Ricardo Tosto de Oliveira Carvalho, advogado que a Operação Santa Tereza aponta como beneficiário de suposto desvio de recursos públicos, assinou ontem, carta ao presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, pedindo seu afastamento do cargo de conselheiro da instituição. Ele requereu, ainda, abertura de auditoria interna sobre concessão de empréstimos para as prefeituras de Praia Grande e do Guarujá e para as Lojas Marisa - contratos que estão sob suspeita da Polícia Federal.
Peço minha saída em caráter temporário até que sejam apurados os fatos em questão, diante das acusações de que exerci tráfico de influência junto ao BNDES para a liberação desses empréstimos?, escreveu Tosto, que ficou 56 horas detido na Custódia da PF, por decisão judicial. ?Eu quero que investiguem logo. Depois, vou avaliar. Quero colaborar. O BNDES é um banco muito sério, sua estrutura é séria e seu presidente (Coutinho) é um profissional transparente.?
Sob efeito de comprimidos Valium e em meio a constantes crises de choro ao lado da mulher e dos três filhos pequenos, um de 7 anos, dois de 4, Tosto mencionou ontem a história do irmão mais velho do presidente Lula, Genival Ignácio da Silva, o Vavá, que a Operação Xeque-Mate pegou no grampo, em 2007. ?Já que ele (Lula) falou de mim, eu lembro que o Vavá, irmão dele, foi pego dizendo que o Lula ia ajudar nisso e naquilo. As pessoas usam seu nome. Só que o Lula não foi preso?, comparou.