movidos a álcool ou de flex-fuel ainda não sentiram os benefícios da redução do custo desse biocombustível. Nas bombas de São Paulo, o preço médio do álcool hidratado na semana passada ainda estava em R$ 1,239 o litro, segundo levantamento divulgado ontem pela Agência Nacional do Petróleo. A estratégia de preços adotada pelos distribuidores e donos de postos assusta os usineiros. Com uma oferta abundante do combustível, o crescimento do consumo ajudaria a atenuar a pressão da oferta e com isso, contribuiria para a estabilização do mercado.

O crescimento da produção de álcool e o descompasso entre a oferta e a procura no mercado de álcool combustível já vinha sendo esperada pelos empresários do setor. Tampouco havia garantia de que as exportações de etanol neste ano repetissem a velocidade alcançada no ano passado, diante da produção de etanol dos EUA.

Brasil poderá exportar dez vezes mais

O Brasil tem potencial para aumentar quase 10 vezes as exportações de algodão na próxima década. Projeções da Céleres mostram que em 2017 o País poderá enviar ao exterior 3 milhões de toneladas de pluma. Com isso, as remessas, que hoje representam cerca de 50% da produção, alcançariam 70%.
A estimativa da consultoria pressupõem um crescimento do consumo mundial da fibra de 2% ano até 2017, a diminuição da oferta do produto ao mercado mundial pelos Estados Unidos - devido à "febre do etanol" - e a pouca disponibilidade de terras para a Austrália aumentar a sua produção. Diante deste cenário, o País tem potencial para uma taxa de crescimento de 11% ao ano, chegando a 4,2 milhões de toneladas .
Anderson Galvão, diretor da Céleres, afirma que Mato Grosso e a Bahia vão concentrar a produção de algodão no País, diminuindo a diferença no total da colheita dos dois estados. Além disso, de acordo com ele, a biotecnologia permitirá que o Nordeste - sobretudo Ceará e Pernambuco - possam ser competitivos novamente, pois o uso de transgênicos reduz a aplicação de herbicidas e, em um futuro próximo, haverá genes tolerantes à seca.
"Gradualmente o Brasil vai ocupar o espaço deixado pelos Estados Unidos", afirma Galvão. Segundo ele, naquele país, haverá maior demanda por milho e, em virtude disso, os produtores de soja vão avançar sobre as áreas de algodão. Em sua avaliação, o Brasil passará a ser um importante fornecedor de algodão para a China.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen Rodrigues, as previsões da Céleres dependem de uma série de fatores. "Tem muita coisa para acontecer", afirma. Segundo ele, se a indústria brasileira continuar com dificuldades, o consumo interno seguirá em queda. Além disso, ele acrescenta a questão cambial como fator determinante - a consultoria fez os cálculos com base em um câmbio de R$ 2. "Até quando o governo vai precisar dar apoio para conseguirmos exportar", questiona Rodrigues.
O presidente da Abrapa acrescenta ainda que não existe perspectiva de que patamar fique o preço da fibra, hoje por volta de US$ 0,60 a libra-peso. "Se voltar para o anterior, não temos condições de competir", avalia. E, além disso, segundo Rodrigues, para que o Brasil consiga multiplicar por 10 o volume das exportações de algodão, precisará investir em infra-estrutura portuária.

Brasil poderá exportar dez vezes mais

O Brasil tem potencial para aumentar quase 10 vezes as exportações de algodão na próxima década. Projeções da Céleres mostram que em 2017 o País poderá enviar ao exterior 3 milhões de toneladas de pluma. Com isso, as remessas, que hoje representam cerca de 50% da produção, alcançariam 70%.
A estimativa da consultoria pressupõem um crescimento do consumo mundial da fibra de 2% ano até 2017, a diminuição da oferta do produto ao mercado mundial pelos Estados Unidos - devido à "febre do etanol" - e a pouca disponibilidade de terras para a Austrália aumentar a sua produção. Diante deste cenário, o País tem potencial para uma taxa de crescimento de 11% ao ano, chegando a 4,2 milhões de toneladas .
Anderson Galvão, diretor da Céleres, afirma que Mato Grosso e a Bahia vão concentrar a produção de algodão no País, diminuindo a diferença no total da colheita dos dois estados. Além disso, de acordo com ele, a biotecnologia permitirá que o Nordeste - sobretudo Ceará e Pernambuco - possam ser competitivos novamente, pois o uso de transgênicos reduz a aplicação de herbicidas e, em um futuro próximo, haverá genes tolerantes à seca.
"Gradualmente o Brasil vai ocupar o espaço deixado pelos Estados Unidos", afirma Galvão. Segundo ele, naquele país, haverá maior demanda por milho e, em virtude disso, os produtores de soja vão avançar sobre as áreas de algodão. Em sua avaliação, o Brasil passará a ser um importante fornecedor de algodão para a China.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), João Carlos Jacobsen Rodrigues, as previsões da Céleres dependem de uma série de fatores. "Tem muita coisa para acontecer", afirma. Segundo ele, se a indústria brasileira continuar com dificuldades, o consumo interno seguirá em queda. Além disso, ele acrescenta a questão cambial como fator determinante - a consultoria fez os cálculos com base em um câmbio de R$ 2. "Até quando o governo vai precisar dar apoio para conseguirmos exportar", questiona Rodrigues.
O presidente da Abrapa acrescenta ainda que não existe perspectiva de que patamar fique o preço da fibra, hoje por volta de US$ 0,60 a libra-peso. "Se voltar para o anterior, não temos condições de competir", avalia. E, além disso, segundo Rodrigues, para que o Brasil consiga multiplicar por 10 o volume das exportações de algodão, precisará investir em infra-estrutura portuária.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Heloísa ressurge como alternativa


Heloísa ressurge como alternativa Longe das benesses do poder, mas perto do pulsar das ruas - como diria Franco Montoro - aos poucos o PSOL, capitaneado pela combativa ex-senadora Heloísa Helena (AL), começa a se consolidar como real alternativa de centro-esquerda à polarização PT-PSDB. É o que se pode depreender da sondagem realizada, entre os dias 2 e 6 de julho, pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS). O instituto quis saber em quem os entrevistados votariam se as eleições para presidente da República fossem hoje.

No cenário com a presença do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), Heloísa Helena (PSOL) aparece em segundo lugar com 14,8% das intenções de votos, atrás do próprio presidenciável tucano, que lidera a pesquisa com 20,7%. Em seguida, figuram o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) com 14%, o senador Cristóvam Buarque (PDT-DF) com 6,1% e o governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), com 4,3%. A lanterna, para o desespero de setores do PT, é segurada pela ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT-SP) com 3,3%.

Mas é na ausência de Serra que Heloísa consegue seu melhor e mais alvissareiro desempenho. No cenário em que o candidato do PSDB é o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG), a ex-senadora do PSOL lidera a sondagem com 17,3% das intenções de voto. Aécio aparece em segundo com 15,7% numa espécie de empate técnico com Ciro, que registra 15,5%.

Claro, pesquisa é o retrato do momento, e a ex-senadora pode ter ganhado musculatura pelo fato de o PSOL ter vocalizado no Congresso, durante os últimos meses, a insatisfação de fatia considerável da população com os sucessivos escândalos na política. Embora esteja afastada do centro do poder, Heloísa Helena soube capitalizar, por exemplo, com a crise envolvendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o ex-senador Joaquim Roriz (PMDB-DF). Foi o PSOL, Heloísa à frente, o autor das representações contra ambos por suposta quebra de decoro no Conselho de Ética da Casa.

Mas sobre a constatação de que, na ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva parte da expressiva da população começa a enxergar a líder do PSOL como uma alternativa concreta de poder, não pairam dúvidas, diz o cientista político Geraldo Tadeu Moreira Monteiro, diretor-presidente do IBPS. Também não podem ser desconsiderados os 6,5 milhões de votos obtidos por Heloísa nas últimas eleições presidenciais.

Das eleições para cá, a sucessão de escândalos, muitos deles trazidos à tona pelas operações da Polícia Federal, gerou na opinião pública uma espécie de cansaço e indignação que se expressam no voto em Heloísa Helena - disse Geraldo Tadeu.

A pesquisa, feita pelo telefone, ouviu 2002 pessoas nos 27 Estados e Distrito Federal. A margem de erro é de 2,2%.

Cristo vence e traz mais esperança e prosperidade

Cerca de 250 mil empregos serão gerados pela escolha do Cristo Redentor como uma das "Novas 7 maravilhas do mundo". A avaliação é do governador Sérgio Cabral, que divulgou a estimativa na cerimônia de agradecimento, realizada no fim da manhã de ontem, aos pés do monumento. O discurso das autoridades envolvidas com a campanha foi precedido por uma missa de Ação de Graças.

Essa escolha tem uma importância econômica estratégia para o Rio e para o Brasil. Vai agregar valor à cidade como destino turístico mundial. O turista gostará de contar que conheceu uma das sete maravilhas do mundo - analisa Cabral, apostando no aumento do apelo turístico do Corcovado, que atualmente atrai 1,8 milhão de visitantes por ano.

Como parte da estratégia de aproveitar a eleição para dinamizar o setor turístico, Cabral disse que toda divulgação da cidade no exterior será ancorada na posição de maravilha do mundo. O governador também acredita que as empresas ligadas ao setor de turismo vão querer ligar a sua imagem ao Cristo Redentor.

Vamos agregar esse título à nossa propaganda no exterior. Vamos trabalhar essa vitória com marketing. Tinha quase certeza de que ganharíamos. Mas eleição é eleição. Não esperava que conquistássemos uma posição tão bonita, em terceiro lugar - disse Cabral, que aposta na união dos Jogos Pan-americanos com a eleição do Cristo - ninguém vai segurar o Rio - comemora.

O secretário de Turismo e Esportes, Eduardo Paes, também presente ao evento, acredita que, além do aumento do fluxo de turistas, a escolha do Cristo Redentor também resultará em um aumento da auto-estima do carioca.

Essa eleição terá um impacto fantástico na imagem da cidade. O Rio vive um dos dias mais felizes da sua história - exultou.

Eduardo Paes, porém, disse que para tornar o ponto turístico ainda mais atraente aos turistas, será preciso alguns ajustes de ordem operacional. O secretário afirma que não há mais necessidade de obras urgentes, e, sim, de uma melhoria na administração do monumento.

Não creio que o Cristo precise de mais obras. Precisamos, sim, melhorar o seu modo de operação - disse Paes.

Ao ser perguntado sobre as diversas ações ilegais realizadas na entrada do Trem do Corcovado, no Cosme Velho, (como a atuação de guias não autorizados, a intimidação de turistas para que não usem o trem ou a cobrança extorsiva de flanelinhas nas ruas laterais da estação), Paes criticou o Ibama.

O Ibama precisa se abrir para começar a operar junto com o governo do Estado. Já foram criadas barreiras à nossa atuação no Corcovado. O Ibama tem que entender que o Cristo Redentor pertence ao Rio de Janeiro - disse Paes, que preferiu não dizer quais seriam essas operações - Hoje é um dia de comemoração. Não vamos falar disso - encerrou.

 

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