terça-feira, 31 de janeiro de 2006

Políticos teriam usado dinheiro público para turismo


Vereadores e servidores de câmaras municipais do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná usaram dinheiro público para fazer turismo, segundo o Jornal Nacional. Com a justificativa de participar de congressos e cursos de qualificação, os políticos teriam tomado banhos de mar, feito compras no Paraguai, e visitado as cataratas de Foz do Iguaçu.
Um repórter da Rádio Gaúcha, com uma câmera escondida, comprou por R$ 200 o diploma de um curso sobre Lei de Responsabilidade Fiscal, ministrado em Foz do Iguaçu, no Paraná. Ele assinou na hora da compra todas as atas de presença do curso, que teria 17 horas de duração.

As viagens, todas pagas com dinheiro público, são mensais, segundo Antônio Valdir Meurer, presidente da Câmara de Rio Pardo (RS). Ele teria afirmado que a redução do número de vereadores de 19 para 9, na cidade, facilitou as viagens. "Com 19 não tínhamos condições de viajar todo o mês", disse.


O presidente da Câmara dos Vereadores da cidade de Lindolfo Collor (RS), Nerí Peter (PSDB) disse ao repórter, sem saber que estava sendo filmado, que eventos como este "só servem para o vereador ganhar um troco por fora".

Para participar do evento, o presidente da câmara de vereadores de Cafelândia, no Paraná, Neri José Ferreira (PFL) teria viajado com o carro oficial. Nno momento em que aconteciam as palestras, ele teria ido à praia.

José Domingos Risso Neto, assessor e irmão do vereador de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, Luis Gilberto Risso (PSDB), foi representando o irmão e aproveitou o tempo livre. "Assisti o primeiro dia só. Ontem, olhei, fiquei meia hora ali e saltei fora. Isso não é para mim, isso aí", disse.

O vereador Jonas Cezar Will (PSDB), de Agrolândia, em Santa Catarina, fez parte de um grupo que foi ao Paraguai e visitou as Cataratas do Iguaçu. Ele revelou a estratégia para garantir a presença mesmo sem estar no curso. "Eu já assinei as presenças de todos os dias¿, afirma ele.

Já Júlio César da Rocha Duda, presidente da Câmara de Nonoai (RS) teria dito que vai aproveitar a viagem para voltar antes para casa. "Mas ninguém pode saber que já voltei", disse na gravação feita pelo repórter.

A assessoria do vereador de Nonoai disse que ele ficou o tempo inteiro no curso e que ele não foi ao Paraguai, como mostraram as imagens. O vereador Nerí Peter, de Lindolfo Collor, também negou qualquer irregularidade. A assessoria do presidente da câmara de Cafelândia, Néri Ferreira, informou que se o vereador foi à praia, foi fora do horário do seminário. O assessor José Domingos Neto disse que não matou aulas do curso.

Já o dono da empresa que realizou o evento em Foz do Iguaçu, Walmir da Silva, afirmou que a sua funcionária cometeu um equívoco ao vender o diploma ao repórter com informações falsas

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