quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Tucano de memória curta

Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB que hoje acusa o BB (Banco do Brasil) de quebrar seu sigilo bancário, também foi envolvido em caso semelhante quando era secretário-geral do governo de Fernando Henrique Cardoso. Em 1996, uma lista explosiva com o sigilo de nove deputados extraída do Banco do Brasil circulou no Congresso. Apontado como autor, o então ministro Luiz Carlos Santos, da Coordenação Política, resolveu investigar. Concluiu, e divulgou, que o responsável por ela era Eduardo Jorge.

Marina laranja e os tucanos

O vereador José Luiz Penna (PV-SP), presidente nacional do Partido Verde e espécie de patrono da campanha de Marina Silva (PV) à Presidência, diz que, se o crescimento da candidatura da senadora forçar o segundo turno da eleição, "já será uma grande vitória", ainda que ela fique em terceiro lugar.

"Não poderíamos aceitar o Fla/Flu na eleição. O que [o presidente Lula e o PT] fizeram, de juntar todo mundo sem critério, era um acinte." Penna faz parte da base de apoio da prefeitura tucano-demista de SP.

Quando Marina ainda relutava em sair do PT, no ano passado, Penna levou a ela uma pesquisa do instituto Ipespe que dizia que, depois que se tornasse conhecida, a verde poderia chegar a 12% dos votos. Com possibilidade de subir a até 17%. Ninguém acreditava. "O resultado mostra que fizemos um cálculo político certíssimo."

ANJ e OAB criticam decisão contra Datafolha no PR

A ANJ (Associação Nacional de Jornais) e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) criticaram a decisão judicial que proibiu a divulgação de pesquisas eleitorais no Paraná. A proibição foi pedida pelo candidato do PSDB ao governo, Beto Richa."A ANJ considera medidas judiciais dessa natureza como censura prévia e violação ao princípio da liberdade de expressão assegurada pela Constituição", diz nota da entidade de jornais.

"O intuito de subtrair à opinião pública informações sobre o andamento da disputa eleitoral fica evidenciada pelo fato de que as edições anteriores das mesmas pesquisas, enquanto apontaram vantagem do reclamante, não foram por ele questionadas", continua o texto.

O presidente da OAB, Ophir Cavalcante, afirmou ontem que é "preocupante" o impedimento de publicação de pesquisas. "Quando candidatos e partidos, sob qualquer argumento, inibem a divulgação de pesquisas eleitorais estão bloqueando informação para o eleitor", disse.

Foi a segunda vez que Richa barrou a divulgação do Datafolha, alegando irregularidades no levantamento.

A decisão foi do juiz Nicolau Konkel Júnior, do TRE-PR (Tribunal Regional Eleitoral do Paraná). Ele disse ontem ter ficado surpreso que o Datafolha tenha, na segunda pesquisa impugnada por ele, incorrido no que ele considera as mesmas irregularidades que motivaram a proibição de outro levantamento.

O diretor-geral do Datafolha, Mauro Paulino, contestou as críticas. Disse que "não há vício na pesquisa" e que "todas as exigências do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] foram cumpridas".

domingo, 26 de setembro de 2010

Frente de esquerda pode dar novo papel a Lula

Defendida e já previamente articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a união dos partidos de centro-esquerda numa frente para dar sustentação a um eventual governo de Dilma Rousseff (PT) esbarra nas pretensões eleitorais para 2014 e no poder que o PMDB poderá alcançar nos próximos quatro anos.

Juntos, PT, PSB, PCdoB e PDT poderão ter no próximo mandato, conforme projeções feitas pelos próprios partidos, cerca de 200 parlamentares na Câmara. Juntas, as futuras bancadas teriam o equivalente a quase 40% dos votos no Legislativo.

Lula tem dito aos presidentes de partido de centro-esquerda que, fora da Presidência da República, pretende atuar na união das siglas, formando uma rede política semelhante à Frente Ampla no Uruguai.

Essa é uma antiga ideia do presidente, cogitada desde a reeleição em 2006, mas que nunca prosperou. Segundo aliados, é a partir da liderança deste debate sobre a união das esquerdas no Brasil e na América Latina que Lula pretende se reinserir no cenário político logo no início do próximo governo.

"O presidente é um líder nato, e independentemente de ser presidente da República, terá forte influência e liderança entre todas as forças populares e democráticas de esquerda", afirma o ministro do Trabalho Carlos Lupi, presidente nacional do PDT.

Lula acredita que sem o mandato, mas desfrutando de alta popularidade, poderá viabilizar a organização dos partidos numa frente, o que seria uma experiência inédita no Brasil.

"Se a gente se reúne na eleição em torno de candidaturas e programas, por que não podemos discutir um programa, uma agenda de desenvolvimento sustentável e as reformas importantes que precisam ser operadas no país?", questiona o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

O governador admite que já teve conversas com Lula sobre a proximidade das esquerdas. "O presidente, em conversas ao longo de muitos anos, sempre falou que não compreendia porque a gente não era um partido só. Hoje ele percebe a dificuldade, que não tem como. Mas têm fórmulas políticas comuns. Seria uma fórmula política que imitaria a Frente Ampla do Uruguai, um polo aglutinador de ideias", explica Eduardo Campos.

Para o presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, "a criação de uma frente é possível, mas o partido não está de acordo com a fusão de legendas". "O PCdoB tem um programa e ideias bem definidos", complementa Renato Rabelo.

Ponto Morto. A ambição de Lula, segundo o presidente do PCdoB, terá como obstáculo a inexistência de um mecanismo legal que possa viabilizar a chamada "federação de partidos". Rabelo lembra que isso já foi discutido quando o Congresso tentava votar uma reforma política, "mas ficou no ponto morto". "A Frente Ampla do Uruguai atua como partido. Nas eleições, funciona como um partido", explica o presidente do PCdoB.

A preocupação do presidente Lula, diz Renato Rabelo, é garantir mecanismos para que essa frente possa atuar também em conjunto nas eleições, tendo objetivos e candidaturas comuns.



Eleitor catarinense une PT ao DEM

No último dia 13, o presidente Lula fez um dos discursos mais inflamados de toda a campanha eleitoral. Durante comício para 12 mil pessoas em uma praça no centro de Joinville, disse que o DEM era um partido que deveria ser "extirpado" da política brasileira.

Foi um recado claro aos Bornhausen, família das mais influentes na política estadual, e em especial ao ex-senador Jorge Bornhausen. Há cinco anos, no auge da crise do mensalão, Bornhausen previu a derrocada do PT. "Estou é encantado, porque estaremos livres dessa raça pelos próximos 30 anos", disse então, numa referência aos petistas.

Mas os eleitores catarinenses estão mostrando que nem Lula nem Bornhausen estavam certos. Em Santa Catarina, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ultrapassou José Serra (PSDB) e lidera a pesquisa de intenção de voto divulgada pelo Ibope em 10 de setembro, com 42%, contra 37% do tucano.

Já para o governo do Estado, quem ocupa o primeiro lugar nas sondagens é Raimundo Colombo (DEM), afilhado político dos Bornhausen, que ultrapassou Angela Amin (PP). De acordo com a pesquisa Ibope de 10 de setembro, Colombo tem a preferência de 34% dos eleitores, ante 27% de Angela. Além do Rio Grande do Norte, onde Rosalba Ciarlini (DEM) lidera a pesquisa Ibope divulgada em 11 de setembro, com 50% das intenções de voto, Santa Catarina é o único Estado onde candidatos do DEM têm chances reais de vitória no País.

Prefeito de Lages por três vezes (1989-1992 e 2001-2006), cargo que deixou em 2006, quando venceu as eleições para o Senado, Raimundo Colombo se tornou candidato ao governo catarinense quando ninguém mais acreditava na manutenção da tríplice aliança, como é conhecida a coligação entre PMDB, PSDB e DEM no Estado, formada há quatro anos. Em 1998 e 2002, o DEM, ex-PFL, esteve ao lado de Esperidião Amin (PP), que na época era um dos políticos mais influentes no Estado. Amin venceu as eleições para o governo em 1998 ainda no 1.º turno e saiu na frente em 2002, mas, na disputa do 2.º turno, perdeu para Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que teve apoio de Lula e obteve uma vantagem de apenas 20 mil votos.

Pavan. Em 2006, Luiz Henrique foi reeleito governador de Santa Catarina, novamente contra Amin, mas, dessa vez, com o DEM a seu lado e na oposição ao governo Lula. Luiz Henrique renunciou ao cargo de governador em março deste ano para concorrer ao Senado, e o candidato natural à sua sucessão era o vice-governador, Leonel Pavan (PSDB). No fim de 2009, contudo, Pavan perdeu força depois que foi denunciado pelo Ministério Público por supostamente ter recebido R$ 100 mil para reabilitar a inscrição estadual de uma empresa suspensa pela Secretaria Estadual da Fazenda.

A disputa pela indicação para a vaga de governador em 2010 envolveu Pavan (PSDB), Colombo (DEM) e Eduardo Pinho Moreira (PMDB), presidente do Diretório Estadual do partido. Com três nomes fortes, nenhum dos partidos da tríplice aliança admitia recuar e a coligação esteve muito próxima de ruir. Confiando nessa hipótese, Pavan afirmou que desistiria da eleição caso PMDB e DEM se acertassem, algo que parecia remoto àquela altura. No fim de março, contudo, Luiz Henrique entrou em cena. Ele se reuniu com Jorge e Paulo Bornhausen, Colombo e Pinho em Joinville e no dia seguinte anunciou o acordo que lançou Colombo para o governo, Pinho para vice. Pavan ficou sabendo da decisão pela imprensa. Magoado, decidiu não participar da campanha.

É no mesmo lugar da reunião, a casa de Luiz Henrique Silveira, que Colombo e Pinho Moreira comemoram os resultados das últimas pesquisas. Tranquilos e satisfeitos ao fim de um dia de campanha por Joinville e arredores, os três fazem campanha juntos. "Há uma harmonia muito grande entre nós, algo que dá leveza à campanha. Não há disputa de personalidade nem conflitos", diz Colombo. "Foi difícil, mas o nosso "casamento" deu certo", conta Pinho. "Não foi uma obra individual, foi uma construção coletiva", diz Luiz Henrique.

sábado, 25 de setembro de 2010

O candidato


Evitei escrever sobre eleições, mas, às vésperas do pleito, devo fazê-lo, por insistência de amigos, que vivem perguntando em quem vou votar. Bem, não darei a resposta clássica - "o voto é secreto" - porque, mais do que secreto, ele deve ser consciente.

No artigo de hoje eu deveria estar encerrando a série sobre a Rússia, o que farei proximamente, mas, devido à insistência, não vacilarei em falar do pleito.

Emprimeiro lugar, acho importante votar.

No Brasil, mais do que escolher o melhor, o voto é uma forma de exprimirmos o nosso desagrado com o baixo nível da vida pública.

Tal como vem sendo utilizado em nosso País, não chega a ser um instrumento deafirmação democrática, pela falta de independência de grande parte do eleitorado. O pior, porém, é não ter voz, pois sempre vale a pena acreditar que o voto comprado venha a ser alterado na boca da urna, por um lampejo de dignidade política e pessoal do eleitor.

Confesso que ainda não tenho voto para a Presidência, mas, honestamente, devo revelar que não votarei no candidato do PSDB.

Incomoda-me a excessiva vinculação de Serra com as ideias conservadoras do seu partido e sobretudo com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que sempre aparece na mídia como seu tutor, sem que Serra aja para evitar a incômoda parceria.

Dizem que o eleitorado é desmemoriado.

Nem sempre. Afinal, não há como negar que FHC caiu no ostracismo em consequência de deliberada decisão do povo brasileiro. Além da habitual arrogância, que o levou a instituir o garrote brutal contra funcionários e assalariados, podemos citar contra seu governo a grave decisão de instituir a reeleição para prolongar lhe permanência no poder,num país de persistência do voto de cabresto. Imperdoável.

Escândalos como o do projeto Sivam, de controle do espaço área da Amazônia, com denunciada corrupção de influente (e protegida) personalidade ligada ao governo, em fatos obscuros, acabaram em segundo plano, mas não o da compra de votos no Congresso para facilitar a reeleição. E, sobretudo, a grave crise de energia que corroeu o Brasil, com desastrosos efeitos na economia, pela clara incompetência na condução da política energética fundamental para o País.

A tudo isto somemos as privatizações sem critério, transferindo o patrimônio público através de vendas irrisórias, para ceder à globalização.

Não foi à-toa queum jovem político em ascensão, como Aécio Neves,recusou o convite de Serra para disputar a vice-presidência, o que deu lugar aos absurdos nomes de políticos sem experiência ou história então lembrados e que apareceram namídia, para espanto de todos.

Às tontas, pressionado por seus correligionários, o PSDB decidiu-se pelo folclórico e inexpressivo Índio da Costa, logo depois de ter ventilado até o ACM Neto, político regional, sem a menor repercussão no País ou tradição política e administrativa. Era um jogo cego e absurdo. Em suma, Serra, desarvorado, não pensou sequer no exemplo de Tancredo, para convencer-se de que a vice presidência é um cargo que deve ser respeitado.

E olhem que ele é um candidato com mais de sessenta anos de idade.

Bem, tire o leitor suas conclusões. Mas continuarei a não revelar o nome da minha preferência para a Presidência, pelo simples fato de que ainda analiso três deles... Direi apenas que, se morasse em São Paulo, já teria pelo menos um candidato para deputado federal: Protógenes Queiroz. Pela luta brilhante desse ex-delegado da Polícia Federal contra a corrupção, enfrentando o poder econômico, político e jornalístico em meio a todas as perseguições.

Com ele já conversei longamente, e senti que é um jovem resoluto em suas convicções. Um nome de compromisso e renovação.

Não é todo dia que alguém sacrifica cargo e posições em favor da decência e da seriedade na vida pública.

Meu outro candidato disputa o Senado. É uma baiana da melhor tradição do 2 de Julho, voluntariosa, que enfrentou com grande coragem o carlismo em nosso Estado, sendo perseguida, mas sem nunca esmorecer. Competente politicamente, soube colocar os interesses da Bahia e do Brasil em primeiro plano, contra quaisquer ameaças: Lídice da Mata. Ambos exprimem dignidade política.

Em suma, creio que por esses dois combatentes o voto será sempre criterioso, útil e patriótico. E, sobretudo, esperançoso.JC Teixeira Gomes - Jornal A Tarde

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Pré-Sal tem novo poço gigante

O governo estima reservas potenciais de até 8 bilhões de barris de petróleo no poço de Libra, que está sendo perfurado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) com a Petrobrás, na Bacia de Santos. Se confirmada a expectativa, Libra disputará com Tupi o posto de maior descoberta mundial de petróleo dos últimos 20 anos. A área deve protagonizar o primeiro leilão de contratos de partilha do País, previsto para o primeiro semestre de 2011.


A estimativa de reservas de Libra foi feita pela certificadora independente Gaffney Cline Associates (GCA), durante o trabalho de certificação de reservas que seriam vendidas à Petrobrás no processo de cessão onerosa. Segundo a diretora da ANP Magda Chambriard, a GCA chegou a um total de 7,9 bilhões de barris de óleo. O volume é preliminar e precisa ser confirmado pela perfuração de poços no local.

ANP e Petrobrás iniciaram a perfuração de Libra em junho, mas ainda não atingiram o reservatório de petróleo, o que deve ocorrer entre 15 e 30 dias. Depois disso, o posto passará por um teste de produção, previsto para novembro. Os dados serão usados pelo governo para atrair interessados no primeiro leilão do pré-sal com contratos de partilha, caso o novo marco regulatório seja aprovado pelo Congresso.

"Onde se viu uma licitação de mais de 7 bilhões de barris nos últimos anos? Isso só acontecia no Oriente Médio na década de 1970", comentou Magda, em entrevista após palestra na feira Rio Oil & Gas. O governo chegou a cogitar a inclusão de Libra na lista de blocos vendidos à Petrobrás por R$ 74,8 bi, mas desistiu após a avaliação das reservas.

Em discurso na abertura do evento, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, disse confiar na aprovação do projeto de lei da partilha este ano, para que a licitação de Libra ocorra no início de 2011 - são necessários quatro meses entre o lançamento do edital e a realização do leilão. "A Câmara não pode mais mexer no projeto. Tem apenas de dizer sim ou não", afirmou.

Libra está localizado a 35 quilômetros de Franco, que foi incluído no processo de cessão onerosa com 3,1 bilhões de barris. Segundo a ANP, Franco pode ter até 6 bilhões de barris de petróleo e, se confirmada a estimativa, o volume adicional aos 3,1 bilhões poderá ser objeto de um contrato de partilha ou de contratação direta da Petrobrás.

Franco e Libra estão na porção norte do pré-sal da Bacia de Santos. Juntos, têm potencial para dobrar as reservas brasileiras, hoje em 14 bilhões de barris. Mais ao sul, está Tupi, maior descoberta mundial de petróleo nos últimos 20 anos, com reservas de 5 a 8 bilhões de barris.

Magda disse que dificilmente essa região tenha novas descobertas desse porte. A agência trabalha agora para avaliar a porção sul do pré-sal de Santos, em frente ao litoral de Santa Catarina.

Petrobras prevê recorde na venda de combustíveis

As vendas de combustíveis no Brasil devem bater o recorde de crescimento em 2010. Segundo o diretor de Abastecimento e Refino da Petrobrás, Paulo Roberto Costa, as vendas de derivados aumentaram 12% no primeiro semestre em relação a igual período do ano passado e a previsão é de que esse porcentual se mantenha até o encerramento do ano. O resultado, disse, será puxado especialmente por gasolina, diesel e Querosene de Aviação (QAV).

Segundo Costa, o aumento reflete o crescimento da economia e "o extraordinário, vertiginoso aumento do transporte aéreo". Em entrevista na Rio Oil & Gas, no Riocentro, ele explicou que as vendas de gasolina tinham crescido muito no primeiro semestre e mostraram alguma acomodação no início do segundo semestre. "Mas essas vendas já voltaram a acelerar o ritmo, com a elevação do preço do etanol em alguns Estados do País."

Costa destacou também o recorde que, segundo ele, deverá ser registrado em 2010 nas vendas de asfalto que, pela primeira vez, deverão superar a marca anual de 3 milhões de toneladas. Segundo o diretor, as vendas de asfalto estão sendo impulsionadas pela construção de novas estradas e pela recuperação de rodovias. A empresa, acrescenta, está importando entre 5% e 8% do total comercializado do produto, sobretudo no Nordeste, onde é mais vantajoso o custo de importação do que seria o de transporte do produto das linhas de produção do Sudeste.

Statoil mira novas oportunidades no Brasil

Depois de vender por US$ 3,1 bilhões uma fatia de 40% do campo Peregrino para a chinesa Sinochem, a norueguesa Statoil se prepara para o início da produção de petróleo no Brasil no próximo ano de olho em novas oportunidades no país. O vice-presidente sênior da Statoil para área de exploração e produção na América Latina e África subsaariana, Thore Kristiansen, não responde abertamente se a companhia está analisando os ativos da OGX e Shell no Brasil que estão à venda. Mas uma frase repetida várias vezes durante a entrevista sugere que sim. "O Brasil é um países-chave para o nosso crescimento internacional, é uma das áreas onde mais queremos crescer fora da Noruega. E sempre analisamos áreas que possam trazer boas oportunidades para os nossos acionistas", explica Kristiansen.

A Statoil tem 67% do seu controle nas mãos do governo norueguês. O restante das ações está pulverizado no mercado, nas bolsas de valores de Oslo e Nova York. Por essa perspectiva, ela é mais "estatal" que a Petrobras, com seus 39% de controle direto e indireto da União, por meio do BNDES, Caixa Econômica Federal (CEF) e do Fundo Soberano Brasileiro. Atualmente, a Statoil produz cerca de 2 milhões de barris de petróleo e gás por dia, dos quais cerca de 500 mil barris são extraídos no exterior. A produção fora da Noruega está crescendo, já que era de apenas 89 mil barris por dia sete anos atrás.

No momento, a empresa opera em Angola, Nigéria, Arzebaijão, Turquia, Iraque e Venezuela, só para citar alguns dos países onde atua, mas Thore Kristiansen diz que o Brasil é um dos países mais promissores para o crescimento internacional da companhia.

A Statoil vai produzir 100 mil barris de petróleo e gás por dia no campo Peregrino, que fica em águas rasas da bacia de Campos. Duas plataformas de perfuração já estão instaladas no local e no início de 2011 é esperada uma plataforma flutuante de produção, armazenamento e transferência (FPSO) que vai e até lá continua a perfurar poços na área.

O reservatório de Peregrino tem entre 300 e 600 milhões de barris de petróleo recuperáveis e segundo Kjetil Hove, presidente da Statoil no Brasil, o sul da área tem potencial para desenvolvimento de outro sistema. Novos investimentos ali vão depender do resultado de dois poços que serão perfurados no próximo ano. Se as melhores suspeitas se confirmarem, serão instalados mais uma plataforma de perfuração e mais uma FPSO. A companhia norueguesa já investiu US$ 5 bilhões no país e não revela valores dos novos projetos.

Ao comentar o novo marco regulatório que será colocado em votação no Brasil e que deverá instaurar o sistema de partilha de produção com campos operados obrigatoriamente pela Petrobras, os noruegueses da Statoil são céticos ainda. Kristiansen frisa que ainda não conhece as condições finais do modelo e por isso não é possível dar uma opinião ainda. De forma genérica, o vice-presidente da Statoil diz que a empresa trabalha com contratos de partilha em vários países, inclusive sendo operadora em alguns que ainda estão em fase exploratória.

O executivo elogiou a Petrobras, que será a única operadora do pré-sal, classificando a brasileira como uma "empresa muito forte" com quem a Statoil troca tecnologias há muito tempo.

Ele pondera que um dos sucessos do modelo norueguês - o qual o Brasil tentou copiar a estatal Petoro, sem sucesso, para adotar seu regime das novas áreas - foi a competição. Kristiansen atribui os bons resultados da Noruega no desenvolvimento da produção de petróleo e gás na parte norueguesa do mar do Norte o fato de qualquer empresa poder ser operadora, o que permitiu ao país ter acesso à melhor tecnologia e a investimentos.

A própria Petoro, que pertence 100% ao governo, já não precisa ser, necessariamente, sócia da sua irmã Statoil e, como também destaca Kjetil Hove, a empresa investe nos projetos como qualquer outro sócio, na proporção de sua participação acionária, o que não é o previsto no caso da Pré-Sal S.A.Valor

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

São sujos, mas querem se reeleger

ACRE
Deputado
Flaviano Melo (PMDB-AC) – candidato à reeleição
Ação Penal 435 Peculato e crime contra o sistema financeiro nacional
Data de autuação: 26/06/2007

ALAGOAS
Senador
Fernando Collor (PTB-AL) – candidato a governador
Ação Penal 465 Corrupção passiva, peculato, tráfico de influência, corrupção ativa e falsidade ideológica
Data de autuação: 09/10/2007
Ação Penal 451 crime contra a ordem tributária/ apropriação indébita previdenciária
Data de autuação: 27/08/2007

AMAPÁ
Deputados
Dalva Figueiredo (PT-AP) – candidata à reeleição
Ação Penal 491 Prevaricação e falsidade ideológica
Data de autuação: 07/07/2008
Sebastião Bala Rocha (PDT-AP) – candidato à reeleição
Ação Penal 508 Corrupção passiva, prevaricação e crimes da Lei de Licitações
Data de autuação: 21/10/2008

AMAZONAS
Deputado
Sabino Castelo Branco (PTB-AM) – candidato à reeleição
Ação Penal 538 Peculato
Data de autuação: 19/05/2010

BAHIA
Deputados
Maurício Trindade (PR-BA) – candidato à reeleição
Ação Penal 510 Tráfico de influência
Data de autuação: 28/04/2009
Roberto Britto (PP-BA) – candidato à reeleição
Ação Penal 512 Corrupção eleitoral
Data de autuação: 29/04/2009

CEARÁ
Deputado
Aníbal Gomes (PMDB-CE) – candidato à reeleição
Ação Penal 347 Crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos ou valores
Data de autuação: 03/09/2003

GOIÁS
Deputados
Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO) – candidato à reeleição
Ação Penal 499 Lesões corporais
Data de autuação: 25/09/2008

Sandro Mabel (PR-GO) – candidato à reeleição
Ação Penal 352 Crimes contra a ordem tributária
Data de autuação: 26/09/2003
Ação Penal 410 Crimes contra a ordem tributária
Data de autuação: 05/10/2006

Tatico (PTB-GO) – candidato à reeleição por Minas Gerais
Ação Penal 489 Crimes contra a ordem tributária
Data de autuação: 09/06/2008
Ação Penal 516 Apropriação indébita previdenciária
Data de autuação: 23/06/2009

MARANHÃO
Deputado
Cleber Verde (PRB-MA) – candidato à reeleição
Ação Penal 497 Crime contra a administração em geral, inserção de dados falsos em sistema de informações
Data de autuação: 05/09/2008

MINAS GERAIS
Deputados
Ademir Camilo (PDT-MG) – candidato à reeleição
Ação Penal 404 Falsificação de documento público
Data de autuação: 15/05/2006

Aelton Freitas (PR-MG) – candidato à reeleição
Ação Penal 341 Crime de responsabilidade
Data de autuação: 07/08/2003

Jairo Ataíde (DEM-MG) – candidato à reeleição
Ação Penal 467 Crime de responsabilidade e crime contra a Lei de Licitações
Data de autuação: 17/10/2007
Ação Penal 432 Crime de responsabilidade
Data de autuação: 22/06/2007
Ação Penal 450 Crime de responsabilidade
Data de autuação: 17/08/2007

Senador
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) – candidato a deputado federal
Ação Penal 536 peculato e lavagem ou ocultação de bens
Data de autuação: 13/05/2010

MATO GROSSO
Deputados
Carlos Bezerra (PMDB-MT) – candidato à reeleição
Ação Penal 520 Peculato, crime contra a administração em geral, crime contra a Lei de Licitações e peculato
Data de autuação: 06/10/2009

Pedro Henry (PP-MT) – candidato à reeleição
Ação Penal 470 Crimes praticados por funcionários públicos contra a administração em geral, quadrilha ou bando, crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos ou valores
Data de autuação: 12/11/2007

MATO GROSSO DO SUL
Deputado
Marçal Filho (PMDB-MS) – candidato à reeleição
Ação Penal 530 Crime contra a ordem tributária e falsidade ideológica
Data de autuação: 19/03/2010

PARÁ
Deputados
Asdrúbal Bentes (PMDB-PA) – candidato à reeleição
Ação Penal 481 Estelionato, formação de quadrilha e crime eleitoral
Data de autuação: 17/04/2008

Jader Barbalho (PMDB-PA) – candidato a senador
Ação Penal 336 Emprego irregular de verba pública
Data de autuação: 23/05/2003
Ação Penal 398 Peculato 13/10/2005
Ação Penal 339 Crime contra o sistema financeiro nacional
Data de autuação: 17/6/2003
Ação Penal 397 Falsidade ideológica, formação de quadrilha, estelionato, crime de lavagem
Data de autuação: 29/8/2005
Ação Penal 374 Crime contra a administração em geral
Data de autuação: 21/06/2004

Lira Maia (DEM-PA) – candidato à reeleição
Ação Penal 524 Crime contra a Lei de Licitações
Data de autuação: 09/11/2009
Ação Penal 484 Crime de responsabilidade
Data de autuação: 30/04/2008
Ação Penal 517 Crime de responsabilidade
Data de autuação: 26/06/2009
Ação Penal 518 Crime de responsabilidade
Data de autuação: 29/06/2009

Paulo Rocha (PT-PA) – candidato a senador
Ação Penal 470 Crimes praticados por funcionários públicos contra a administração em geral, quadrilha ou bando e crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos ou valores
Data de autuação: 12/11/2007

Wladimir Costa (PMDB-PA) – candidato à reeleição
Ação Penal 528 Investigação penal
Data de autuação: 25/02/2010

PARAÍBA
Deputado
Rômulo Gouveia (PSDB-PB) – candidato a vice-governador
Ação Penal 492 Crimes eleitorais
Data de autuação: 08/07/2008

PIAUÍ
Deputado
José Maia Filho (DEM-PI) – candidato à reeleição
Ação Penal 533 Crime de responsabilidade
Data de autuação: 08/04/2010

PARANÁ
Deputados
Abelardo Lupion (DEM-PR) – candidato à reeleição
Ação Penal 425 Crime eleitoral
Data de autuação: 03/05/2007

Dilceu Sperafico (PP-PR) – candidato à reeleição
Ação Penal 464 Apropriação indébita
Data de autuação: 02/10/2007

Fernando Giacobo (PR-PR) – candidato à reeleição
Ação Penal 345 Formação de quadrilha, falsidade ideológica e crime contra a ordem tributária (c/parecer da PGR pela extinção da punibilidade)
Data de autuação: 22/08/2003

Luiz Carlos Setim (DEM-PR) – candidato à reeleição
Ação Penal 527 Crime contra a Lei de licitações
Data de autuação: 23/02/2010

RIO DE JANEIRO
Deputado
Leandro Sampaio (PPS-RJ) – candidato a deputado estadual
Ação Penal 442 Crime contra o meio ambiente
Data de autuação: 06/08/2007

RIO GRANDE DO SUL
Deputados
Fernando Marroni (PT-RS) – candidato à reeleição
Ação Penal 523 Crime contra a Lei de Licitações
Data de autuação: 29/06/2009

Sérgio Moraes (PTB-RS) – candidato à reeleição
Ação Penal 416 Crimes de responsabilidade (c/ parecer da PGR pela condenação)
Data de autuação: 22/03/2007
Ação Penal 448 Crimes de responsabilidade
Data de autuação: 10/08/2007

RONDÔNIA
Deputados
Ernandes Amorim (PTB-RO) – candidato a deputado estadual
Ação Penal 487 Crimes de responsabilidade
Data de autuação: 21/05/2008
Ação Penal 475 Irregularidades na concessão de radiodifusão
Data de autuação: 14/12/2007
Ação Penal 418 Crime de responsabilidade e Lei de Licitações (c/ parecer da PGR pela extinção da punibilidade)
Data de autuação: 11/04/2007

Natan Donadon (PMDB-RO) – candidato à reeleição (indeferido c/ base na Lei da Ficha Limpa)
Ação Penal 396 Peculato e crime contra a Lei de Licitações
Data de autuação: 10/08/2005

Senador
Valdir Raupp (PMDB-RO) – candidato à reeleição
Ação Penal 383 crimes contra o sistema financeiro nacional
Data de autuação: 26/10/2004
Ação Penal 358 Peculato
Data de autuação: 23/10/2003

RORAIMA
Deputados
Francisco Rodrigues (DEM-RR) – candidato a vice-governador
Ação Penal 534 Peculato
Data de autuação: 27/04/2010

SÃO PAULO
Deputados
Abelardo Camarinha (PSB-SP) – candidato à reeleição
Ação Penal 417 Crime ambiental
Data de autuação: 11/04/2007
Ação Penal 441 Crime contra Lei de Licitações e responsabilidade
Data de autuação: 02/08/2007

Celso Russomanno (PP-SP) – candidato a governador
Ação Penal 427 Crime contra o patrimônio
Data de autuação: 09/05/2007
Ação Penal 504
Data de autuação: Peculato 12/12/2008

Jefferson Campos (PSB-SP) – candidato à reeleição
Ação Penal 521 Corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro
Data de autuação: 15/10/2009

João Paulo Cunha (PT-SP) – candidato à reeleição
Ação Penal 470 Crime contra a administração em geral, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro
Data de autuação: 12/11/2007

José Genoino (PT-SP) – candidato à reeleição
Ação Penal 420 Falsidade ideológica
Data de autuação: 19/04/2007
Ação Penal 470 Crime contra a administração em geral e formação de quadrilha
Data de autuação: 12/11/2007

Paulo Maluf (PP-SP) – candidato à reeleição (indeferido c/ base na Lei da Ficha Limpa)
Ação Penal 477 Crimes contra o sistema financeiro nacional
Data de autuação: 18/03/2008
Ação Penal 461 Formação de quadrilha ou bando, crime contra o sistema financeiro nacional, crime de lavagem ou ocultação de bens, direitos ou valores e competência
Data de autuação: 26/09/2007

Paulo Pereira da Silva (PDT-SP) – candidato à reeleição
Ação Penal 421 Estelionato, crimes contra a fé pública e concussão
Data de autuação: 25/04/2007

Vadão Gomes (PP-SP) – candidato à reeleição (com impugnação)
Ação Penal 364 Emprego irregular de verbas ou rendas públicas
Data de autuação: 17/12/2003

Valdemar Costa Neto (PR-SP) – candidato à reeleição (com impugnação)
Ação Penal 470 Crimes praticados por funcionários públicos contra a administração em geral, quadrilha ou bando, crimes de "lavagem" ou ocultação de bens, direitos ou valores
Data de autuação: 19/04/2007

SERGIPE
Deputado
Jackson Barreto (PMDB-SE) – candidato a vice-governador (deferido com recurso)
Ação Penal 357 Peculato
Data de autuação: 13/11/2003
Ação Penal 372 Crime contra a administração em geral
Data de autuação: 19/05/2004
Ação Penal 377 Peculato (c/ parecer da PGR pela extinção da punibilidade)
Data de autuação: 09/08/2004
Ação Penal 488 Peculato
Data de autuação: 23/05/2008
Ação Penal 431 Peculato
Data de autuação: 22/06/2007

TOCANTINS
Deputado
Lázaro Botelho (PP-TO) – candidato à reeleição
Ação Penal 472 Crime eleitoral
Data de autuação: 11/12/2007

Senador
João Ribeiro (PR-TO) – candidato à reeleição
Ação Penal 399 Peculato
Data de autuação: 24/11/2005
Lista do congresso em foco

domingo, 12 de setembro de 2010

Polícia Pacificadora do Rio terá escola para formar oficiais

Até o final do ano, o prédio que abriga o quartel do Bope (Batalhão de Operações Especiais), na favela Tavares Bastos, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, será transformado na Escola Nacional de Polícia Pacificadora.
A proposta da escola é formar oficiais para a implantação de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em todo o país.
Na última semana de agosto, a Polícia Militar firmou parceria com a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), que vai criar o projeto pedagógico da nova escola de policiais.
Será construída também uma UPP modelo para o treinamento de policiais nas proximidades da escola. De acordo com a Polícia Militar, o custo de implantação da escola ficará em torno de R$ 15 milhões.
O projeto deve ser concluído na próxima semana.
"A Emop (Empresa de Obras Públicas) ainda vai avaliar os custos, mas calculamos o valor pensando na modernização das instalações, implantação de tecnologias e meios didáticos", disse o comandante da Polícia Pacificadora do Estado, coronel Robson Rodrigues da Silva.
Para levar a ideia adiante, no entanto, será preciso aguardar a transferência da sede do Bope para o quartel desativado do 24º BIB (Batalhão de Infantaria Blindada) do Exército, em Ramos, entre o complexo da Maré e a favela Roquete Pinto, na zona norte da cidade.


Em visita ao Rio de Janeiro há duas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o modelo das UPPs criado no Rio será implantado "nos próximos anos" em todo o país. A UPP é a principal bandeira do governador Sérgio Cabral Filho (PMDB), aliado de Lula e candidato à reeleição.
"Teremos programas de como montar uma Unidade de Polícia Pacificadora, mas é lógico que vamos respeitar as peculiaridades locais. Há muita similaridade em alguns lugares do Rio e de São Paulo, por exemplo, onde poderiam ser instaladas UPPs, mas cada gestor vai compreender o que se faz aqui e aplicar o que for necessário", disse o coronel Silva.

Moradores ricos de São Paulo pagam por obra antitrânsito

Motoristas que quiserem trafegar pelo bairro do Caxingui, entre as regiões do Butantã e do Morumbi, ou pelo também nobre Vila Paulista, vizinho ao parque Ibirapuera, enfrentarão uma série de obstáculos dispostos na via.

A passagem de veículos ficará mais "apertada" devido ao estreitamento de ruas.
Além de calçadas ampliadas, haverá rotatórias com jardins ou lombofaixas -um tipo de faixa de travessia elevada, como uma rampa, com sinalização e cor chamativa.
Em alguns trechos, até chicanes -curvas artificiais que costumam ser implantadas para reduzir a velocidade dos carros em pistas de corrida.

O que se busca nesses bairros nobres e residenciais é impor dificuldades para atenuar a tentação dos motoristas fazerem deles uma rota de fuga de engarrafamentos.
As propostas, solicitadas e custeadas pelos próprios moradores, foram aprovadas nas últimas três semanas pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e devem sair do papel ainda este ano.

Trata-se dos dois primeiros projetos de moderação de tráfego avalizados pela CET após a regulamentação do assunto, há mais de um ano.
A ideia resgata uma tentativa iniciada em 2005 pelo órgão, implantada parcialmente no City Boaçava, em Alto de Pinheiros (zona oeste), mas que enfrentou a resistência do Ministério Público.

Um inquérito segue aberto para apurar "até que ponto as medidas são boas para toda a cidade ou só para alguns bairros", nas palavras do promotor José Carlos Freitas.
Na Vila Paulista (zona sul), as mudanças atingem uma área com 200 imóveis. Do custo estimado em R$ 200 mil há cinco anos, quando foram sugeridas, metade já foi até paga pelos moradores. O restante será rateado agora.

No Caxingui (zona oeste), a despesa máxima foi calculada em R$ 500 mil. Além do dinheiro dos vizinhos, que somam 200, a associação tenta auxílio de empreiteiras para compensar os impactos da obra da linha 4 do metrô, que fechou a av. Francisco Morato por 60 dias e agravou desvios por vias residenciais.
"O primeiro projeto era pelo fechamento do bairro. Depois mudou. O motorista poderá entrar. Mas não será estimulado a isso", afirma Nelson Terra Barth, presidente da associação de moradores.

ELITISTA

Essas intervenções têm a aprovação majoritária de técnicos porque, além de reduzir acidentes, evitam a degradação de ruas projetadas para só terem tráfego local.
A principal crítica ao modelo da CET é a tendência de só favorecer áreas ricas, já que os gastos são bancados pela própria população.
A lei permite casos excepcionais arcados pelo poder público em áreas carentes. Mas eles não avançam.

"O poder público tem que assumir, e não ficar a reboque dos outros", defende Flamínio Fichmann, urbanista e consultor em trânsito.
"Se for bom, precisa ser para toda a cidade. Não pode ser elitista", reforça Freitas.

O promotor analisa eventuais impactos negativos em bairros vizinhos em razão da possível migração dos carros para outras rotas de fuga.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Lindberg passa Cesar Maia e está empatado com Crivella na liderança da disputa pelo Senado

- A pesquisa Ibope, divulgada nesta sexta-feira à noite e encomendada pela TV Globo e o jornal Estado de S. Paulo, apontou que o candidato ao Senado pelo PT, Lindberg Farias, ultrapassou o candidato do DEM, Cesar Maia, e agora tem o mesmo percentual de votos que Marcelo Crivella, candidato do PRB, na liderança da disputa. De acordo com a pesquisa, Lindberg e Crivella têm 31% das intenções de voto, contra 28% do ex-prefeito Cesar Maia. Como a margem de erros é de dois pontos percentuais para mais ou para menos, os três estão tecnicamente empatados.
Em relação à pesquisa divulgada no último dia 03, Lindberg cresceu três pontos percentuais, passando dos 28% para os atuais 31%. Em 28 de agosto, ele tinha 24%, e em 30 de julho, 21%.
Já Crivella caiu dos 37% em julho, para 30% em agosto. Voltou a subir no início de setembro, para 34%, e agora recuou novamente, para 31%.
Cesar Maia tinha 37% em julho, caiu para 33% em agosto, para 30% duas semanas atrás, e agora tem 28%.
Quarto colocado na pesquisa, Jorge Picciani (PMDB), teve na pesquisa divulgada nesta sexta-feira 20% das intenções de voto. Ele variou de 11% para 17% e 22% nas últimas pesquisas.
Waguinho (PTdoB) aparece com 6% das intenções de voto; Marcelo Cerqueira (PPS) e Milton Temer (PSOL) têm 3%; e Carlos Dias (PTdoB) apresenta 1%. Os candidatos Wladimir Mutt (PCB), Claiton (PSTU) e Heitor (PSTU) não pontuaram. Votos brancos e nulos somaram 24%. Eleitores indecisos foram 34%.
A pesquisa foi registrada no TRE com o número 78065/2010. Foram entrevistados 1.806 eleitores entre terça-feira e ontem.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Polícia investiga briga entre Caiado e prefeito de Turvânia

O delegado titular da Polícia Civil de Turvânia, Tiago Junqueira de Almeida, abriu inquérito para investigar a ocorrência de crime de lesão corporal e crime eleitoral (injúria e difamação, envolvendo o prefeito do município, José Rodrigues Rosa (DEM) e seguranças do presidente do DEM em Goiás, deputado federal Ronaldo Caiado.

Segundo o delegado, a versão registrada pelo prefeito em um Boletim de Ocorrência informa que o problema começou por causa de uma confusão durante uma carreata do deputado, candidato a reeleição, que passava por volta das 14 horas desta quarta-feira (8) pela cidade, localizada a 90 Km da capital, Goiânia.

"O prefeito contou que o deputado Caiado começou a agredi-lo de cima de um carro de som, se dirigindo a ele com ofensas e palavras de baixo calão", disse, citando as exprtessões "prefeitinho, desqualificado", "sanguessuga", "irresponsável" e "nojento" como exemplos do que teria sido proferido por Caiado sobre José Rodrigues. "Ao se aproximar o prefeito para cobrar satisfações, um grupo de seis pessoas, que seriam seguranças do deputado, o agrediram fisicamente", ainda informou o delegado Tiago Junqueira.

O delegado tomou o depoimento do prefeito e de algumas pessoas que estavam próximas a cena da suposta agressão, mas disse que ainda não pode afirmar o real grau de envolvimento dos citados seguranças ou do deputado Caiado. "Não conseguimos ouvir os acusados, que seguiram em carreata para outra cidade", justificou o delegado Tiago Junqueira. "Antes disso, estamos trabalhando apenas com hipóteses",disse.

O prefeito José Rodrigues, que é do mesmo partido de Caiado, mas não apoia a sua reeleição, acredita que foi agredido por razões políticas. "Fui lá para ouvir propostas e ver se ele tinha coragem de me insultar, como me contaram que ele estava fazendo. Caiado nunca nos apoiou aqui no município, e veio para cá com o único objetivo de nos agredir", acredita o prefeito, que apoia a reeleição do deputado Pedro Chaves (PMDB).

Segundo o prefeito, Caiado e o atual presidente do DEM da cidade, Genival Lopes, estariam interessados em "derrubá-lo" da Prefeitura. "Quando me aproximei do carro de som, ele pediu que os seguranças me retirassem. Eles vieram já com socos e pontapés", acusou.

Através de sua assessoria de imprensa, o deputado Caiado contou uma versão totalmente diferente do caso. Ao chegar a cidade, o deputado teria recebido denúncias de comerciantes e de funcionários públicos de que o prefeito José Rodrigues estaria usando a máquina municipal para promover os candidatos que apóia. Além disso, estaria forçando os servidores municipais a votarem em seus apoiados.

Caiado teria falado sobre as denúncias em relação ao prefeito e condenado as ações. A confusão que terminou em agressão física teria sido promovida na verdade por seguranças do prefeito. Os profissionais entraram em choque com a população, que teria ficado do lado de Caiado. A assessoria do deputado ainda reiterou que Caiado é escoltado neste tipo de evento político por apenas um segurança, e não por um grupo, conforme denunciou o prefeito.

Repercussão
Na tarde desta quarta-feira, o deputado federal e candidato à reeleição pelo DEM, Ronaldo Caiado, pediu a atenção dos internautas em sua página no Twitter para criticar o prefeito de Turvânia, José Rodrigues. "A cidade de Turvânia vive um momento de terror com as ameaças do prefeito. Ministério Público e Justiça Eleitoral precisam agir", publicou.

Pelo microblog, o candidato à reeleição afirmou que "funcionários públicos e comerciantes de Turvânia reclamaram que eles foram proibidos pelo prefeito de apoiar candidatos não 'indicados'".

O deputado federal acusou o prefeito de "ameaçar, coagir e usar a máquina pública". "Ele é useiro e vezeiro nisso. Eu estava no carro de som, não pude ver muita coisa, mas lamento profundamente toda essa confusão, originada pela mão de ferro do prefeito", escreveu no Twitter.

Caiado, que participou de um comício na cidade, defendeu que é "inadmissível um prefeito tratar o povo dessa forma, com ameaças". Por fim, o deputado declarou que a população da cidade "não aguenta mais mandos e desmandos do prefeito José Rodrigues" e, por isso, não aceitou a repressão dos seguranças.

Amorim: Lula influenciou suspensão do apedrejamento de iraniana

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, considerou nesta quarta-feira que as "gestões" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tiveram influência na decisão do governo iraniano de suspender temporariamente a pena de morte por apedrejamento da viúva Sakineh Mohammadi Ashtiani, 43 anos, acusada de assassinato e adultério. Lula ofereceu o Brasil como destino para a mulher morar, mas a oferta foi recusada pelo governo iraniano.

"Não podemos atribuir só a nós, mas certamente as gestões do presidente Lula terão tido um peso, como creio que já tiveram até agora, inclusive até no que já aconteceu até hoje. Mas vamos respeitar a soberania dos países e, ao mesmo tempo, esperar que um assunto como esse, que tocou na sensibilidade do mundo inteiro, possa ter uma boa conclusão", disse.

"É positivo que tenha sido suspenso. Evidentemente, isso é apenas um passo, e sempre tratamos isso com muito cuidado porque a maneira de defender a melhora das pessoas não é com estridência, nem com condenações fáticas, é com diálogo, que é o que fazemos", afirmou Amorim, após almoço com o chanceler de Lesoto, Mohlabi Kenneth Tsekoa.

Amorim disse ainda que espera falar com o ministro de Relações Exteriores do Irã, Manouchehr Mottaki, nas próximas horas ou nos próximos dias para ter mais informações sobre a nova situação da mulher.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irã, Ramin Mehmanparast, disse hoje que a sentença foi temporariamente suspensa para efeitos de revisão. A hipótese de pena de morte não está afastada e o apedrejamento pode ser substituído por enforcamento.

A viúva foi condenada no Irã sob acusação de ter participação na morte do marido e de ter mantido relações sexuais com dois homens. A acusação é rebatida por Sakineh e sua família. A condenação da iraniana foi alvo de reações e críticas no mundo inteiro.

sábado, 4 de setembro de 2010

As aventuras do Careca: Fábula de um país imaginário

– Rapaz, eu te falei que esse negócio dos nossos jornais não darem uma linha sobre a história era burrada. A imprensa inteira fazendo o maior auê e a gente dando manchete sobre o aumento da poluição em BH? Foi bandeira demais. Os caras só seguiram a pista.

– Eu disse ao Alvim. Era só repetir a ladainha “o aparelhamento da Receita, o Estado policial, patati patatá”. Mas não. Ficaram no silêncio, deu no que deu. Ficou óbvio demais.

– Uso do cachimbo deixa a boca torta.

– Pois é.

– O negócio já estava agourado lá atrás, quando o Ecim bateu na namorada. Pô, tá achando que Copacabana é Barão de Cocais? Lá vaza mesmo. A moça lá da Folha que é dona da boate contou, mas não deu nome nenhum.

– Quem deu?

– Aquele jornalista lá, do futebol.

– Por que o cara fez isso?

– Ele vive afogado em processos, o Ric o odeia.

– O Rick o está processando também?

– Não, sua besta, esse é outro Ric, o do futebol!

– Ah, sei. Mas o que tem a ver?

– É que o Ric é chapa do Ecim.

– Isso aí foi antes ou depois daquele recado do careca, o pó pará?

– Depois. O Ecim já sabia que o chumbo era grosso. Mas aí o Ecim já estava com a galera nossa aqui, já tinha chamado o Yruama. Quando o careca descobriu que o Rick estava processando o Yruama, endoidou. Ele é feio e desengoçado, burro ele não é. Mas aí Inês já era morta, tinha que continuar com a ladainha de que era o partido dos barbudos. Como réu, o Yruama tinha acesso aos autos. Imagina, o Yruama, repórter, macaco velho, com aquela papelada toda. O sujeito até salivou. Um franguinho assado no colo.

– O que tem na papelada?

– Toda a história de Lilliput nos anos 90. Como venderam tudo, as negociatas, tudim, tudim. O careca entrou em pânico.

– O lance é que o careca tentando fingir de indignado não convence nem minha vovozinha. É mais fácil ele aprender a dançar forró que se fingir ultrajado. Aí fodeu mesmo.

– Mas o plano não era incriminar o partido dos barbudos com o material do Yruama, aproveitando que era sigiloso?

– Tentaram. Foram lá em Brasília com aquele delegado. O sargentão estava lá também. Não conseguiram nem um aloprado pra arrastar.

– Mas a Óia não deu a matéria assim mesmo, dizendo que era o partido dos barbudos?

– Os caras foram lá, mas a história era tão fantasiosa que nem o Quaresma achou que dava pra vender.

– Mas a matéria saiu.

– Saiu, porque ali sacumé. Até o cruzamento da mandioca com o rinoceronte eles já inventaram.

– E aí, o que rolou?

– A matéria saiu na internet num sábado. Veio o domingo e nada de repercussão. Veio a segunda, nada. Não sei o que rolou na segunda, mas na terça A Esfera entrou solando, publicou matéria repercutindo. O rapaz da Folha até contou que eles nem iam pegar essa história, era vexame demais, mas como A Esfera já tinha publicado, eles tinham que seguir.

– Nem com a matéria eles conseguiram algum bobo do partido dos barbudos pra pegar um dado sigiloso e depois ser incriminado?

– Nem um. Filhos da puta. Os barbudos estão ficando espertos.

– Como é que eles descobrem a relação disso tudo aí com a cidade do Visconde?

– Internet, meu filho. Lilliput em 2010 não é Lilliput em 1989. Não sei quem foi, mas às 15 h o trem já estava pegando fogo na internet.

– Qual foi a besta quadrada que saiu da reunião dizendo “a internet já descobriu que foi o Ecim”?

– Não sei quem foi, mas vazou isso também.

– Como é que está Ecim?

– Ecim está tranquilo. Agora, o careca está em pânico.

– E o nosso esquemão aqui?

– Complicado. Descobriram as matérias clandestinas feitas à noite aqui, pra não sair no jornal e vazar pra outros.

– Como descobriram? Porra, estamos no oitavo andar!

– A meia dúzia de quarteirões do Ecim. Eu já te falei, Lilliput em 2010 não é Lilliput em 1989.

– Como se chama este bairro aqui?

– Bairro da Serra.

– Avenida Getúlio Vargas no bairro da Serra?

– Eu sei, pode rir.

– E o careca agora?

– Ficou doidão. Não pode revelar o esquema, começou a brigar com os blogs.

– Blogs?

– É uma turma suja que escreve na Internet.

– O cara quer governar Lilliput e está brigando com os blogs?

– Desespero, mô fio. O Ecim é que é esperto. O careca odeia o Ecim até mais que ele odeia o barbudão. Do barbudão ele tem é inveja.

– E o barbudão?

– Estava lá em Porto Alegre quando vazou tudo. Sendo beijado pelo povo, aquela nojeira.

– Tem perigo disso sair na imprensa?

– Tem não. Morrem de medo, rabo preso, sacumé. O lance é que dá na mesma, está todo mundo migrando pra internet.

– O Yruama está se cuidando?

– Aquele ali é doido de pedra. Você sabe, ele voltou pra Minas depois que levou aquele tiro em Brasília.

– Nosso esquemão aqui sobrevive?

– Claro. Minas é tranquilo.

– Então a mulher vai ganhar mesmo?

– De lavada.

– E o careca?

– Se fodeu.

– Acho que é até melhor pra nós.

– Com certeza.

– O careca ficou sozinho então?

– Ficou sozinho.

Analistas já apostam em PIB de até 8% este ano

A expansão mais forte do que o previsto da economia brasileira no segundo trimestre fez com que analistas revisassem para cima suas projeções para a expansão este ano. Até o resultado divulgado ontem pelo IBGE, o mercado previa uma alta de 7% no PIB este ano. Agora, essa estimativa subiu para até 8%. Já as previsões para o próximo trimestre apontam para um PIB inferior ao 1,2% divulgado ontem pelo IBGE.

O Banco Prosper previa que o PIB de 2010 subiria 7,7%.

Agora, essa variação pode atingir até 8%. A GAP Asset revisou suas projeções de 7,1% para 7,5%. A Fecomércio, por sua vez, calcula nova alta, de 7% para 7,5%. E o PIB para o ABC Brasil deve encerrar 2010 em 7,5%, e não mais em 7,3%.

- Para 2010, mesmo que não haja crescimento no segundo semestre, já temos garantido um PIB de 7%. Considerando crescimento médio de 0,7% para os próximos trimestres, chegaríamos a um resultado em torno de 7,5% - disse Luis Otavio Leal, economista-chefe do banco ABC Brasil.

Economia do Brasil só perde para a da China, diz Mantega Ele prevê, porém, que o desempenho no terceiro trimestre deverá ser menor do que o 1,2% do segundo trimestre.

- A contribuição dos gastos do governo deverá ser menor e a variação dos estoques, se já não vier negativa, deverá ser muito menor do que a observada nesse trimestre.

Silvio Campos Neto, economista do Banco Schahin, disse que as projeções do próximo trimestre foram revisadas de 1% para em torno de 0,5%.

- A economia brasileira segue um bom ritmo, ainda que existam alguns riscos como inflação - afirmou ele, que refez as projeções de 2010, de 6,9% para 7,3%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, comemorou ontem os números do PIB no segundo trimestre e disse que, com base no patamar vigoroso da atividade econômica da primeira metade do ano, o país deve encerrar 2010 com um crescimento de pelo menos 7%. Com isso, afirmou, o Brasil coloca-se entre os países que mais crescem no mundo, atrás apenas da China.

- A economia tende a desacelerar ao longo do ano, mas, com esse resultado do primeiro semestre, já podemos assegurar que teremos um crescimento de pelo menos 7% - disse Mantega.

- Esse será o melhor desempenho em 24 anos.

O resultado é ainda melhor, segundo o ministro, porque o país cresce mais com inflação menor - em torno de 5% este ano. Para ele, o fato de a expansão do PIB do trimestre passado ter ficado acima das estimativas não deve resultar em pressão maior sobre a inflação.

Governo deve rever projeção para 7,8% Por isso, em sua avaliação, o Banco Central acertou ao suspender o ciclo de alta nas taxas de juros, na reunião da última quarta-feira, mantendo a Selic em 10,75%.

- Não acredito na volta do crescimento da inflação porque acompanho diariamente os índices e não se detecta qualquer pressão, com exceção do IGP-M influenciado pela alta nos preços do minério de ferro - disse ele.

A equipe econômica vai rever a projeção de crescimento de 2010. Embora os dados oficiais apontem que PIB subirá 6,5% e Mantega já tenha dito que ficará em 7%, os técnicos afirmam que a expansão deste ano ficará entre 7,5% e 7,8%.Eles lembram que, mesmo que a economia não cresça no segundo semestre, a alta de 7% já está garantida.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sem bater em Lula, o marketing de Serra tenta transformá-lo em vítima de Dilma

Em 1989, Fernando Collor de Mello, ex-governador do Estado mais pobre da Federação, Alagoas, assumiu um discurso ofensivo - no sentido também de ofender -, selecionou uma série de desaforos destinados a abalar um governo caindo de impopularidade e partidos em crise, e definiu bordões para causar pânico em torno do candidato de esquerda, Luiz Inácio Lula da Silva, seu principal concorrente. Collor venceu atirando para todos os lados. Levou junto um partido que inventou antes das eleições, o PRN, que morreu junto com o seu curto reinado.

A eleição de Collor foi a consagração do marketing político como arma eleitoral. Os alvos do candidato eram escolhidos em pesquisas qualitativas, que definiam os inimigos a combater para alcançar popularidade e as fragilidades do principal concorrente. Pegou um país saído do massacre ideológico do discurso anticomunista da ditadura e que vivia uma hiperinflação. Atacou o governo José Sarney pela incompetência administrativa e Lula pelo temor da classe média. Além do horário eleitoral gratuito, tinha o apoio de uma mídia que estava sem candidatos, sofria com a hiperinflação e preferia que o PT ficasse longe do poder.

Foi o início e o auge da influência do marketing político. E o marketing foi tão eficiente porque não brigou com os fatos: o governo era impopular mesmo e seu candidato não subia nas pesquisas; a classe média e as elites tinham medo real de Lula, eram maleáveis a um discurso moralista e de direita e faziam a cabeça dos de baixo. O PMDB, o grande partido do momento, vivia a crise do governo José Sarney e a compartimentação dos interesses de seus líderes regionais e abandonou aos lobos o seu candidato a presidente, Ulysses Guimarães.

Os marqueteiros de Collor trabalharam em terreno fértil - e sua agressividade foi guindada à condição de ira divina. Um impeachment e quatro eleições depois, todavia, a eficiência desse modelo é questionável. Simplesmente porque vai contra a realidade.

Em 2006, nas eleições pós-mensalão, a oposição tentou reeditar o discurso de Collor. Os alvos eram um governo que os partidos adversários consideravam acabado e um partido, o PT, que tinha por decadente. Na cabeça dos partidos oposicionistas, Lula era um Collor pré-impeachment ou um José Sarney em final de mandato: estava condenado a deixar o poder. O modelo do discurso agressivo, beirando as bravatas machistas do Collor presidente, foi o escolhido para derrubar Lula - ou pelo impeachment, em 2005, ou pelo voto, em 2006. Um senador, no plenário, chegou a ameaçar bater em Lula.

O erro de avaliação foi fatal para a oposição. A popularidade de Lula nas pesquisas subiu rapidamente após a ofensiva dos partidos oposicionistas no Congresso. Em 2006, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, chegou a ter mais votos no primeiro do que no segundo turno. A avaliação da oposição, sobre a qual o discurso político foi construído, não levou em conta mudanças que estavam se produzindo no país. Os programas de transferência de renda, em especial o Bolsa Família, despiram as classes média e alta do papel de mediadores de voto das classes menos favorecidas. Lula tinha um patrimônio eleitoral próprio. A agressividade do discurso da oposição, em vez de desgastar o presidente que disputava a reeleição, vitimizou-o. Produziu solidariedade, em vez de provocar aversão.

Da vitória de Lula em 2006 para cá, o modelo Collor de marketing político teria que ter passado por grandes mudanças. Elas foram apenas cosméticas. O marketing de Serra, nos primeiros dias de propaganda eleitoral gratuita, optou por não comprar briga com Lula e não negar a sua popularidade. O problema é que o discurso soou falso. Desde 2005, a oposição aparece na mídia em confronto radical com o presidente que agora é tratado com condescendência, quase amor. No último round eleitoral, Serra tem se apegado às quebras de sigilo fiscal de pessoas próximas a ele. As acusações recaem sobre a candidata do PT, Dilma Rousseff, e sobre o seu partido, e não sobre o chefe de um governo cuja Receita Federal deixou vazar sigilos.

Enquanto o marketing de Dilma a une a Lula, o de Serra tenta separá-los. Os índices de pesquisa acabam mostrando que a eficiência do marketing é tão maior quanto mais próxima da realidade. As estratégias de campanha de Dilma deslizam numa realidade em que o eleitor tende à continuidade, gosta do presidente e incorporou naturalmente o trabalho de identificação feito entre a candidata e o seu padrinho. As estratégias eleitorais de Serra nadam contra a corrente de um eleitorado majoritariamente governista e da identificação da ex-ministra com o governo que é amplamente aprovado pela população.

A saída de Serra é tentar ser, ele próprio, a vítima. A algoz tem que ser Dilma, porque Lula não tem colado nesse papel. Como a prancha de Serra está contra a onda, no entanto, o marketing teria que conseguir uma sintonia muito fina. É tênue a separação entre uma acusação - a de que Dilma é a responsável pela quebra de sigilo - e a infâmia, no ouvido do eleitor. Quando a onda está contra o candidato que faz a acusação, um erro é fatal. Essa sintonia não parece que está sendo conseguida. O aumento da rejeição do candidato tucano, desde o início da propaganda eleitoral, é alarmante.- Maria Inês Nassif

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Contador diz que fez solicitação de procuração para 'um cliente' e...ama José Serra

O contador Antonio Carlos Atella Ferreira admitiu, em entrevista concedida há pouco à Folha, que levou à Receita Federal uma solicitação para obter cópias das declarações de Imposto de Renda da filha do candidato a presidente José Serra (PSDB), a empresária Verônica.

Ele disse, contudo, que apenas encaminhou um pedido feito por um advogado cliente seu e que não sabia que o documento tratava da filha de Serra. Atella afirmou também não lembrar qual cliente lhe encaminhou o documento com a solicitação, dizendo apenas que se trata de alguém "inescrupuloso".

"Eu não sabia que era a filha do Serra. Eu nem sabia que o Serra tinha filha. Eu sempre votei no Serra, sou eleitor dele. Eu quero encontrá-lo pessoalmente e lhe dar uma rosa", disse Atella.

Leia trechos de entrevista concedida à Folha.

Folha - Seu nome aparece como procurador da Verônica Serra?
Antônio Carlos Atella - Pois é... Estamos dando risada até agora.

O que aconteceu?
Sei lá, é uma brincadeira de mau gosto.

Mas o senhor assinou o documento?
Assinei e retirei o documento, mas não assinei como quem pediu o documento.

O senhor está dizendo que a assinatura não é sua?
Da retirada é. Mas não a de quem solicitou.

Mas o senhor não foi procurador da Verônica Serra?
Na verdade, não sei se é ou não. Como trabalho para advogados e etc e tal, os motoboys vêm e me entregam... Pediu eu estou tirando. Se o senhor pedir de quem quiser eu tiro. Se o senhor quiser a do senhor... Assinou, mandou para mim eu tiro. E a Receita tem que entregar. A Receita não é nem culpada, coitada. Não estou defendendo, mas a funcionária pega uma solicitação ela tem que cumprir o ato administrativo. Não estou defendendo ninguém, nem conheço a pessoa.

Quem pediu a da Verônica Serra?
Um cliente que pediu. Não sei quem é, algum advogado do Brasil.

Mas o senhor não lembra quem entregou o papel para o senhor?
Não lembro. Tenho 42 anos de profissão, tenho clientes de todos os lados, não vou lembrar um caso, o cafezinho que tomei lá atrás, mesmo porque faço de 15 a 20 por dia.

Qual é a sua profissão?
Contador, com direito a atuar justamente na área.[para para pedir uma água tônica]

Como é o seu trabalho?
O advogado me manda a procuração, eu vou lá e retiro o documento. Sou um office boy de luxo.

Quantas solicitações o senhor faz por dia?
Naquela época, que não tinha certificação digital, fazíamos de dez a 12 por dia. Agora caiu porque todo mundo faz, tem senha eletrônica.

Para que as pessoas pediam?
Para uso de interesse próprio.

O senhor mora em Mauá?
Não.

O senhor tem ligação com algum partido?
Não, tenho nojo de política. Mas eu voto no Serra viu? Sou eleitor dele desde que ele nasceu.

É filiado a algum partido?
Não. Mas agora vou querer ser vereador [risos]

Já tem partido?
Uma legenda boa para se eleger. Estou vendo que o negócio é bom...

O seu nome aparece envolvido no caso do sigilo...
Vou tirar proveito. Lembra-se do caso do 'veado' costureiro que roubou o cemitério e saiu para deputado federal? Acho que não sou dessa qualidade, mas posso.

O senhor responde a processos, em Rondônia, por exemplo.
Por que? Conhece algum? Sou advogado, me apresente.

No Tribunal de Justiça de Rondônia há quatro, dois em sigilo de Justiça.
Maravilha! Mas não sou obrigado a te responder. Sou advogado.

O senhor é filiado à OAB de São Paulo?
Não, não sou da banda podre.

Por que o senhor teve cinco CPFs?
Tinha, mas pedi para o delegado da Receita suspender com uma carta de próprio punho e ele deferiu. Já vi que o senhor não é da área, é desinformado.

Mas por que o senhor teve tantos CPFs?
Por um direito de qualquer cidadão, é a própria Receita. Onde se tira um CPF? Por que tenho dois? Quem me forneceu, foi o senhor?

O senhor conhece funcionários da Receita?
Conheço todo mundo, inclusive o Mantega, que tem sítio vizinho do meu em São Roque.

O senhor já falou com o ministro?
Não, não tive o desprazer ainda porque não gosto de política.

O senhor conhece o pessoal que trabalha na agência da Receita em Mauá?
Conheço no Brasil inteiro. Trabalho na área, pela força de trabalho seria difícil dizer que não conheço nenhuma pessoa que está na mídia, que é notável no momento. Agora é o meu momento de glória, igual foi com a menina da Uniban [Geyse Arruda].

Repetindo, o senhor conhece os funcionários de Mauá?
Posso dizer que conheço até o porteiro.

O senhor conhece as senhoras Antonia Aparecida dos Santos e Addeilda dos Santos?
Não conheço ninguém pessoalmente.

Mas já ouviu falar delas?
Já, quem é que não sabe. Quem mora em Santo André conhece funcionários do banco, da rua tal...

E como é o seu trabalho na Receita?
Protocolava, voltava para buscar, assinava a retirada e cumpria meu ato administrativo levando a quem pediu.

A senhora Verônica diz que a assinatura dela é falsa.
Não é a filha do Serra que fiquei sabendo hoje? Nem sabia que ela tinha filha. Voto nele desde pequenininho.

O senhor foi procurador deste documento?
Não. Eu retirei esse documento, solicitação de retirada deste documento.

Então quem pediu para o senhor retirá-lo?
O senhor sabe? Eu não sei quem foi o cidadão... Como eu não sei dos processos que você fala em Rondônia.

Estão no nome do senhor.
Para quem teve uma fazenda de 900 hectares com certeza tenho uns 40 processos contra alguém e uns quatro se defenderam contra mim. Tive fazendas lá. Não passei lá de avião em aeroporto. Tenho vida pregressa de trabalho, estou acima do bem e do mal.

O senhor foi servidor?
Não tive o privilégio de ser um vagabundo a mais.

O senhor confirma conhece algum político?
Já disse que tenho nojo de político. Só gosto do Serra, sou apaixonado pelo debate dele. Aliás, acho que Brasília não é o lugar dele, ele tem que ficar aqui, nasci aqui, sou paulista então quero que ele nunca saia daqui.

Quais são os escritórios para quem o senhor trabalha?
Diversos, trabalho aqui, no exterior, em todo lugar... onde sou chamado e bem pago.

No exterior?
Também. Se solicitar vou agora, só depende do honorário. Tem várias empresas brasileiras na África, em Luanda... Minha bateria está acabando, minha bateria está acabando. Da Folha
 

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