terça-feira, 8 de abril de 2008

Pré-candidatos temem uma nova epidemia em 2009


As obras da Cidade da Música tocadas 24 horas por dia em tempo de epidemia de dengue impressionaram os pré-candidatos à prefeitura ouvidos ontem pelo JB, sobretudo porque todos temem receber uma nova epidemia de presente caso assumam o cargo em janeiro.

É evidente que o prefeito é movido pela eleição. Quer sentir o efeito da Cidade da Música nas urnas – avalia Alessandro Molon (PT). – Mas ele cometeu vários, e graves, erros, sobretudo na prevenção da dengue. Apesar dos muitos sinais de que os níveis de infestação estavam altos demais, não combateu os focos, nem mobilizou a população. Combater uma nova epidemia vai ser a função número um do próximo prefeito.

A opinião é a mesma de Jandira Feghali (PCdoB). Segundo a médica, o descaso com a população é evidente:

Me preocupa o não cumprimento de uma decisão judicial – ressalta Jandira. – Não ter posto de saúde 24 horas e passar a noite construindo a Cidade da Música é um exemplo de desprezo pela vida. A epidemia estava anunciada e a prefeitura não fez nada. Em 2009, vamos ter outra epidemia, igual ou maior.

Atenção primária de lado

Ainda na avaliação do pré-candidato Fernando Gabeira (PV), que esteve no Tribunal de Contas do Município analisando os processos sobre a obra na Cidade da Música, faltou investir em postos e no programa Saúde da Família:

Estive no TCM e fiquei impressionado com os erros no projeto – conta Gabeira. – Queria saber qual a racionalidade da obra. No caso da dengue, o número de mortes foi superior ao que a Organização Mundial de Saúde prevê. O prefeito não acreditou no modelo do Saúde da Família, nem melhorou os postos. Esses dois elementos de atenção primária ficaram esquecidos e a epidemia tomou essa proporção.

A falta de foco em investimentos também foi alvo de críticas de Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Está clara a falta de prioridade. O Rio não está preocupado em ter uma Cidade da Música, mas em não ser a Cidade da Dengue. Se ganhar, temo saber como será a situação da doença. Se o prefeito contratasse 15 mil mata-mosquitos pagando R$ 1 mil para cada um deles, todas as casas da cidade estariam cobertas. O custo seria de R$ 15 milhões, o que representa 0,0001% dos R$ 200 bilhões do PIB, um valor irrisório, e nunca mais teríamos problema com a dengue.

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