terça-feira, 10 de janeiro de 2006

Governo vai insistir no álcool anidro a R$ 1 o litro



O governo manterá, na reunião de amanhã com produtores de cana-de-açúcar, a proposta de reduzir para R$ 1 o preço do litro do álcool anidro na usina, no período de entressafra. Essa proposta, que vinha sendo discutida entre técnicos do governo, foi referendada ontem em reunião do presidente Lula com os ministros de Minas e Energia, Silas Rondeau, e da Agricultura, Roberto Rodrigues. O governo vai negociar alternativas com os usineiros para conter uma alta excessiva do combustível para o consumidor.

Após a reunião de ontem, no Palácio do Planalto, os ministérios de Minas e Energia e da Agricultura divulgaram nota conjunta afirmando que o governo buscará um acordo para a manutenção dos preços do álcool anidro negociados na entressafra de 2003. Foi por esse acordo que, na época, foi fixado o preço de R$ 1 por litro. Atualmente, o litro do anidro está em cerca de R$ 1,09 na usina. "O governo confia na maturidade do setor e vê espaço para o entendimento", afirma a nota.


Opções


Desde a semana passada, técnicos dos dois ministérios e da Fazenda vêm se reunindo para estudar opções para conter a alta do preço do álcool, entre elas a eventual redução da mistura de álcool anidro à gasolina. Usineiros de São Paulo vão pedir ao governo federal que assuma a responsabilidade pelos estoques de segurança do álcool como forma de controlar os preços do combustível na entressafra. A proposta será feita será amanhã no encontro dos usineiros com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.


De acordo com Fernando Perri, diretor da União das Usinas e Destilarias do Oeste Paulista (Udop), que congrega 46 usinas do interior de São Paulo, se o governo tivesse controle sobre estoques de segurança poderia acalmar as altas do álcool com leilões de compra e venda.


Imagem do setor


Para ele, a situação atual prejudica a imagem do setor, porque as distribuidoras, ao fazerem compras diretas, sem contratos de entrega em curto ou longo prazos, não cumprem o papel de atacadistas do setor, e com isso prejudicam as usinas, obrigadas a se responsabilizar pelos estoques de álcool.


"Enquanto isso, as usinas fazem contratos de 3 ou 4 anos de entrega de álcool para o mercado externo, que passa a ter uma imagem de descrédito do nosso produto com últimas notícias publicadas na imprensa." Segundo Perri, os usineiros querem colaborar com o governo, mas precisam de maior planejamento.


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