Fernando Collor de Mello vem de uma família de políticos e empresários que construiu um significativo império, em especial no setor de comunicações e que tem como carro-chefe as Organizações Arnon de Mello, complexo do qual fazem parte rádios, TV e jornais da região nordeste. Casou-se pela primeira em 1975 com Lilibeth Monteiro de Carvalho, filha de Joaquim Monteiro de Carvalho e herdeira do Grupo Monteiro Aranha, com quem teve dois filhos, Arnon, 32 anos, e Joaquim, 30. Tem ainda um outro filho, Fernando, de 27 anos, e é pai das gêmeas Cecile e Celine, de quase dois anos, da união com a arquiteta Caroline Medeiros.
Na Declaração de Bens entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2006, apresentou uma lista com 71 itens, num total de R$ 4,8 milhões - metade do montante é alvo do projeto sobre taxação de grandes fortunas, apresentado pelo PT ao Congresso.
Apesar de herdeiros de considerável fortuna, o ex-presidente diz que seus filhos têm uma relação regrada com o dinheiro, comportamento que tem raízes no avô Arnon. "Quando cheguei à universidade, pedi um carro para o meu pai, que me ofereceu um fusca", conta. Frustrado, reclamou. Como resposta, ouviu que caso quisesse um mais caro, teria de trabalhar para completar o valor. Lembra ainda que o ex-senador e governador de Alagoas vivia apagando as luzes da casa. Ele confessa não ter herdado esse hábito controlador de despesas, ao contrário dos meninos que, diz, " têm escorpião no bolso."
Segundo Collor, Arnon se formou em economia na Universidade de Chicago e fez dois mestrados simultâneos, em Harvard e no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Joaquim se formou em Georgetown e Fernando é vereador em Maceió. "Como diz aquele velho ditado, os meninos são bons, não bebem, não fumam, não têm vício, uma beleza", diz, para em seguida acrescentar, rindo: "Hoje, há quem diga: Meu Deus, que pena!"