O governo brasileiro tem condições de concretizar a extradição do ex-banqueiro Salvatore Cacciola num prazo de dois dias após a ratificação do príncipe Albert, de Mônaco. Foi o que afirmou ontem o ministro da Justiça, Tarso Genro. "A decisão final do príncipe vai transitar numa relação entre o Ministério da Justiça, o Itamaraty e a Polícia Federal, mas em 48 horas estamos prontos para fazer essa extradição se ela for deferida", disse Tarso Genro.
A procuradoria de Mônaco deu parecer favorável à extradição, mas para ela ser efetivada é necessária a ratificação pelo príncipe Albert, que nunca tomou decisão contrária à sugerida pela procuradoria. "Eu espero que entre 15 e 30 dias (o príncipe) tome uma decisão", disse o secretário nacional de Justiça, Romeu Tuma Junior. "Se confirmada (a extradição), será um duro golpe na impunidade", completou.
Histórico
Cacciola, ex-dono do Banco Marka, foi condenado a 13 anos de prisão pela Justiça brasileira por crimes financeiros. O empresário estava foragido desde 2000, mas foi preso pela polícia de Mônaco em setembro do ano passado. O escândalo financeiro envolvendo Cacciola ocorreu em 1999, durante o processo de desvalorização do real, quando o Banco Central socorreu os bancos Marka e FonteCindam com uma injeção de capital que somava R$ 1,6 bilhão.
De acordo com justificativa dada pelo BC na época, a ajuda a esses bancos foi dada como uma medida para evitar o que classificou de risco sistêmico para o mercado financeiro do País