quinta-feira, 20 de maio de 2010

Fogo no Butantan

Não foi por falta de dinheiro que grande parte da coleção de bichos mortos do Instituto Butantan foi destruída.

O prédio que pegou fogo no último sábado abrigava milhares de tipos de cobras, aranhas e escorpiões. Mas não tinha sistema automático de combate a incêndios.

Exemplares de espécies raras foram perdidos e pesquisas para soros e vacinas, que dependiam daquela coleção, podem ser prejudicadas.

Providências já deveriam ter sido tomadas. Entre 2007 e 2008, o Butantan recebeu quase R$ 1 milhão para melhorar sua infraestrutura.

O instituto tinha total liberdade para aplicá-lo. A Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que fez o financiamento, não determinou o modo como os recursos deviam ser utilizados.

Cabia ao Butantan, que deveria conhecer suas próprias carências, fazer o melhor uso possível do dinheiro.

Os acontecimentos da semana passada mostram que o risco de fogo ficou em segundo plano nos cálculos da instituição. A verba foi usada para catalogar e informatizar coleções e documentos.

Trata-se de um trabalho necessário, mas, infelizmente, a realidade demonstrou que teria sido melhor prevenir incêndios.

A verdade é que os administradores do Butantan foram negligentes.

Agora que o pior aconteceu, anunciam um novo prédio, com métodos modernos de combate ao fogo.

Como costuma acontecer, só providenciam a tranca depois que a porta já foi arrombada.

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