A dona-de-casa Simone Aparecida da Silva Moura, 37, moradora de Guará, no estado de São Paulo,começou a sentir dores no corpo e febre na segunda semana de março. Uma semana após os primeiros sintomas, veio a confirmação: dengue. O diagnóstico foi detectado dias após a doença acometer seu marido, Djalma Moura, e o filho Júnior. Na semana passada, a filha mais nova, Ana Gabriela, de sete anos, também começou a sentir os sintomas da doença.
A família sofreu os efeitos da doença por quase dez dias. Apesar disso, os Moura de Guará, assim com os outros 19 moradores da pequena cidade de 18 mil habitantes -entre eles a vendedora Elaine Cristina Honório, 21, e a dona-de-casa Célia Regina de Souza Servino- que contraíram dengue não integram os dados do Estado. Servino conta que, apesar de o Estado não reconhecer seu caso, a doença foi bem real. "Senti dor de cabeça, dor no corpo, febre, mal-estar. Foi horrível. Não desejo o que senti a ninguém."
Até o dia 28 de março deste ano, a Prefeitura de Guará(São Paulo) computou 23 casos da doença -apenas um deles importado. No ano passado, a cidade teve 21 confirmações de dengue. Porém, no boletim epidemiológico divulgado pelo Centro de Vigilância da Secretaria Estadual da Saúde, Guará não tem nenhum caso de dengue.
Na mesa da enfermeira Glória Aparecida França, da Vigilância Epidemiológica de Guará, os documentos com as confirmações de dengue comprovam o número de vítimas. A prefeitura chegou a pedir ajuda ao órgão estadual Sucen (Superintendência de Controle de Endemias), regional de Franca, que enviou oito agentes para ajudar no combate à doença. Ainda neste mês, a Sucen deve treinar os 31 agentes comunitários da cidade para as ações antidengue.
A secretária da Saúde de Guará, Rosebel de Alencar Lúpoli, disse que o município cumpriu sua obrigação de avisar o Estado sobre os casos. Folha assinante
