Para evitar uma disparada nos preços dos arroz e garantir o abastecimento no mercado doméstico, o governo decidiu ontem suspender temporariamente as exportações do cereal e também leiloar seus estoques.
O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, disse ontem, segundo comunicado de sua pasta, que uma reunião hoje, com técnicos do Ministério da Agricultura, Conab e produtores, vai definir que volume dos estoques oficiais de arroz irá a leilão. O objetivo da medida é evitar uma disparada nos preços do produto, que já vêm registrando fortes altas no mercado doméstico.
Conforme o indicador Cepea/Esalq/BM&F, a saca de (50 quilos) de arroz com casca ficou em R$ 32,06 ontem, alta diária de 2,89%. No mês, o produto acumula valorização de 37,48%. Atualmente, conforme o Ministério da Agricultura, o estoque governamental tem 1,6 milhão de toneladas de arroz.
Ao interromper temporariamente as exportações de arroz, o governo quer evitar problemas no abastecimento interno. "O Brasil é auto-suficiente em arroz e tem um pequeno estoque de excedente, mas para a segurança do abastecimento nos próximos seis a oito meses, quando tiver o período da entressafra, as exportações foram suspensas", disse o ministro, segundo nota.
Conforme o ministério, o Brasil havia recebido a solicitação de países da África e da América do Sul para a venda de cerca de 500 mil toneladas de arroz. Os maiores produtores mundiais, localizados na Ásia, paralisaram as exportações causando um desequilíbrio na oferta mundial, explicou o ministro da Agricultura.
Nas últimas semanas, Índia e Vietnã deixaram de exportar o produto para garantir a oferta no mercado doméstico e evitar mais altas nos preços, em mais um efeito da chamada agroinflação.
"A questão do arroz é um fenômeno novo. Vamos acompanhar o movimento dos maiores produtores mundiais. Com o preço favorável é possível que haja um aumento na produção e que a situação do abastecimento seja sanada até o ano que vem. Com base nisso é que vamos tomar outras providências no Brasil", afirmou o ministro da Agricultura, segundo o comunicado.