segunda-feira, 6 de julho de 2009

Honduras impede pouso de Zelaya no país


O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, partiu de Washington num voo rumo a seu país neste domingo à tarde. Mas o governo interino que desafiou as pressões internacionais contra o golpe de estado da semana passada fez uma operação militar para impedir o pouso do avião. O aeroporto de Tecucigalpa, capital do país, foi fechado, cercado por soldados e vigiado por helicópteros militares. Teve ainda todos os voos comerciais cancelados. As agências de notícias internacionais noticiaram neste domingo à noite que o avião que partiu com Zelaya dos EUA havia pousado em Manágua, capital da Nicarágua.

Segundo a agência de notícias AFP, o exército de Honduras bloqueou a pista de pouso do aeroporto Toncontín, em Tegucigalpa, com soldados e veículos militares quando o avião que trazia Zelaya se preparava para aterrissar. A torre de controle do aeroporto teria dito ao piloto que o avião corria o risco de ser interceptado se tentasse pousar, segundo registro do áudio do sistema de comunicação do aeroporto, publicado em um website de aviação.

Mortes

Nas imediações do aeroporto Toncontín, simpatizantes de Zelaya enfrentaram tropas do governo. Agências internacionais de notícias informaram que houve mortes nos enfrentamentos.

Zelaya deixou Washington em voo fretado, acompanhado pelo presidente da Assembleia Geral da ONU, Miguel D"Escoto. Zelaya, um esquerdista que devia deixar o cargo em 2010, foi expulso do governo por tropas armadas e mandado em um voo para o exílio uma semana atrás, em um golpe largamente condenado em todo o mundo.

O diretor da Aeronáutica Civil de Honduras, Alfredo San Martín, afirmou que não permitiria o pouso do avião em nenhum aeroporto do país. O presidente deposto ainda tentou ordenar aos militares que abrissem o aeroporto de Tegucigalpa.

Duas comissões partiram de Washington, em dois voos distintos. A primeira, liderada por Zelaya e composta também pelo presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, Miguel D"Escoto, viajaria a Tegucigalpa. A segunda, liderada pelo secretário-geral da OEA, José Miguel Insulza, partiu diretamente para San Salvador, capital de El Salvador, tendo a bordo a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, o presidente do Equador, Rafael Correa, e o presidente do Paraguai, Fernando Lugo.

Zelaya foi derrubado do poder no último domingo em um golpe de estado executado por militares. O golpe foi realizado horas antes do início de uma consulta popular sobre uma reforma constitucional que propunha a reeleição para o cargo de presidente.

– Fui retirado da minha casa de forma brutal, sequestrado por soldados encapuzados que me apontavam rifles – contou Zelaya

De acordo com parlamentares hondurenhos que se opõem a Manuel Zelaya, a deposição foi aprovada por “repetidas violações da Constituição e da lei” e por “desrespeito às ordens e decisões das instituições". As próximas eleições gerais serão em 29 de novembro.

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