sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Vendas no comércio sobem 2% e caminham para recorde no ano

As vendas no comércio varejista no Brasil tiveram crescimento de 2% em agosto na comparação com o mês anterior, e caminham em direção a um recorde histórico da série até o fim do ano. Segundo dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o aumento é de 11,3% no acumulado de 2010, contra alta de 5,9% no ano passado. Frente a agosto de 2009, o aumento é de 10,4%. A receita nominal, por sua vez, cresceu 1,6% em agosto, frente a julho, pela oitava vez seguida. No acumulado do ano, a expansão foi de 14,3%.

"Esse ano, como não teve crise, acredito que fecharemos o ano com taxa de dois dígitos", diz o técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Reinaldo Pereira.

Para ele, o crescimento tem a ver com a expansão do emprego, da renda, da oferta de crédito e com a estabilidade dos preços, facilitada pela taxa de câmbio favorável à importação.

"De forma geral, o desempenho favorável da renda das famílias, do crédito e da confiança do consumidor tem permitido que as vendas no varejo se mantenham aquecidas", concorda o economista-chefe do Bradesco, Octavio de Barros, em relatório. A estimativa do banco é de que o crescimento da taxa seja de 10,3% neste ano.

O departamento econômico do Bradesco também destaca o desempenho na margem foi positivo em todas as dez atividades consideradas na pesquisa. Os destaques mensais ficaram com móveis e eletrodomésticos (2,9%); artigos farmacêuticos (2,6%); super e hipermercados (2,1%) e combustíveis e lubrificantes (1,2%).

Importações em alta

A economista Thaís Zara, da Rosenberg Associados, destaca que o comércio vem crescendo a um ritmo superior ao da produção da indústria. Segundo ela, parte dessa diferença pode ser atribuída à queima de estoques,mas a maior influência vem mesmo do aumento das importações.

"A indústria está estacionada desde abril. A gente teve queda na margem de produção em abril, maio e junho, um pequeno crescimento em julho, e outra pequena queda em agosto. Já o comércio cresceu nos últimos quatro meses seguidos".

A estimativa da economista é de que o indicador fique acima de 10% no ano. Como o comércio havia se recuperado nos três últimos meses de 2009, a base de comparação será maior, o que dará origem a uma variação mais baixa de crescimento de outubro a dezembro desse ano.

Expansão do crédito

A expansão do crédito, um dos motivos para a alta, está sendo beneficiada pela queda nas taxas dos financiamentos e pelo crescimento da economia. Pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac) mostrou que a taxa média para empréstimos à pessoa física chegou a 6,74% ao mês, apesar do aumento da taxa básica de juros Selic, de 8,75% em dezembro de 2009 para os atuais 10,75%. Foi a menor taxa média na história da pesquisa, desde 1995. Mas ela ainda fica em 118,99% ao ano.

Colaborou Daniel Haidar

ACUMULADO NO ANO

11,3%

É o aumento das vendas do comércio no acumulado do ano. Em 2009, indicador ficou em 5,9%. Maior alta da série até agora havia sido em 2007: 9,7%.

RECEITA MAIOR

14,3%

É o aumento da receita nominal das vendas do comércio varejista neste ano. Em agosto, o aumento foi de 1,6%, considerando os ajustes sazonais.

ALIMENTOS E BEBIDAS

34,1%

foi o peso de hiper e supermercados, alimentos, bebidas e fumo sobre a taxa global do varejo, fruto do aumento do poder de compra.

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