A revista britânica "Economist" publicou em sua edição desta semana um editorial e uma reportagem sobre a divulgação das descobertas de campos de petróleo no Brasil e sobre as perspectivas do país. "Uma superpotência econômica e, agora, petrolífera", diz a revista.
Para o semanário, o Brasil pode começar agora a fazer diferença na economia mundial, deixando de ser o eterno "país do futuro". Isso se daria por causa da estabilidade conseguida após o país ter domado a inflação, aberto a economia e começado a combater seus problemas sociais. A revista elogia o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, "para a surpresa de alguns, manteve o compromisso com a estabilidade econômica e com a abertura" do mercado.
Porém a "Economist" adverte para o perigo de que um eventual afluxo de petróleo leve o país a deixar a rota atual de crescimento sustentável. "A preocupação agora é de que a bonança vinda do petróleo fragilize uma disposição já não tão forte de ir mais a fundo na solução dos problemas estruturais da economia."
Depois de elogiar os resultados conseguidos desde a redemocratização e ressaltar as riquezas naturais do país, a revista conclui que "a economia (brasileira) ainda parece uma máquina de produzir desapontamento a partir da abundância. Sua política é frustrante: a corrupção é grande na vida pública, a violência é disseminada, o analfabetismo é normal e a pobreza teima em não acabar. Mesmo assim, comparado com o Brasil de antes, essa parece ser uma idade de ouro. Isso, com certeza, conta muito".
