quarta-feira, 30 de abril de 2008

Petrobras vai reinjetar CO2 tirado do pré-sal

A exploração do campo gigante de Tupi exigirá das petroleiras cuidados com a emissão de gás carbônico. A Petrobras, a BG e a Petrogal, sócias nas reservas com potencial de 5 a 8 bilhões de barris, decidiram que vão reinjetar o gás nocivo à atmosfera.
"Dado o teor existente de CO2 presente na região do pré-sal, não achamos adequado emiti-lo. Decidimos então reinjetá-lo (para o poço), disse o gerente-executivo da área de pré-sal da Petrobras, José Formigli.

O gerente executivo da Exploração e Produção da Petrobras, Francisco Nepomuceno, disse ´à Gazeta Mercantil que as companhias perfuraram até agora sete poços da promissora camada pré-sal na bacia de Santos. E todas apresentaram descobertas. O fato é suficiente para manter suspeitas de que a região colocará o País no ranking dos maiores produtores do mundo. Mas ainda é prematuro, segundo os executivos da Petrobras, quantificar as reservas provadas.

"Não há dúvida de que estamos diante de expectativas importantes de grandes volumes de reservas", disse o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella. Os executivos participaram do seminário Camada Pré-Sal, organizado pela Coppe, da Universidade Federal do rio de Janeiro (UFRJ). Vagas para o evento se esgotaram rapidamente.

As companhias planejam começar a produzir óleo a partir de Tupi em 2010. Enquanto isso, um projeto piloto vai extrair da reserva da bacia de Santos 100 mil barris por dia. A unidade de produção, uma FPSO, vai explorar o mineral a uma profundidade 6 mil metros. O óleo se ligará a estação de Mexilhão por gasoduto de 250 quilômetros. As companhias estão, porém, estudando alternativas a gasodutos. "Os gasodutos não serão nossa única forma de escoar a produção da camada pré-sal", disse Estrella.

No Espirito Santo, as descobertas da camada pré-sal, também promissoras, estão próximas da produção do campo de Jubarte, que já possui estrutura pronta para explorar óleo e gás por meio da plataforma P-34. Estrella afirmou que o tamanho das reservas já está criando oportunidade de redução de custos na produção de Tupi. O projeto tem escala suficiente para a criação de novas tecnologias, necessárias para a aceleração da produção.

Além do badalado de Tupi, Jupiter e Carioca, o bloco vizinho BM-S-8 apresentou descoberta de petróleo. Junto com Petrobras, BG, Repsol e Petrogal, que já comemoravam importantes reservas na bacia de Santos, por causa de Tupi e do campo Carioca, a Shell acaba de confirmar suas suspeitas no bloco BM-S-8. Petrobras, Shell e Petrogal, parceiras na exploração do bloco, notificaram a descoberta à Agência Nacional.

Segundo matéria feita semana passada pela "Bloomberg News" , a exploração na camada pré-sal exigirá desafios técnicos nunca vistos no setor. "Até que as ferramentas necessárias para a exploração dos reservatórios sejam inventadas, o petróleo permanecerá debaixo do mar", disse Matt Cline, economista norte-americano.

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